InícioPOLÍTICA SPConselhos estão sendo manipulados para aceitar implantação do ensino integral

Conselhos estão sendo manipulados para aceitar implantação do ensino integral


Uma diretoria de ensino da zona sul da capital enviou para suas escolas um formulário no qual os membros da comunidade deveriam completar a seguinte frase: “Sabendo que em uma escola de tempo integral os professores recebem melhores salários e os alunos apresentam melhor desempenho escolar, (A) sou favorável à adesão de nossa escola, ou (B) sou contrário à adesão de nossa escola”.

“É tendencioso ou não?”, indagou a professora Dora Silva, que participou em 16/10, de live com os parlamentares do PSOL Carlos Giannazi (deputado estadual) e Celso Giannazi (vereador da capital). “Não somos contra a educação integral, mas abominamos a forma perversa como o Programa de Ensino Integral (PEI) está sendo implantado. O ensino de qualidade deve começar pela infraestrutura e pela valorização do professor, e deve ser para todos.”

“É um projeto de marketing, porque só envolverá 5% do alunado e 12% das escolas”, confirmou a educadora Silvana Soares.

Quando uma escola que funciona em três turnos passa ao período integral, sua capacidade é reduzida em no mínimo dois terços. Apesar disso, o governo pretende implantar o programa sem criar novas unidades. O professor da USP Eduardo Girotto explicou como essa conta fecha: “Em 1995, a rede estadual era responsável por 77% de todas as matrículas, hoje são 35%”. Para o geógrafo, não é à toa que desde 2010 a secretaria tenha substituído o termo “universalização” por “atendimento à demanda”, uma expressão que não pressupõe busca ativa de jovens excluídos nem políticas de permanência.

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