InícioPOLÍTICA SPCom EaD, universidades usam pandemia para demitir professores e aumentar lucro

Com EaD, universidades usam pandemia para demitir professores e aumentar lucro


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Ao contrário das escolas particulares, que pressionam pelo retorno das aulas presenciais, as universidades privadas estão se valendo da pandemia para consolidar o ensino a distância (EaD), modalidade que permite maior lucratividade.

Em live com o deputado Carlos Giannazi e o vereador Celso Giannazi (ambos do PSOL), em 10/9, o presidente do Sinpro, Celso Napolitano, denunciou o atual processo de “ensalamento” virtual. Se já há alguns anos as paredes das faculdades estavam sendo derrubadas para que um professor passasse a lecionar não para 60, mas para 120 alunos, agora, em ambiente eletrônico, essa massificação do ensino deixou de ter limites.

Um estudante que preferiu não se identificar, temendo retaliações, afirmou que a Unip chegou a “nacionalizar” uma matéria. Ou seja, em uma única aula virtual, um professor lecionaria para todos os alunos de todos os campi do país. “Existem salas nacionalizadas com 2 mil estudantes”, complementou o professor Gabriel Teixeira, indicando a correção de provas por algoritmos, já implantada por algumas universidades, como a outra ponta do processo de precarização. “O limite é a educação sem professor.”

Em consequência dessa política, terminado o primeiro semestre de 2020, instituições como a Uninove e a Unicsul demitiram de 40% a 50% de seus docentes. No grupo Laureate, a redução das horas-aula já vinha acontecendo há cerca de uma década, junto com os cortes na orientação de estágio e monitoria, afirmou o professor Alex.

Alunos como Raquel, da FMU, se consideram enganados porque veem a qualidade de sua formação severamente comprometida. “Nós estamos pagando a mensalidade de um curso presencial”, reclamou.

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