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Situação atual da UEG foi debatida em audiência pública remota promovida pela deputada Delegada Adriana Accorsi


A deputada Delegada Adriana Accorsi (PT) promoveu hoje, 10, uma audiência pública remota para discutir a titularidade dos professores da Universidade Estadual de Goiás (UEG). A parlamentar, que foi a propositora do debate, ressaltou que o evento foi uma oportunidade para expor à população de Goiás a real situação atual da UEG. 

Accorsi abriu a audiência afirmando que Goiás vive um ataque à educação. ‘‘O governo está fechando unidades, retirando direitos dos professores e professoras, nós queremos mobilizar o povo do estado para proteger a UEG. A educação não é gasto, é investimento nos direitos das pessoas. O momento em que ela se encontra exige uma ampla discussão, com a ajuda de todos. A universidade exerce papel fundamental ao ampliar as oportunidades de emprego e renda para uma classe social desassistida dos municípios goianos’’, disse. 

Além da parlamentar, participaram também o Pró-Reitor de Pesquisas da UEG professor e doutor, Everton Tizo Pedroso, a doutora em Educação e professora Keides Batista Vicente, a professora, e mestre em Estudos Socioambientais pela UFG e consultora em planejamento de gestão, Kátia Maria dos Santos, a presidente da Associação dos Docentes da UEG professora Juliana Vasconcelos Braga, o professor e doutor em Educação, Nelson de Abreu Júnior, o professor de Direito Felipe Cupertino e a assistente de Gestão Administrativa da UEG, Luciana Martins Brandão. 

Importância

A doutora em Educação e professora Keides Batista fez o uso da palavra e ressaltou que a UEG está em mais de 30 cidades atualmente. ‘‘A universidade formou e forma os filhos dos trabalhadores rurais das pequenas cidades do interior, ela mudou a realidade do estado. Através da UEG,  muitas pessoas tiveram sua primeira formação e mudou a realidade das mães solos. Permitiu a ascensão social através do trabalho, vários egressos estão trabalhando em várias instituições fazendo mestrado, doutorado e pós-doutorado. Os professores da UEG estão sempre em busca de qualificação e não recebem o devido respeito e valorização ‘‘, reforçou Keides.

A assistente de Gestão Administrativa da UEG, Luciana Martins Brandão, afirmou que os profissionais da universidade estão na luta constante para conseguir melhorias nos cargos e nas categorias. ‘‘Nós somos a base de todo operacional da UEG. Nós queremos ser ouvidos e respeitados a respeito do magistrado. Nós precisamos ter gratificação por titulação e  essas mudanças trariam servidores mais motivados. Muitas vezes nos dão muitas funções, mas nos sentimos desvalorizados. Nós contamos com cinco pessoas para cuidar de 43 unidades. Nós queremos respeito, igualdade’’, disse Brandão.

Luta 

O professor de Direito, Felipe Cupertino, agradeceu o espaço para o assunto ser discutido e declarou que os professores transformam vidas. ‘‘Nós professores damos a possibilidade de ascensão, não só para o estudante, mas também para a família dele. Nós estamos aqui pra lutar pela prevalência do interesse público que deve estar acima do desejo de gestores. Há um arcabouço jurídico que viola a constituição brasileira, que não permite o crescimento dos professores. Limitar que nós sejamos reconhecidos como mestres e doutores fere a constituição. A sobrevivência na UEG está insalubre e estamos desmotivados. Os professores não conseguem ter acesso ao plano de carreira se não tiverem um mandado judicial. Houve uma demissão de mais 700 professores temporários por irregularidades nos contratos e apenas 300 foram recontratados com uma jornada de trabalho absurda’’. 

O professor afirmou ainda que UEG está recebendo menos investimentos ao longo do tempo e disse que a Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) precisar dialogar com o governo de forma amistosa para resolver as questões. ‘‘Nós não podemos ser vistos como inimigos, nós somos a solução. Eu irei concluir em breve meu doutorado em Direito e não sei quando vou ser reconhecido por isso pela Universidade’’, desabafou.   

A presidente da Associação dos Docentes da UEG, professora Juliana Vasconcelos Braga, disse que em 2018 houve uma ascensão da extrema direita no Brasil e em Goiás. ‘‘A UEG está definhando, nós temos docentes sem reajuste salarial há mais de cinco anos, estamos adoecidos e descrentes. Nós queremos cobrar do governo as promessas feitas’’, afirmou.

Desvalorização

A professora Kátia Maria disse que a UEG deveria ser vista pelos governantes como uma indutora do estado, mas ressaltou que hoje a universidade recebe papel secundário. ‘‘Vocês não estão sozinhos, essa audiência cumpre um papel importante para que a gente possa dar voz a todos que estão sendo prejudicados. Juntos podemos encontrar uma solução e dar o protagonismo devido a UEG. Como nós vamos incentivar os professores a buscarem qualificação, sendo que eles não vão ser reconhecidos depois? Se a UEG quer se colocar como uma grande instituição, é crucial a valorização da carreira’’, disse. 

O professor Nelson de Abreu  afirmou que o argumento da falta de orçamento é falacioso. ‘‘O governo fez uma reforma administrativa que excluiu a universidade. Há um déficit de 530 professores na UEG hoje. Nós temos profissionais que estudaram e se qualificaram e que estão completamente desmotivados. Eu tenho esperança que nossa resistência dê eco lá dentro’’.

A deputada Delegada Adriana Accorsi encerrou a audiência afirmando que é o momento para promover a mobilização dos goianos. ‘‘A impressão que nós temos é que querem que a educação seja privatizada e por isso a UEG está sendo sucateada. Tudo que foi falado nesta reunião estará em um relatório e convido todos da reunião a fazer uma carta aos nossos governantes pedindo a valorização da UEG. Chega de cortes e desrespeito a titularidade. É isso que o atual governo quer, armas para o povo e livros não. Lamento profundamente que a Secretaria de Educação e nem o governo tenha mandado um representante para esta reunião pública’’, finalizou. 

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