Secretário da Saúde e a covid-19

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Audiência pública - discutir as ações do Estado ( reunião remota )


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Durante reunião remota da Comissão de Tributação, Finanças e Orçamento realizada na tarde desta quarta-feira, 24, o presidente Karlos Cabral (PDT) coordenou audiência pública com o secretário da Saúde, Ismael Alexandrino. O chefe da pasta fez a prestação de contas, conjuntamente do último quadrimestre de 2019 e, do primeiro quadrimestre desse ano, e apresentou informações sobre o combate à pandemia da covid-19 em Goiás.

Além de Karlos Cabral, participaram da reunião os deputados Delegado Eduardo Prado (DC), Helio de Sousa (PSDB), Rubens Marques (Pros), Amauri Ribeiro (Patriota), Delegada Adriana Accorsi (PT) e Álvaro Guimarães (DEM).

Antes da audiência, foram distribuídos mais de 20 processos para relatoria. Dois processos foram colocados em apreciação, mas sofreram pedidos de vista e a votação ficou prejudicada.

Em seu pronunciamento, o secretário da Saúde informou que o Governo do Estado vai receber, do Ministério da Saúde, mais de 700 mil testes rápidos para detecção do novo coronavírus. Ainda segundo ele, 220 mil já foram entregues. Informou, ainda, que Goiânia e Rio Verde são as cidades com mais casos confirmados, seguidas por Anápolis e Aparecida de Goiânia.

O secretário informou, também, que o número total de infectados no estado chega a 19 mil, com 34 mortes. O índice de contaminação entre profissionais de saúde chega a 10%, incluindo técnicos de enfermagem, médicos e outras atividades, mas sem necessidade de internação.

A taxa de ocupação de UTIs já está acima de 80%, mas, segundo Alexandrino, várias unidades de enfermaria poderão ser convertidas em UTIs, desde que haja ventiladores. Informou também que leitos de UTI do hospital de campanha de Goiânia serão ampliados.

Alexandrino informou, ainda, que, no final de março, o pico de isolamento no estado alcançou 60%, mas, atualmente, praticamente não existe mais. Por isto, é previsto um avanço significativo da doença para o mês de julho. Segundo ele, a abertura do comércio facilita a transmissão de doença e cria pressão maior no sistema de saúde público e privado.

Respondendo a questionamento da deputada Adriana Accorsi, o secretário Ismael Alexandrino explicou que existe uma dificuldade em adquirir medicamentos de última geração, como sedativos e relaxantes neuromusculares, mas os pacientes não ficam sem atendimento. “Outras drogas estão sendo utilizadas, com resultados satisfatórios. Todo paciente que precisou ser entubado e sedado foi atendido”, disse.

Em suas considerações finais, o secretário pediu apoio aos parlamentares no combate à epidemias do novo coronavírus. “O comportamento populacional se espelha muito no comportamento das autoridades. Independentemente de decretos, precisamos dar bons exemplos. Se precisamos quebrar o isolamento, que o façamos de forma responsável. Acabamos de entrar nos 30 dias mais críticos da pandemia”, disse ao concluir sua participação na audiência pública.

Contas

Ismael Alexandrino realizou a prestação de contas da Secretaria da Saúde, relativas ao primeiro quadrimestre deste ano, conjuntamente com o último quadrimestre de 2019. Em sua apresentação, o chefe da pasta informou que, em 2020, os gastos no setor já chegam a mais de 11% do orçamento do Estado, quantia bem maior do que em igual período de 2020, que foi de 8%, e bem próximo do percentual constitucional de 12%.

Segundo o secretário, no ano passado o Estado realizou série de convênios para implantação de leitos de UTIs, tratamentos oncológicos e cirurgias eletivas em locais, tais como Catalão, Anápolis, Jataí e municípios de diversas regiões de Goiás.

Também foi realizado convênio com o Hospital Araújo Jorge, de Goiânia, que funciona como um hospital oncológico do estado.

O secretário da Saúde destacou o expressivo aumento no número de UTIs oferecidos pelo estado em relação ao mesmo período do ano passado. Ele apresentou um mapa onde mostra um aumento de 269 leitos, em 2019, para 576 esse ano. Segundo Alexandrino, em breve serão entregues mais 10 unidades em Itumbiara e 11 em São Luiz de Montes Belos. “Antes da pandemia, não havia mais filas de UTI no estado”, comentou o secretário.