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Crédito para empresas


Audiência pública promovida pela Frente Parlamentar do Empreendedorismo  debateu, na manhã desta sexta-feira, 19, linhas de crédito no estado de Goiás, para atender os segmentos do setor, em decorrência dos efeitos da pandemia de covid-19 na economia.

Conduziu o encontro o presidente da Frente, deputado Virmondes Cruvinel (Cidadania). Ele assinalou a importância de proporcionar esclarecimentos sobre os recursos oferecidos aos empreendedores goianos. 

O presidente do Parlamento, deputado Lissauer Vieira (PSB), elogiou a iniciativa de debater o assunto e destacou o trabalho do chefe do Executivo estadual. “O governador Ronaldo Caiado, está tendo uma responsabilidade muito grande frente a essa situação”, afirmou. 

Lissauer Vieira reconhece que todos os ramos são essenciais. “Sem a vida não há emprego, não há economia. É necessário encontrar um ponto de equilíbrio, pensando no bem-estar da comunidade. Principalmente com essa nova variante do vírus que tem assustando a todos nós.” 

O presidente lembrou a situação do sistema público e privado de saúde, ambos em estado de colapso. “Tenho recebido pedidos de vagas, mas não estamos conseguindo.” Lissauer afirmou ainda que a situação de pandemia não é por conta de governo A ou B, mas do vírus. “Precisamos ter a consciência para equilibrar a economia e os cuidados com a pandemia.” 

Esclarecimentos

Dando continuidade ao evento, Virmondes explicou o motivo de promover o debate. “Muitas pessoas procuram enfrentar essa dificuldade buscando linhas de crédito. Temos nos empenhado em promover o diálogo com a GoiásFomento e governo do estado. É um passo importante, buscarmos esclarecer as dúvidas que têm surgido”, afirmou. 

diretor de Operações da Goiás Fomento, Fernando Freitas, mostrou as vantagens do acesso ao crédito de R$ 112 milhões, que o governo está trazendo para Goiás por meio do Programa Estadual de Apoio ao Empreendedor, com três linhas de crédito. O representante da agência detalhou essas linhas e disse que a documentação foi bastante reduzida, para facilitar o acesso. 

Uma situação comum, disse o gestor,  é o caso do empresário que está com o nome negativado pelo Banco Central, em relação a débitos anteriores a março de 2020. “Se a dívida não ultrapassar 30% do crédito solicitado, a GoiásFomento negocia para pagar e liberar o restante. Já no que tange a situações pós março de 2020, o empréstimo é levado adiante para ser realizada a quitação posteriormente”, informou.

Wanderson Portugal, diretor de Atendimento e Relacionamento do Sebrae Goiás, salientou a importância de se preocupar com o empreendedor, oferecendo crédito com juros de 0%. “Por mais que a gente faça, ainda será pouco em decorrência da pandemia”, reconheceu. E pontuou as ações do Sebrae em apoio aos empreendedores, para que estes possam ter acesso ao crédito e saber como atuar. 

Portugal informou que o Sebrae  disponibiliza consultorias on-line com especialistas, para as quais o agendamento pode ser realizado por meio link agendamento.sebraego.com.br ou pelo 0800 570 0800.

Dificuldades 

Presidente do Sindipitdog, Ademildo Pereira de Godoy pediu maior agilidade na liberação do recurso. “Não conheço nenhum empresário que já tenha conseguido acessar esse recurso”, afirmou. Ele ressaltou que a categoria não possui garantias de renda.

Godoy reafirmou a dificuldade por que passa o setor com o isolamento social. “As pessoas têm medo de sair. Além disso, falta renda.” Mesmo diante das dificuldades, O sindicalista disse acreditar na sensibilidade do governo diante da situação. “Precisamos de ações  concretas para vencer essa crise. As vendas por delivery são poucas, e ainda temos que deixar 25%, com os aplicativos.”

Por sua vez, Rubens Fileti, presidente da Associação Comercial e Industrial do Estado de Goiás (Acieg), afirmou que a notícia das linhas de crédito foi recebida com interesse, mas ainda muito tímida diante das dificuldades. “Quando reivindicamos, no ano passado, nosso vice-presidente Alan Máximo ajudou a escrever o projeto. É um grande avanço, mas outros estados, como é o caso de Sergipe, colocaram mais dinheiro, para poder nos apoiar”, afirmou. Ele reivindicou mais simplificação e desburocratização para o empreendedor.

Transporte escolar

Ricardo Teodoro, representante dos profissionais do transporte escolar, afirmou que a categoria é a que está tendo mais dificuldade. Foi a primeira a parar, ficou totalmente fora do auxílio emergencial. “Em tudo que foi tentado aqui em Goiás, ficamos totalmente sem renda”, explicou. 

Diante da proposta de crédito facilitado, Teodoro questionou se será oportunizado aos trabalhadores acesso à nova linha de crédito. “Ano passado, na Goiás Fomento, foi complicado conseguir obter acesso aos R$ 9 mil. A maioria não conseguiu pegar”, ressaltou. 

O representante da Associação Comercial e Industrial do Centro de Goiânia (ACIC-Goiânia), Wilson Manzan, também falou da dificuldade de acesso ao crédito, e lembrou que muitos desistiram. “Avançamos muito, mas a situação de negativação é a realidade da maioria dos empresários.” 

Fernando Freitas, da Goiás Fomento respondeu que por meio do Fundo do Turismo, a agência já atendeu a mais de 200 empresas.

Garantias e contrapartida 

O diretor de Operações da Goiás Fomento discorreu ainda sobre os valores, prazos, garantias, e carência para que os empreendedores busquem acesso ao crédito do Programa Estadual de Apoio ao Empreendedor (Peame). Para o empreendedor do setor do Turismo existe  uma linha de crédito especial. Para ter acesso ao crédito, é pré-requisito possuir cadastro no CadasTur.  

Quanto aos trabalhadores do transporte escolar, Freitas assinala que foram atendidos 395 permissionários, com a liberação de R$ 3,7 milhões, no ano passado. “Novo acesso ao crédito é caso a caso”, avaliou.

No caso de Micro Empreendedor Individual (MEIs), feirantes, taxistas, ou autônomos, o crédito é de R$ 5 mil, com prazo para pagamento de 24 meses. A garantia da operação será por meio do Fundo de Aval do Estado, e como contrapartida terá que participar de treinamento, consultoria e orientação gratuitas em parceria com o Sebrae. 

Já a linha para demais setores é de R$ 21 mil, com prazo de 36 meses para pagar e seis meses de carência. A garantia apresentada será avalista, imóvel ou por meio das garantidoras de crédito. A contrapartida é não demitir funcionários e o compromisso da participação em treinamentos. 

Fernando Carlos Pereira, presidente da Associação Brasileira das Indústria de Hotéis (ABIH-Go) falou sobre o prazo de carência e ressaltou as dificuldades do setor com ocupação entre  10% e 15%. “Nosso ponto de equilíbrio é 60%. Estamos sobrevivendo com o mínimo do mínimo”, acentuou.  E ainda acrescentou que muitos empresários buscam financiamento sem juros, para pagar o juro do empréstimo anterior. 

No que se refere ao retorno das atividades do setor, Pereira acredita que não acontecerá em um período de seis meses. “Precisamos de um prazo maior. Tanto os pequenos quanto os grandes estão em dificuldade”, frisou.

Fernando Freitas informou que o setor de Turismo terá mais seis meses de carência. “Entendo não ser suficiente, mas é o que está no programa. Talvez seja o caso de renegociar os contratos vigentes”, orientou. 

Participação

O debate promovido pela Frente Parlamentar do Empreendendorismo foi prestigiado por mais de 90 pessoas, dentre elas, Elizângela Neves de Oliveira, presidente do Sindicato dos Comissários e Consignatários do Estado de Goiás e coordenadora Executiva da Secretaria de Indústria e Comércio (Sincoesgo); Samuel Albernaz, presidente do Conselho Regional de Administração (CRA-GO); Marco Chaul, representante do Sindinformática, VP Aliança pela Inovação em Goiás; Joaquim de Castro, presidente da Tribunal de Contas dos Municípios (TCM-GO). 

Ainda marcaram presença o coordenador do curso de Odontologia da Universp; Marduk Duarte, presidente do Conselho de Agronegócios da FIeg; Marcelo Spada, presidente do Conselho Regional de Educação Física de Goiás e Tocantins (CREF-14); e também Idelton Júnior, presidente do Sindicato dos Despachantes do Estado de Goiás – Fecomércio; Priscila Vilarinho, gestora de Turismo do Sebrae Goiás; Decio Coutinho, colunista de Economia Criativa da Band News FM; Wadson Arantes Gama, presidente do Conselho Regional de Psicologia (CRP-GO); Rayan Barreto, da RB Shows; Márcio Andrade, presidente Sindiposto; Emerson Tokarski, presidente da Federação das Associações de Jovens Empreendedores e Empresários de Goiás (FAJE-Goiás); Mariana Silva, líder do movimento União dos Jovens Patriotas (UJP).

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