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Comissão de Turismo debateu, nesta 4ª-feira, situação do segmento com secretários da região “Pegadas no Cerrado”


Encontro virtual promovido pela Comissão de Turismo do Legislativo goiano na manhã desta quarta-feira, 24, contou com a participação de secretários e representantes municipais do segmento na região do Circuito Turístico Pegadas no Cerrado, e do presidente da Agência Estadual de Turismo (Goiás Turismo), Fabrício Amaral. A reunião foi conduzida pelo presidente do colegiado na Assembleia, deputado Coronel Adailton (Progressistas), via Skype, e levou a encaminhamentos importantes após a apresentação de diversas demandas do setor.

O encontro foi uma oportunidade para a troca de ideias, sugestões e apresentação de demandas. Coronel Adailton frisou que a comissão está sempre à disposição para apoiar as cidades e ressaltou a importância do bate-papo em relação aos rumos do turismo na região. Ao encerrar os trabalhos, o parlamentar disse que a Alego está à disposição para impulsionar o turismo no estado, já que enxerga o segmento como mola propulsora para alavancar a geração de emprego e renda nos municípios. A reunião foi mediada pela integrante da Comissão de Turismo da Casa, Cacilda Morais.

Uma das demandas mais pontuadas durante o encontro foi a necessidade de sinalização turística, voltada a evidenciar os atrativos de cada cidade. Outro ponto abordado com frequência foi em relação ao momento difícil que os municípios têm enfrentado diante da pandemia provocada pelo novo coronavírus (covid-19). 

O presidente da Goiás Turismo, Fabrício Amaral, disse que tem trabalhado no acolhimento dos secretários, e reconheceu a dificuldade do momento para o setor. Além disso, destacou as medidas que têm sido tomadas pelo Executivo estadual, junto ao Governo federal, para tratar de auxílio para setor de eventos e turismo, com planejamento até 2022. “O turismo vai demorar para voltar. Precisamos de medidas a mais longo prazo”, salientou.

No que se refere às demandas principais, Amaral disse reconhecer a importância da sinalização para os municípios, mas relembrou que a Goiás Turismo não tem recursos para tais obras. Ele sugeriu o agendamento com órgãos como o Departamento Estadual de Trânsito (Detran) e a Agência Goiana de Infraestrutura e Transportes (Goinfra). “Além de vocês poderem contar com emendas dos parlamentares para promover a sinalização”, lembrou.

Na oportunidade, Fabrício Amaral anunciou que agora em março seria iniciada a Expedição Sertões, voltada a percorrer, no período de quatro ou seis semanas, os municípios que integram o circuito, com a presença de autoridades e atrações artísticas. Entretanto, a iniciativa precisou ser adiada em função do agravamento da pandemia em Goiás. “O evento já está contratado e deverá acontecer no segundo semestre”, informou. 

Com a finalidade de dar suporte às cidades envolvidas no segmento turístico, o presidente da Goiás Turismo anunciou a assinatura de um convênio com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), no montante de R$ 1 milhão, que irá contemplar consultorias até o fim do mandato. Com entusiasmo, ainda mencionou o planejamento de ações voltadas à promoção do turismo no estado. “Precisamos aprovar uma lei da rede estadual de trilhas para tornar Goiás uma referência, com geração de emprego e renda”, finalizou. 

Participação efetiva

A secretária de Cultura e Turismo de Chapadão do Céu, Flávia Ficher, ressaltou que a realidade do município não é diferente dos outros, por causa da pandemia. “Temos projetos, mas temos respeitando todos os decretos. Também estamos sinalizando a cidade. O objetivo é fazer melhor do que foi feito até hoje”.

Por sua vez, o secretário de Turismo de Aurilândia, Jonas Cardoso, também falou sobre o momento desafiador para o setor no município quanto ao enfrentamento da pandemia. Ele apresentou como demanda mais urgente a duplicação da rodovia GO-060, que liga até Trindade, no trecho entre as cidades de Iporá e São Luís de Montes Belos (GO-060). “Isso iria reduzir os acidentes e seria mais atrativo para a vinda de pessoas em visita à nossa região, além da sinalização”, frisou.

O empresário João Reylen Barbosa Bisco, que também ocupa o cargo de vice-presidente do Conselho Municipal de Turismo de Caiapônia (Comtur) disse que são necessárias iniciativas de infraestrutura, como sinalização e melhoria no acesso a atrativos como a cachoeira Santa Helena. Para ele, outros tipos de intervenções no que tange à infraestrutura também são importantes, como aquelas voltadas para melhorar o escoamento da produção. “Precisamos que voltem os olhos para nossa região”, disse.

Beto Costa, representante de Jataí, complementou o pedido de Reylen quanto à sinalização dos atrativos na chegada da cidade, para que Jataí também possa ser contemplada. “Temos quatro acessos à cidade e é um pedido antigo”, destacou.

A secretária de Turismo de Maurilândia, Patrícia Vieira Batista, fez coro com os colegas em relação à falta de sinalização dos atrativos do município. Ela enfatizou os projetos da atual gestão, como a reestruturação do parque às margens do Rio Verdão, onde ocorre Rally de Boia (suspenso em decorrência da pandemia), além da exploração de cachoeiras, e a continuidade de iniciativas antigas. “Vamos incluir o município no Mapa do Turismo de Goiás”, afirmou. 

Representante de Perolândia, Winter Pereira da Silva falou das dificuldades com a pandemia, mas enunciou que a cidade conta com bastante projetos voltados ao turismo. “O município foi inserido no Mapa do Turismo, recentemente. Isso é muito importante, porque traz benefícios”, disse. Porém lamentou que os atrativos tenham sido suspensos por causa da pandemia. “Tínhamos a cavalgada, que sempre reuniu pessoas de vários lugares”. Ele também alertou para a importância da sinalização e falou sobre o projeto de construção do Centro de Atendimento ao Turista (CAT), que, segundo ele, tem demandado esforço da gestão local.

A secretária de Turismo de Piranhas, a turismóloga Janilda Silva, ressaltou a dificuldade do setor em uma perspectiva coletiva. “Tudo está muito difícil na realização de projetos e visitação aos pontos turísticos”, disse. Ao assinalar os atrativos do município como grutas e cachoeiras, relatou a dificuldade de entendimento com fazendeiros, já que a maior parte das atrações, segundo ela, estão dentro das propriedades privadas. 

Por sua vez, o secretário de Turismo de Bom Jardim, Dione Martins, foi muito específico quanto ao maior problema enfrentado na cidade: a necessidade de infraestrutura da BR-158, via de acesso ao Sul do estado do Mato Grosso, passando por Barra do Garças. “O apoio a essa demanda seria um ponta pé para organizarmos muita coisa”, afirmou.

Negócios e eventos

O professor Laudelino Guimarães, representante de Rio Verde, falou sobre as dificuldades do município (que segundo ele tem vocação para o turismo de negócios e eventos), em relação ao cancelamento da Tecnoshow Comigo, durante dois anos consecutivos. “Os prejuízos para a economia e turismo local, com a não geração de empregos diretos e indiretos, foram grandes”, lamentou. Ele também destacou a importância de eventos consolidados como a Exposição Agropecuária e a Festa da Queima do Alho, e o impacto causado à geração de empregos, com a suspensão deles logo no início da pandemia. 

De Santa Rita do Araguaia, Rodrigo Barbosa lembrou que o queijo cabacinha fabricado no município foi reconhecido como patrimônio cultural imaterial de Goiás no início desse ano e celebrou a importância desse reconhecimento para a região. Já o secretário de Meio Ambiente e Turismo da cidade, Vandro Cláudio Lorenzi, lembrou que Santa Rita foi a primeira cidade banhada pelo Rio Araguaia, e que está situada a 60 km da nascente.

“Contamos com um terminal turístico e com a realização de eventos como o Boia Cross, festa junina, além de outras atrações. Temos um potencial muito grande. Temos dificuldades financeiras. Mas acreditamos que, com o apoio dos governos, vamos conseguir desenvolver um trabalho e mostrar esse potencial para os outros locais”, afirmou Vandro Lorenzi.

Sítios arqueológicos

O secretário de Cultura e Turismo de Serranópolis, Delídio Neri, disse que o município conta com mais de 40 sítios arqueológicos cadastrados. Ele relembrou a recente reunião com o presidente da comissão, ocorrida na semana passada, ocasião em que apresentou as demandas da cidade. O secretário também ressaltou a importância da sinalização. “Uma das grandes demandas diz respeito à GO-206, que vai para a pousada das Araras, a qual abriga os sítios arqueológicos. É um pequeno trecho de 7 km, sem pavimentação”, informou.

Além disso, Delídio Neri comentou sobre os projetos cadastrados no Ministério do Turismo, relembrou das dificuldades da gestão, e ainda ressaltou o artesanato produzido no município, como importante para a geração de renda. Ao final, parabenizou os colegas, a importância do encontro e ressaltou a necessidade do planejamento para alcançar os objetivos. 

Reforço 

Por sua vez, ao contribuir com o encontro, o gerente de Estruturação de Destinos e Produtos Turísticos da Goiás Turismo, Luciano Guimarães, enfatizou a importância dos integrantes da região do Circuito Turístico Pegadas no Cerrado estarem reunidos, reforçou a qualidade dos destinos goianos, e convidou secretários e dirigentes para reunião na sexta-feira com a consultora do Sebrae. Luciano aproveitou para reforçar o convite para participarem, também, nos dias 6 e 7 de abril, de evento voltado ao fortalecimento do setor nesse período de pandemia, que irá acontecer de forma remota. 

Guimarães anunciou, ainda, que o município de Baliza será o mais novo integrante do Pegadas no Cerrado. Ele também reforçou a necessidade e a importância da profissionalização dos gestores à frente da gestão do turismo nos municípios e sugeriu que os projetos de reforma e construção de vias já prevejam, em seus termos de referência, a realização da sinalização turística.

Em sua intervenção, a atual presidente da Associação Turística Pegadas no Cerrado, Maria Luiza Silva Lima, aproveitou a oportunidade para sugerir o retorno do fórum dos municípios da região para reorganização, programação e discussão, além de tratar da busca por apoio das entidades e participação das lives. Por fim, o diretor de Marketing da instituição, Alex Martins Cardoso, ressaltou a importância do evento e agradeceu a iniciativa.

Circuito Pegadas no Cerrado

A região turística “Pegadas no Cerrado”, assim denominada no Mapa Brasileiro de Regionalização do Ministério do Turismo, conta com 12 municípios. São eles: Jataí, Mineiros, Santa Rita do Araguaia, Serranópolis, Chapadão do Céu, Rio Verde, Maurilândia, Turvelândia, Caiapônia, Piranhas, Paraúna e São Luiz de Montes Belos. Estão participando, ainda, como parceiras, Jussara e Portelândia.

O circuito conta com opções de turismo de aventura, ecoturismo, tecnologia e cultura, além de 27 trilhas. Riquezas naturais e culturais, como sítios arqueológicos, piscinas naturais, águas termais, oferta de hospedagem em charmosas e confortáveis pousadas e a tradicional culinária goiana completam o cardápio de atrativos.

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