As unidades de saúde da rede pública e privada do Estado de Goiás poderão ser obrigadas a disponibilizar psicólogos para acompanhamento de gestantes. Esta é a proposta de projeto apresentado pelo deputado Antônio Gomide (PT), protocolado como processo nº 1356/20, que já foi aprovado na Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJ) e agora passa por análise na Comissão de Saúde e Promoção Social.
Em suas justificativas o parlamentar afirma que o principal objetivo da intervenção psicológica é “oferecer uma escuta qualificada e diferenciada sobre o processo da gravidez, fornecendo assim um espaço para a mãe poder expressar seus medos e suas ansiedades, além de favorecer a troca de experiências, descobertas e informações, com extensão à família, em especial ao cônjuge e avós, visando a participação na gestação/puerpério e compartilhamento da parentalidade”.
Gomide lembra que todo o processo de gravidez, embora seja um período importante na vida da mulher, pode ser sobrecarregado por muitos transtornos de humor, em particular pela depressão. “Ao contrário do esperado, a literatura e a prática com gestantes e puérperas mostram que a maioria das mulheres, sobretudo as de classe média e baixa, encontra na vivência da maternidade algum nível de sofrimento psíquico, físico e social no período pré e pós-parto.”
Ele ressalta ainda que, normalmente, nessas fases, observa-se nas mães uma vivência relativamente contínua de tristeza ou de diminuição da capacidade de sentir prazer, a qual poderá ser transitória ou irá se tornar crônica caso não sejam assistidas adequadamente. “Esse conhecimento segue no sentido contrário ao de uma crença popular amplamente difundida de que a gravidez é um período de alegria para todas as mulheres.”