Instituição se modernizou com a revolução tecnológica das últimas décadas
A Polícia Civil de São Paulo completou 115 anos de serviços prestados aos paulistas neste dia 23 de dezembro. A trajetória de mais de um século da instituição é marcada pelo contínuo processo de desenvolvimento, acompanhando a própria evolução do Estado, até se tornar um dos principais órgãos de Polícia Judiciária do Brasil, preparada e equipada com as técnicas e ferramentas mais modernas existentes no mundo.
A criação de uma organização especializada em investigações criminais, formada por profissionais de carreira remunerados, foi proposta por José Cardoso de Almeida, chefe da polícia paulista no início dos anos 1900. Suas ideias foram apresentadas em 1902, ao então presidente da província de São Paulo, Francisco de Paula Rodrigues Alves, em um relatório no qual eram relatadas as dificuldades enfrentadas pelas forças de segurança da época. O documento era um alerta às autoridades sobre a necessidade de profissionalização da estrutura pública de combate ao crime.
Os esforços de Rodrigues Alves deram resultado e em 23 de dezembro de 1905, o Congresso Estadual aprovou a Lei n° 979, criando a Polícia Civil de Carreira do Estado de São Paulo. Sob comando do secretário de Justiça no período, Washington Luís Pereira de Sousa, a PC surgiu com seis classes de delegados e alguns Distritos Policiais.
Desde então, a instituição se desenvolveu agregando sempre novas técnicas e as principais inovações tecnológicas existentes. Atualmente a Polícia Civil de São Paulo atende todos os municípios paulistas e possui órgãos e departamentos especializados em diferentes áreas, como o Denarc (Departamento Estadual de Prevenção e Repressão ao Narcotráfico), o DHPP (Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa), o DPPC (Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania).
A história da Polícia Civil paulista também é de pioneirismo no combate à violência contra a mulher, na defesa das minorias e de grupos vulneráveis. Em São Paulo foi inaugurada a primeira DDM (Delegacia de Defesa da Mulher) do Brasil e o Estado também possui a maior rede de delegacias especializadas em violência de gênero do país, com 136 unidades, sendo dez com atendimento 24 horas. Para combater os crimes motivados por orientação sexual, religiosa, cor ou raça, desde 2006 a PC paulista possui a Decradi (Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância).
Paralelamente à evolução da estrutura física e dos procedimentos de Polícia Judiciária, a instituição se adaptou rapidamente à revolução tecnológica e dos meios digitais das últimas décadas e moderniza suas práticas a cada novidade disponível. Por meio do Dipol (Departamento de Inteligência da Polícia Civil), a PC agregou ferramentas inovadoras aos processos de investigação, como o sistema de reconhecimento facial, implantou o modelo de RG Digital para toda a população paulista, e criou a Delegacia Eletrônica para facilitar o acesso da população aos serviços de segurança pública, incluindo a DDM Online.