Casem Harmonia, no Recife, foi reformada por meio de trabalho voluntário após mudança para prédio na Iputinga
Sete das oito Casas de Semiliberdade (Casem) em funcionamento em Pernambuco estão chegando ao fim do ano requalificadas. O trabalho de reforma foi desenvolvido de forma voluntária por funcionários com materiais doados por pessoas e instituições e também com recursos oriundos de arrecadações feitas pela Fundação de Atendimento Socioeducativo (Funase), instituição do Poder Executivo estadual que administra essas unidades. A entrega mais recente, feita na sexta-feira (27), foi da Casem Harmonia, que passou a funcionar no bairro da Iputinga, no Recife, e é voltada ao atendimento de adolescentes e jovens do sexo masculino.
O espaço tem vagas para até 20 socioeducandos, com quatro quartos, salas administrativas e área externa para atividades pedagógicas. Os trabalhos de reforma se concentraram na realização de pintura e outras adequações para atender a medida de semiliberdade. No prédio, que é próprio da Funase, já funcionaram outras unidades, como o Lar Santa Luzia e, até mais recentemente, o Centro de Internação Provisória (Cenip) Santa Luzia, que passou a ocupar novas instalações no bairro do Bongi. Desse modo, a Casem Harmonia é a primeira da Região Metropolitana e a segunda do Estado a operar em um edifício próprio.
“Esta casa tem uma velha história. Foi uma doação que a antiga Fundac recebeu para que funcionasse o Lar Santa Luzia, destinado às meninas. No Brasil, aquela proposta de lar foi pioneira, inclusive. Depois, veio o Cenip Santa Luzia e, agora, temos a primeira Casem no Recife a funcionar em prédio próprio. É uma casa agora adaptada à Semiliberdade. Vocês que trabalham aqui ajudaram a torná-la ainda mais acolhedora”, destacou a presidente da Funase, Nadja Alencar, durante o ato de entrega da requalificação.
A solenidade, que ocorreu com número limitado de pessoas e com respeito às normas de distanciamento social, teve a participação de funcionários envolvidos com a reforma, que ocorreu em um período de queda na demanda de adolescentes atendidos no regime de semiliberdade. “Tínhamos o desafio de fazer essa requalificação após um processo de mudança de outra casa para cá. Nosso corpo de servidores teve uma colaboração fundamental nisso”, avaliou a coordenadora geral da Casem Harmonia, Simone Custódio.
Também presente ao ato, a superintendente da Política de Atendimento da Funase, Íris Borges, ressaltou que, em um ano de tantos desafios, as pessoas que atuam na instituição têm buscado saídas na união e na criatividade. “Passamos por várias Casas de Semiliberdade e temos visto como a participação dos gestores e dos funcionários tem feito a diferença para deixar esses espaços mais humanizados. Encontramos na Casem Harmonia esse ambiente acolhedor, com a marca de quem trabalha aqui”, afirmou.
Desde agosto, o empenho voluntário de funcionários e a destinação de donativos já permitiram que fossem dadas novas roupagens às Casas de Semiliberdade situadas nos bairros de Areias, da Iputinga e do Rosarinho, no Recife, e em Caruaru e Garanhuns, no Agreste do Estado. A Casem Santa Luzia, na capital, atende adolescentes do sexo feminino e também recebeu obras. “Em plena pandemia, estamos conseguindo transformar dificuldades em oportunidades. Tem sido o exercício de olhar para dentro e buscar qualificar, cada vez mais, o atendimento”, concluiu a assessora técnica de Casas de Semiliberdade da Funase, Vitória Barros.