InícioPernambucoFabrícia e o sonho de vestir a farda da Polícia Militar

Fabrícia e o sonho de vestir a farda da Polícia Militar


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fabricia

* Por Marcionila Teixeira

Fabrícia Soares tinha 15 anos quando percebeu possibilidades mais felizes à sua volta. Aconteceu em uma sala de aula de uma escola pública, a Maria do Carmo Pinto Ribeiro, no bairro de Jardim Maranguape, no Paulista, Região Metropolitana do Recife. Na época, Fabrícia cursava o ensino médio. Assim como os demais estudantes, conhecia a preocupação da comunidade escolar com o tráfico de drogas no entorno. Era preciso uma ação transformadora e urgente. Algo que atraísse os jovens para dentro dos muros escolares. Do lado de fora, os riscos eram altos. A própria adolescente vivenciou a perda de colegas para a criminalidade. 

A transformação em Fabrícia se deu quando ela ouviu a fala da policial militar Rosinete Viana, do Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência, o Proerd, da Polícia Militar de Pernambuco. A iniciativa busca, até hoje, desenvolver uma cultura de paz dentro das escolas. Ao longo de um minicurso, PMs capacitados falam sobre prevenção ao abuso de drogas entre crianças e adolescentes. Famílias, professores e toda a comunidade escolar são  convidados a se envolverem no processo. Os PMs participantes são voluntários.

“Sempre admirei a profissão de policial militar. Mas, na época, vivia uma insegurança comum aos adolescentes. Pensava que nunca teria condições de entrar na corporação. Minha família era simples, meus pais eram autônomos. Mas quando vislumbrei aquela mulher PM na sala de aula, encarando aquele papel como uma profissional, pensei: isso é possível para mim.” Há nove anos, Fabrícia prova os resultados dessa possibilidade. Fez pedagogia, passou em um concurso da PMPE e segue soldada desde então. Também inspira outros jovens.

Aos 36 anos, integra a Gerência de Prevenção e Articulação Comunitária (Gpac), ligada à Secretaria de Defesa Social. Lá estão concentrados projetos como o Proerd, onde tornou-se instrutora. Durante o curso de capacitação para atuar no programa, Fabrícia reencontrou a mulher que lhe inspirou, a policial Rosinete. Se apresentou. Agradeceu.

Em sala de aula, Fabrícia também alimenta os próprios sonhos. Pensa que os jovens podem se espelhar em escolhas mais positivas. Gosta quando encontra brilho nos olhos dos alunos. Também percebe a necessidade de uma polícia amiga nas comunidades. Que dá a mão e orienta. “Uso meu exemplo em sala de aula. Mostro que é possível mudar rumos. Muitos até pedem para me seguir nas redes sociais”, conta.

A soldada Fabrícia também gosta de visualizar perspectivas. “Quem sabe um dia eu também não tenha esse aluno que vai se tornar um irmão de farda, alguém que eu possa inspirar para seguir o caminho do bem?”. Sementes plantadas também precisam ser regadas, pensa a policial. Pela escola, pela família e por toda a sociedade.

Na quinta-feira (10), Fabrícia entregou ao governador Paulo Câmara um kit contendo placa comemorativa pelos 20 anos do Proerd, além de bolo e uma máscara. No período, 748.352 estudantes foram impactados pelo programa. O dia 29 de agosto foi instituído pela Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), através da Lei nº 13.760, como o Dia Estadual do Proerd.

:: Marcionila Teixeira é Gerente de Produção de Conteúdo da Secretaria de Imprensa de Pernambuco e Editora-titular do Diário Oficial do Estado.

Fonte: Governo PE

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