‘Pautas Femininas’ aborda envolvimento de mulheres com tráfico de drogas e a importância da prevenção
Promotora de Justiça, Cristiane Lago, destacou que a maioria das mulheres presas por tráfico acaba se envolvendo por influência de companheiros ligados ao crime
Agência Assembleia
A promotora de Justiça Cristiane Lago, titular da 23ª Promotoria Criminal de São Luís, foi a convidada do programa ‘Pautas Femininas’ desta segunda-feira (13), transmitido pela Rádio Assembleia (96,9 FM). Na conversa com a apresentadora Josélia Fonseca, ela destacou o aumento da criminalidade entre mulheres, sobretudo nos casos relacionados ao tráfico de drogas.
“O encarceramento feminino no Brasil cresceu 600% nas últimas duas décadas, sendo que mais de 50% das mulheres presas cumprem pena por delitos relacionados à lei de drogas. O Ministério Público exerce papel fundamental não apenas na repressão, mas também na prevenção do crime”, afirmou Cristiane Lago, que também é coordenadora do projeto ‘Prevenção às Drogas – Pela Valorização da Vida’ do MPMA.
Segundo a promotora, o MPMA é o titular da ação penal e atua de forma independente. “É preciso lembrar que, além da repressão, a instituição também tem o dever legal de atuar na prevenção. Nosso projeto busca conscientizar a população a não praticar esses crimes para que possamos construir uma sociedade mais segura, com menos violência e menos prisões”, explicou.
Cristiane Lago destacou ainda que a maioria das mulheres presas por tráfico acaba se envolvendo por influência de companheiros ligados ao crime. “A maioria que responde por tráfico não começou por conta própria. Elas se envolvem por causa de relacionamentos com homens que já atuam no tráfico. E, uma vez dentro desse ciclo, é muito difícil sair”.
Para a promotora, mesmo as que tentam se manter à margem acabam sofrendo constrangimentos e consequências sérias. “Por isso, as meninas precisam estar atentas e se afastar o quanto antes dessas situações. Muitas vezes, elas acreditam que estão apenas ajudando o parceiro, guardando algo ou fazendo um favor, mas isso já configura participação no crime”, alertou.
O programa reforçou que o enfrentamento ao tráfico de drogas precisa ir além da punição, priorizando educação, informação e apoio social como caminhos para quebrar o ciclo de vulnerabilidade que leva tantas mulheres ao cárcere. “Prevenir é valorizar a vida e o combate efetivo às drogas começa com consciência e oportunidades”, finalizou a promotora.
											
				