Os produtores do Estado que estão tendo a produção comprometida em função do abortamento da vagem da soja podem acionar o seguro contratado para cobrir os prejuízos. O Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – Iapar-Emater (IDR-Paraná) publicou nota técnica nesta terça-feira (16), que deve ser apresentada para solicitar a cobertura. Técnicos relatam que há casos de perda total da colheita.
Situação semelhante foi registrada na safra 2017/18. As condições que favorecem o abortamento de vagens estão previstas no Zoneamento Agrícola de Riscos Climáticos (Zarc) e, por isso, é possível acionar o seguro.
CAUSAS – O abortamento de vagens está ligado a fatores técnicos relacionados à implantação e condução das lavouras — época de semeadura e condições gerais do solo, por exemplo —, com os eventos meteorológicos e, ainda, com a própria genética da planta. “É uma resposta fisiológica da planta frente a condições adversas de ambiente”, explicam os técnicos.
Sobre as condições climáticas, o comunicado lembra a “anomalia de precipitação” em janeiro, mês em que se observou um volume de chuvas bem acima da média histórica em diversas regiões do Estado.
Além do volume, o comunicado assinala também a grande quantidade de dias chuvosos consecutivos, como aconteceu em Guarapuava, onde choveu em 24 dos 31 dias de janeiro. Segundo a nota, essa situação pode causar saturação dos solos, o que reduz a respiração das raízes e compromete a absorção de macro e micronutrientes.
O céu encoberto por muitos dias, e a consequente diminuição da radiação solar, interfere ainda na fotossíntese com reflexos negativos na formação e enchimento de grãos.
Assinam a nota técnicas Edivan José Possamai e Ivan Bordin, coordenadores estaduais de grãos (extensão e pesquisa), juntamente com Pablo Ricardo Nitsche, coordenador da área de agrometeorologia do IDR-Paraná.
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