Com cerca de 500 pessoas e 46 equipes participantes, o hackathon Pense Agro desenvolveu uma série de projetos para levar alternativas inovadoras à agricultura familiar e ao currículo do ensino técnico agrícola do Paraná. Nesta segunda-feira (31), o Governo do Estado e a Federação dos Trabalhadores Rurais e Agricultores Familiares (Fetaep), organizadores do evento, divulgaram em uma live os dez finalistas e os três projetos vencedores da maratona de inovação.
A iniciativa tem o objetivo de fomentar a cultura da inovação na agricultura familiar e desenvolver soluções tecnológicas para os colégios agrícolas paranaenses, um primeiro passo para a implantação do projeto-piloto da Escola Agrícola 4.0.
A proposta do Governo do Estado é utilizar a estrutura da Granja do Canguiri, antiga residência oficial dos governadores, em um espaço de suporte ao Colégio Estadual de Educação Profissional (CEEP) Newton Freire Maia, que fica próximo ao imóvel, localizado em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba.
Os alunos do CEEP e de outras escolas agrícolas paranaenses participaram ativamente do hackathon, promovido em um fim de semana, entre os dias 21 e 23 de agosto. A proposta era que as equipes desenvolvessem soluções voltadas para as áreas de Energias Renováveis, Uso e Reúso da Água e Horticultura em Condições Climáticas Adversas.
A ideia é que elas sejam aplicadas tanto na escola, que funcionará como um laboratório de práticas inovadoras, como nas pequenas propriedades rurais do Estado.
De acordo com o secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, os projetos desenvolvidos durante a maratona podem ser avaliados por parceiros, para que as soluções sejam aplicadas no campo. “A maior parte da produção atual está apoiada no conhecimento e na inovação. As ciências agronômicas trazem fundamentos essenciais, mas a agricultura precisa estar pautada em propostas modernas, utilizando a inteligência artificial, internet das coisas e outras tecnologias disponíveis”, disse.
Segundo ele, iniciativas como esta trazem a inovação para o ensino técnico, fazendo com que os estudantes colaborem com a evolução das práticas agrícolas, aplicando a tecnologia no resultado final. “São soluções que ajudam a diminuir custos, tornam a prática mais sustentável e deixam o processo menos penoso para o agricultor, além de influenciar na produtividade”, afirmou.
O presidente da Fetaep, Marcos Brambilla, destacou a qualidade dos projetos apresentados pelas equipes participantes. “Foi surpreendente a quantidade e qualidade do conteúdo apresentado. Foram criados projetos fantásticos, que podem ser aproveitados nas pequenas propriedades, permitindo que a agricultura familiar paranaense possa usufruir dessas tecnologias para crescer cada vez mais”.
VENCEDORES – Cada uma das categorias contou com desafios próprios, que precisavam de uma solução que deveria ser proposta pelas equipes. Durante a maratona, os participantes foram acompanhados por mentores, profissionais de diferentes áreas que ajudaram no desenvolvimento das iniciativas. Eles também tiveram que elaborar um pitch, uma espécie de apresentação do projeto, mostrando a aplicabilidade das ferramentas na prática.
Um time de jurados escolheu as dez melhores iniciativas, selecionando os destaque de cada área. Entre os finalistas, três foram escolhidos vencedores, que vão receber prêmios em dinheiro, consultorias e aceleração no programa Startup Level One, do Sebrae/PR.
A primeira colocada foi a equipe Electricow (https://penseagro.paniclobster.com/teams/41), que projetou uma solução sustentável para a ordenha mecânica na bovinocultura, uma alternativa para a queda de energia e que também traz economia na conta de luz. Trata-se de um tapete que utiliza a piezoeletricidade e é capaz de gerar energia a partir dos passos de pessoas ou animais para abastecer o processo de ordenha de leite.
Em segundo lugar ficou a equipe Diagneasy (https://penseagro.paniclobster.com/teams/20), que criou uma solução para ajudar o produtor rural a obter um diagnóstico antecipado, permitindo o controle inteligente de pragas e doenças. Utilizando instrumentos já presentes no mercado, como armadilha de insetos e canos de PVC, o sistema atrai os insetos e coleta esporos no ar. As estruturas são ligadas a um sistema de inteligência artificial, permitindo que o produtor acesse as informações por meio de um aplicativo.
O projeto SmartDrop (https://penseagro.paniclobster.com/teams/33), uma startup de inteligência hídrica, ficou na terceira posição. A equipe desenvolveu um sistema de irrigação eficiente, com a inserção de sensores para medir o grau de umidade do solo, para condicionar a irrigação conforme a necessidade da planta, sem gastos desnecessários de água. O sistema também gera um banco de dados com relatórios sobre as condições do solo e o volume de água desprendido em cada cultura.
Todos os projetos desenvolvidos no hackathon ficarão disponíveis no site www.penseagro.pr.gov.br.
INICIATIVA – O Pense Agro foi promovido pela Fetaep, com apoio do Governo do Estado. A coordenação foi das superintendências gerais de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti) e de Inovação, com apoio das Secretarias de Estado da Educação e do Esporte; da Agricultura e do Abastecimento; e do Planejamento e Projetos Estruturantes; da Paraná Projetos e do Sebrae/PR e patrocínio da Copel, Celepar, Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) e da Huqsvarma. A metodologia do hackathon foi desenvolvida pela Startup Panic Lobster.
O coordenador estadual de Ciência e Tecnologia da Seti, Paulo Parreira; e o superintendente geral de Inovação, Henrique Domakoski, também participaram da live que divulgou os vencedores.
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