A ocorrência de chuvas no final de setembro possibilitou que produtores paranaenses de feijão da safra das águas acelerassem o plantio nesta semana. Esse é um dos assuntos abordados pelo Boletim de Conjuntura Agropecuária nesta semana de 4 a 9 de outubro. O documento, produzido por técnicos do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná, também analisa a situação de outras culturas do Estado.
Depois de um longo período de forte estiagem em todo o Paraná, as chuvas retornaram nos últimos dias de setembro e possibilitaram que os produtores de feijão dessem continuidade ao plantio da safra das águas. Com condições mais favoráveis no solo, a área semeada, que era de 35% até setembro, teve aumento significativo nesta primeira semana de outubro, alcançando 55%.
A estimativa é que o Estado tenha área produtiva de 148,9 mil hectares na safra, o que significa uma redução de 2% em relação ao ciclo anterior. Isso deve se refletir também na produção, estimada em torno de 300,6 mil toneladas, representando 5% a menos que no ano passado.
Para o produtor, no entanto, o preço é favorável. Em setembro, o valor médio recebido foi de R$ 252,88 a saca de 60 quilos de feijão classe cores, um aumento de 31% em relação ao mês anterior. O feijão classe preto, por sua vez, rendeu 7% a mais para o agricultor, em comparação com agosto, chegando a R$ 240,13 a saca.
MILHO, SOJA E ARROZ – Para o milho, as condições climáticas ainda não são as ideais, por isso o plantio da primeira safra 2020/21 está lento e esta semana fechou com 65% de uma área total de 360 mil hectares. Para a segunda safra, que tem previsão de início de semeadura em janeiro, há muita incerteza, em razão do atraso no plantio da soja provocado pela estiagem e, consequentemente, de sua colheita.
O boletim desta semana também fala da produção de arroz no mundo, que gira em torno de 745 milhões de toneladas, e no Brasil, onde se produz 11,1 milhões de toneladas. O Paraná tem uma produção modesta de cerca de 150 mil toneladas. A liderança brasileira é do Rio Grande do Sul, com estimados 7,9 milhões de toneladas.
PERA E BATATA – Na fruticultura, o documento preparado pelos técnicos do Deral destaca a produção da pera, undécima fruta mais produzida no mundo. No Brasil, é cultivada em 1,3 mil hectares e foi a 21.ª fruta em volume colhido, com 19,8 mil toneladas, segundo dados de 2018. O Paraná é o terceiro maior produtor, com destaque para Araucária e Lapa.
Também é dedicado um espaço para análise da cultura da batata, produzida por 157 países. O Brasil é tradicional produtor, ocupando o 21.º lugar no ranking mundial, com 3,6 milhões de toneladas em 2018. O Paraná é o segundo produtor, atrás de Minas Gerais, com 748 mil toneladas.
PECUÁRIA – Ao falar da pecuária de corte, o boletim analisa o acréscimo na exportação brasileira de carne bovina. Entre janeiro e agosto, foram vendidos 11% a mais que no mesmo período do ano passado, com as receitas aumentando 23%. A oscilação no preço de ovos também é assunto abordado pelo Deral.
O documento traz, ainda, informações sobre a produção e o mercado de mel, particularmente o paranaense. Também há dados relativos à cultura da mandioca. Devido à estiagem, a colheita foi dificultada e houve redução do produto, provocando acirrada disputa entre indústrias de fécula e de farinha, com consequente reação nos preços.
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