A Universidade Estadual de Londrina (UEL) criou um aplicativo voltado a auxiliar a amamentação de bebês prematuros, o Amamenta Coach, desenvolvido pela doutoranda Gabriela Ramos Curan, do Programa de pós-graduação em Enfermagem (doutorado) do Centro de Ciências da Saúde (CCS).
O trabalho de Gabriela é orientado pela professora Edilaine Giovanini Rossetto, do Departamento de Enfermagem.
Personalizável, o aplicativo pode ser utilizado para prematuros de diferentes níveis e conta com links para mães de prematuros, vídeos, playlists de músicas relaxantes depois da jornada de amamentação, entre outros. “É um aplicativo completo para auxiliar as mães desses bebês. A jornada de amamentação de um prematuro pode ser extenuante e demandar muitas horas da enfermagem”, afirma Gabriela.
Segundo a pesquisadora, a autoconfiança da mãe é um dos fatores mais importantes para o sucesso da amamentação do prematuro. Muitas vezes, também é preciso ajudar a mãe a vencer a ansiedade e o medo da amamentação. Além de os bebês prematuros apresentarem dificuldades de sucção, deglutição e respiração para mamar no seio, ainda há as questões envolvendo a mãe. “Se não há essa participação do bebê, a mãe vai apresentar dificuldades para produzir leite, pois, para que isso ocorra, é preciso que ele mame”, salientou a orientadora Edilaine.
CONEXÃO BRASIL VERSUS CANADÁ – O Amamenta Coach começou a ser desenvolvido no Brasil no início do doutorado de Gabriela, desde 2019, e agora continua em desenvolvimento no Canadá. Isso porque Gabriela foi para um doutorado sanduíche no país para aprimorar o aplicativo, que ganhará uma versão em inglês futuramente. Na ocasião da ida para o Canadá, a estudante estabeleceu uma parceria com um grupo de pesquisa na área materno-infantil da Universidade de Toronto, sob co-orientação da professora Cindy-Lee Dennis.
O aplicativo já passou por avaliações de especialistas em neonatologia no Canadá e também no Brasil. Em Londrina, um estudo recente com 55 mães de bebês prematuros foi realizado no Hospital Universitário (HU/UEL) no segundo semestre de 2021. Os dados ainda estão sendo analisados por Gabriela. “Porém, sabemos que um estudo que comprove a eficiência do aplicativo na melhora da autoconfiança da mãe e nas taxas de aleitamento materno deve ser feito com uma amostra maior de indivíduos”, ressalta a pesquisadora.
ESTUDO MULTICÊNTRICO – Outro estudo está em andamento, desta vez de forma multicêntrica e com mais participantes, em Londrina e em Goiás, em parceria com o Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade Federal de Goiás (UFG). Para participar, é necessário que os bebês tenham nascido no Hospital Universitário da UEL ou no Hospital das Clínicas da UFG.
As pesquisadoras informam que o processo de registro do app Amamenta Coach está em andamento junto ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), sob intermédio da Agência de Inovação Tecnológica (Aintec).
Fonte: Agência Estadual de Notícias