As equipes do “Na Fábrica” visitaram as dependências da Cooperativa Agrícola Mista de Tomé Açú (Camta), no nodeste paraense. Foi mais um capítulo da interação direta entre a base produtiva e o Governo estadual, proporcionada pelo projeto com o intuito de valorizar e potencializar as vocações produtivas locais, além de promover a comercialização em larga escala.
O objetivo do projeto, destaca a Sedeme, é garantir a presença do Governo do Pará e da entidade representativa do setor produtivo no segmento industrial por meio de visitas às unidades fabris, para conhecer e entender a estrutura produtiva e de competitividade de cada uma, criando, posteriormente, um canal de relacionamento, para que as políticas públicas sejam plenamente efetivadas. No caso da Camta, a busca por estímulo tributário teve retorno positivo no mês de setembro, com a renovação do incentivo fiscal já concedido pelo Governo do Pará anteriormente.
“Essa visita foi fantástica, eu fiquei muito bem impressionado com a empresa. Uma empresa que emprega mais de 150 pessoas do município, que, felizmente, nós conseguimos incentivar ela em setembro. É uma empresa de ponta, de primeira”, afirma o titular interino da Secretara de Estado de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia (Sedeme), Carlos Ledo. A Sedeme, a Federação das Indústrias do Pará (Fiepa) e a Companhia de Desenvolvimento Econômico do Estado (Codec) realizam o projeto.
A Camta é uma empresa com quase 90 anos de existência no mercado com a produção de hortaliças, arroz e pimenta-do-reino mas, devido ao declínio desta última cultura precisou expandir seu campo de atuação através do consórcio de várias espécies de plantas frutíferas e florestais nas áreas decadentes de pimenta, diversificando a produção por meio do desenvolvimento de Sistemas Agroflorestais em Tomé- Açu (Saftas), que transformaram a região em importante polo exportador de frutas tropicais e referência no desenvolvimento, inovação e disseminação da tecnologia de SAFs, no Brasil, Bolívia e Ghana, na África.
Atualmente, a Camta comercializa cerca de 400 toneladas de polpas de fruta por mês, com destino aos municípios do Pará, Maranhão, São Paulo, além de países como Japão, parte da Europa e Estados Unidos.
“Agora nós estamos trabalhando com produtos de maiores valores agregados, que é o sorbet e a fruta in natura, nós apostamos muito no potencial do Pará”, complementa Alberto Oppata, presidente da Cooperativa.
“A gente fica muito feliz por que é essa a ideia: o Estado conhecer as suas indústrias e, com isso, poder fazer benefícios pontuais e necessários para a região ainda crescer muito mais”, afirmou o vice-presidente da Fiepa, o engenheiro José Maria Mendonça, que fez questão de ressaltar a importância de se priorizar a marca da Amazônia.
O cooperativismo também foi um ponto observado pela comitiva. “A Camta é uma cooperativa quase que secular no Estado do Pará, muito organizada, referência para o cooperativismo da Amazônia, bem sustentável, sempre com um apelo social muito forte, sem deixar de ser produtiva”, avalia o diretor de Atração de Investimentos da Codec, Manoel Ibiapina, que na visita a Tomé-Açu representou o presidente da Codec, Lutfala Bitar.
“Desde o ano passado, início da nossa gestão, nós nos aproximamos muito do cooperativismo, e a Camta é um parceiro que está desde sempre buscando essa renovação. Nós estamos num projeto muito forte com o Sistema OCB e Sescoop, visando a atender as indústrias cooperativistas também com incentivo fiscal”, afirmou o coordenador de Desenvolvimento Econômico da Sedeme, Mauro Barbalho.
Além da Camta, em Tomé Açú, o projeto “Na Fábrica” já passou pelas empresas Poly Perfil, Açaí Rajá, grupo Bellamazon, Papaguara e Vitória, Açaí World, Tintas Veloz, todas na Região Metropolitana de Belém (RMB), e ainda visitou a Companhia Têxtil, em Castanhal.