A Polícia Civil do Pará deflagrou na manhã desta quarta-feira (24), mega operação na cidade de Bragança, nordeste paraense. Foram cumpridos mandados de prisão e de busca e apreensão na casa de homens que participaram direta ou indiretamente em crimes de homicídios, cometidos no Pará. No total, 17 pessoas foram presas, uma das quais em Belém. Entre os alvos, seis policiais militares, que atuavam ativamente na cidade, mas tinham envolvimento com irregularidades. A corregedoria da PM deu apoio à força-tarefa.
Ao todo, 36 mandados judiciais foram efetivados, 20 de busca e apreensão e 16 mandados de prisão preventiva. Três pessoas também foram presas com armas de fogo sem o respectivo porte legal ou por estarem em posse de entorpecentes.
A primeira prisão foi feita ainda nos primeiros minutos da manhã, no bairro Perpétuo Socorro, periferia de Bragança. A ação dos policiais da Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais (CORE) durou cerca de 3 minutos, da chegada à residência até a prisão do alvo.
No momento em que foi abordado, o homem tentou atirar utilizando uma arma de fogo contra os policiais, mas foi rapidamente imobilizado, sem nenhum disparo. Na casa do homem foram encontradas 3 armas com a numeração de série raspada, munição sem identificação, uma farda militar, drogas e quatro aparelhos celulares.
Todos os acusados capturados na cidade conhecida como “Pérola do Caeté” foram levados para a delegacia, juntamente com todo o material apreendido. Entre os itens estavam cerca de 15 revólveres, munição, dinheiro, colete balístico e até fardamento policial falso.
DOIS ANOS
Em coletiva à imprensa, realizada no início da tarde desta quarta-feira (24), o delegado Geral da Polícia Civil do Pará, Walter Resende, disse que o material apreendido servirá para esclarecer crimes na região. “Algumas das armas são de grosso calibre, que estavam ou na residência dessas pessoas ou em poder dos mesmos. Apreendemos também celulares, munições. Tudo isso agora será analisado, porque a gente acredita que, com essas prisões, com essas apreensões, a gente vai ter condições de desvendar outros crimes, não apenas de Bragança, mas também daquela região”, enfatizou o delegado.
Resende, que acompanhou a operação durante as investigações e na execução, disse ainda que a operação Taiguara terá outros desdobramentos: “Essa é a primeira etapa, que vai prosseguir após os interrogatórios e a análise do material, já que agora vamos poder fazer comparação balística nos instrumentos apreendidos.
O trabalho de investigação durou dois anos. Mais de 100 policiais civis participaram da força-tarefa, que foi coordenada pela Divisão de Homicídios, que tem sede em Belém. Grande parte dos policiais saíram da capital e percorreram mais de 200 quilômetros até o município de Bragança.
O titular da DH, Cláudio Galeno, enfatizou que a ação ocorreu após uma série de denúncias, que, a principio, relatavam execuções de pessoas na cidade de Bragança e cidades vizinhas: “Tudo se iniciou, primeiramente, no ano de 2018, quando a Divisão de Homicídios conseguiu desvendar o assassinato do radialista Jairo Sousa: “Foi quando tivemos fundamento suficiente para desdobrar uma outra operação, justamente essa que estamos apresentando hoje”.
Além da Divisão de Homicídios, participaram da operação a Diretoria de Polícia do Interior, o Núcleo de Inteligência da Polícia Civil do Pará, a Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais e a Polícia Militar, por meio da sua corregedoria.
Foram lavrados os autos de prisão e, após serem ouvidos, os presos foram enviados para exame de corpo de delito e ficarão à disposição da Justiça em um presídio estadual.