Infectologista do Hospital Público Estadual Galileu, em Belém, a médica Sheila Carneiro afirma que o diagnóstico precoce da infecção por HIV reduz o impacto do vírus, causador da Aids, no organismo. “Quanto mais cedo for diagnosticado o contágio, mais rápida será iniciada a terapia antirretroviral, que evita o enfraquecimento do sistema imunológico”, orienta a especialista, reforçando que “a terapia é fundamental para prevenir a evolução de doenças oportunistas que causam a Aids”.
Mesmo vivendo com o HIV, ressalta a médica, a pessoa pode ter uma qualidade de vida semelhante à de quem não foi infectado pelo vírus se o tratamento for feito da forma correta.
Carla Queiroz, enfermeira no Hospital Galileu, explica a fase em que pessoas com HIV não apresentam sintomas. “Desde o momento da infecção até o surgimento dos sintomas ocorre a fase assintomática da infecção pelo HIV, que dura em média de 8 a 10 anos. Nesse período, a infecção só pode ser detectada por meio de análises clínicas específicas”, frisa a enfermeira.
Segundo ela, hoje é possível conviver com a infecção preservando a qualidade de vida. “A pessoa soropositiva pode viver anos sem desenvolver a doença”, garante, mas ressaltando que “pode transmiti-la para outras pessoas por meio de relações sexuais desprotegidas, compartilhamento de seringas contaminadas ou de mãe para filho durante a gravidez e amamentação”.
Neste mês, instituído como Dezembro Vermelho em alusão à luta mundial contra a Aids, o objetivo é conscientizar as pessoas sobre a importância da prevenção, diagnóstico e tratamento da doença.
Cuidados para evitar – O vírus HIV pode ser transmitido de diversas maneiras, exigindo cuidados específicos para que não haja a transmissão:
– Relação sexual: o vírus pode ser transmitido em toda e qualquer relação sexual. Por isso, o uso do preservativo é necessário durante todo o ato sexual;
– Transfusão de sangue: o HIV pode, também, ser transmitido por meio de transfusão de sangue contaminado. É necessário exigir sangue com certificado de teste para Aids;
– Materiais que perfuram a pele: o compartilhamento de seringas, agulhas e outros materiais que perfuram ou cortam a pele representa risco para a infecção pelo HIV. Se o sangue de uma pessoa contaminada fica no material, o vírus passa para quem usá-lo. É recomendado utilizar sempre materiais descartáveis;
– Gravidez e amamentação: a mulher infectada pelo HIV pode passar o vírus para o feto na gestação, no parto ou durante a amamentação, se não fizer a prevenção da transmissão vertical – da mãe para o filho. Existem medicamentos que podem reduzir a 1% o risco de transmissão do vírus. O exame de sangue e o controle pré-natal desde o começo da gravidez são importantes para proteger o bebê.
Como não se transmite HIV – Contato físico, troca de carícias, picada de insetos, saliva, lágrima, suor e espirro, uso do banheiro, vaso sanitário e piscina, além de copos e talheres, não são formas de transmissão do vírus HIV.