InícioParáHospital Ophir Loyola alerta sobre o câncer de próstata

Hospital Ophir Loyola alerta sobre o câncer de próstata


O mês de novembro é dedicado à conscientização da saúde masculina e marcado por diversas ações no mundo todo para alertar, principalmente, sobre o câncer de próstata e as principais doenças que atingem o homem. O movimento Novembro Azul surgiu em Melbourne, na Austrália, em 2003, quando os amigos Travis Garone e Luke Slattery, incentivados pela campanha da mãe de um colega, que levantava fundos para o combate ao câncer de mama, tiveram a ideia de transformar o bigode no símbolo da saúde masculina.

No Brasil, o movimento chegou em 2008 por meio do Instituto Lado a Lado pela Vida em conjunto com a Sociedade Brasileira de Urologia, com os mesmos objetivos da campanha original. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o câncer de próstata é o segundo tipo mais comum, ficando atrás apenas do de pele não-melanoma. Ainda de acordo com o instituto, a estimativa para 2020 é de 65.840 novos casos no país.

A doença é o tipo de câncer mais incidente entre os homens paraenses: são esperados 930 casos novos somente para este ano. Atualmente, o Hospital Ophir Loyola (HOL), referência estadual em oncologia, atende 224 pacientes com a enfermidade.

O câncer de próstata é uma neoplasia maligna que acomete os homens a partir dos 50 anos de idade, atingindo seu pico de incidência em torno dos 60 a 65 anos. O tumor se desenvolve na próstata, glândula do sistema reprodutor masculino, responsável por produzir fluido seminal, líquido espesso que contém espermatozoides. Localizada abaixo da bexiga e à frente do reto, a glândula envolve a parte inicial da uretra, canal por onde a urina armazenada na bexiga é eliminada. É considerada uma doença da terceira idade, já que a maioria dos casos costuma ocorrem a partir dos 60 anos.

Além da idade avançada, outros fatores de risco contribuem para o aparecimento da neoplasia, como histórico familiar, pai ou irmão com a doença, excesso de gordura corporal, dieta rica em gorduras e pobre em fibras, frutas e vegetais; exposição a aminas aromáticas, arsênio e produtos de petróleo, comuns nas indústria química e mecânica. Segundo o urologista do HOL, Frederico Andrade, o fumo, a obesidade e o sedentarismo não são fatores determinantes diretos, mas influenciam no desenvolvimento de um ambiente celular propício para o aparecimento das neoplasias malignas.

O diagnóstico é feito por meio do exame para avaliar a dosagem do PSA (Antígeno Prostático Específico) e do exame de toque retal, sendo um complementar ao outro e devem ser realizados a partir dos 50 anos, homens com histórico familiar de câncer de próstata devem fazer a partir dos 45 anos. Outros exames de imagem podem ser solicitados como tomografia, ultrassonografia e ressonância magnética. A confirmação é feita através da biópsia, onde é retirada amostras de tecido da glândula para análise.

“Os homens são mais desligados, não costumam cuidar da saúde. Quando falamos em exame digital da próstata, o preconceito ainda é enorme, principalmente nos países latinos, em especial no Brasil. Apesar da realização ser rápida e indolor, muitos evitam e, por este motivo, só procuram ajuda quando os sintomas já estão incomodando”, explica o especialista.

Nas fases iniciais, o cancro da próstata pode ser assintomático, a maioria dos pacientes não apresentam nenhum ou sintomas leves, muitas vezes parecido com o crescimento benigno da próstata, como dificuldade de urinar, sensação de esvaziamento incompleto da bexiga. Nos estágios mais avançados, além dos sintomas urinários, podem surgir dor óssea, insuficiência renal e infecção generalizada.

A escolha do tratamento depende do estágio da doença e do estado do paciente. São utilizadas a cirurgia (prostatectomia), que é a retirada de toda próstata e vesícula seminal, radioterapia e terapia hormonal. “É de extrema importância que os homens façam os exames de rotina, para que qualquer doença seja identificada e tratada precocemente. Em caso do câncer de próstata em fases iniciais, a chance de cura é superior a 90%”, enfatiza o médico.

O designer Francisco Farias, 56 anos, descobriu que estava doente depois de uma consulta de rotina. “Eu não sentia nada, fui no médico levar meus exames durante uma consulta e meu PSA estava alterado. Ele me passou antibiótico e pediu para refazer os exames quando acabasse a medicação, mas continuava alterado, então fui encaminhado para o urologista que me diagnosticou”.

Francisco conta que a notícia o abalou muito. “Nós nunca estamos esperando para receber um diagnóstico de câncer, isso mexeu comigo! Deixo um alerta: façam os exames, procurem um médico, é uma doença silenciosa e pode ser que se descubra tarde demais. O exame de toque é um exame normal, esse preconceito é bobo e não deveriam ter. A saúde é mais importante do que o preconceito”.

Fonte: Governo PA

Últimas Notícias

MAIS LIDAS DA SEMANA