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Fiscalização tributária apreende 104 mil latas de cerveja e mais de 5 mil unidades de tábuas

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Uma equipe de auditores da Receita da Secretaria de Economia do Distrito Federal (Seec) apreendeu aproximadamente R$ 638 mil em bebidas alcoólicas. As ações aconteceram na manhã de segunda-feira (16), e na madrugada desta terça-feira (17), durante fiscalização na DF-290 e no Gama. A lista de produtos irregulares é composta por 104 mil unidades de latas de cerveja e 5.221 unidades de tábuas de pinus.

Fiscalização realizada na DF-290 e no Gama resultou na apreensão de produtos que somam mais de R$ 630 mil | Foto: Divulgação/Seec

“Verificamos que as documentações fiscais apresentadas possuem declarações divergentes em relação à carga contida no veículo. Esse procedimento adotado pelos sonegadores tem sido objeto de combate pelas equipes de fiscalização da Secretaria de Economia, pois trabalhamos 24 horas por dia sete dias por semana”, explica o coordenador de Fiscalização Tributária da Seec, Silvino Nogueira Filho. As apreensões resultaram em cerca de R$ 388 mil em créditos tributários (impostos e multas).

Foram apreendidas 104 mil latas de cerveja | Imagem: Divulgação/Seec

Os produtos entrariam em circulação com notas fiscais inidôneas, com erros de registro e falsas informações, que seriam usadas por vendedores e compradores para sonegar impostos.

A operação foi conduzida pela Gerência de Fiscalização de Mercadorias em Trânsito (GEFMT). A sonegação do ICMS é um crime contra a ordem tributária. A Secretaria de Economia atua na fiscalização para que os recursos sejam devidamente registrados e pagos, de modo a serem utilizados pelo estado como receitas tributárias aplicadas no desenvolvimento de políticas públicas do DF.

Fonte: Agência Brasília

Com apoio do Estado, indústria acreana se prepara para promover negócios em feiras no Peru

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Após o sucesso no volume de negócios na edição da Expoacre, em Rio Branco, empresários acreanos do setor industrial se preparam para participar de duas feiras internacionais: a Expo Amazônica Madre de Dios, que será realizada em Puerto Maldonado de 19 a 22 de setembro e a Expoalimentaria, em Lima, entre os dias 25 e 27, também do mês setembro.

Setor industrial comemora bons resultados da balança comercial e do volume de negócios da Expoacre. Foto: Jairo Carioca/Seict

Em encontro técnico no início da noite desta segunda-feira, 16, a Federação das Indústrias do Estado do Acre (Fieac), a Secretaria de Estado de Indústria, Ciência e Tecnologia (Seict) e a Agência de Negócios do Acre (Anac) definiram as estratégias para participação nos eventos que têm objetivos distintos, mas, interesses comuns à política de comércio exterior promovida pelo Estado.

O titular da Seict, Assurbanipal Mesquita, destacou que os eventos são importantes para a promoção de produtos acreanos no mercado andino. “A primeira feira, a Expo Amazônica, proporciona às indústrias locais a capacidade de produtos e serviços de toda a Amazônia, envolvendo os setores da biodiversidade e inovação tecnológica”, destacou.

Ainda de acordo Mesquita, a Expoalimentaria é a maior plataforma de negócios para a indústria de alimentos latino-americana, reunindo setores como: alimentos e bebidas, serviços, maquinários, embalagens, tecnologia e inovação. “O empresário que vai participar da Expo Amazônica pode esticar o roteiro para Lima, onde acontece a Expoalimentaria. Os resultados das prospecções realizadas ano passado são positivos, assim como, as negociações realizadas na Expoacre”, acrescentou o gestor.

As instituições fazem o chamamento para empresários do setor participarem dos eventos ou enviarem produtos e o portifólio para exportação. “A mobilização é no sentido de aproximar a oferta do que temos para exportar e, nesse sentido, atrair investimentos para aquecer a economia. A parceria com a Fieac é fundamental para o sucesso da nossa participação nos eventos”, disse a diretora de planejamento da Anac, Jaurícia Ferreira.

Fonte: Governo AC

Audiência debaterá Plano de Intervenção Urbana do Lago Sul

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A Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação (Seduh-DF) promoverá uma audiência pública no dia 21 de outubro, a partir das 19h, para apresentar à população os estudos sobre o Plano de Intervenção Urbano (PIU) do Lago Sul, com propostas elaboradas pela pasta para trazer melhorias aos espaços públicos da região administrativa. A convocação para a audiência foi publicada no Diário Oficial do Distrito Federal (DODF) dessa segunda-feira (16).

A audiência será presencial e de livre acesso, na sede da Administração Regional do Lago Sul, localizada na SHIS QI 11, Área Especial n° 1. O encontro também será transmitido pelo YouTube, por meio do canal Conexão Seduh.

A audiência pública visa apresentar à população os estudos sobre o Plano de Intervenção Urbano do Lago Sul, com propostas para trazer melhorias aos espaços públicos | Foto: Divulgação/ Seduh-DF

“A audiência pública é uma etapa importante para aproximar a sociedade dos estudos técnicos e objetivos desenvolvidos pela Secretaria, pois é a população quem mais conhece a dinâmica dos locais em que vive”, afirmou a subsecretária de Desenvolvimento das Cidades da Seduh, Letícia Luzardo.

Alterações na Luos

“As propostas de intervenção irão garantir melhorias na forma e utilização do espaço urbano e, para tanto, é necessário identificar as demandas da população”

Renato Benatti, chefe de gabinete da Administração Regional do Lago Sul

O evento também será uma oportunidade para apresentar a minuta do Projeto de Lei Complementar que propõe alterações à Lei Complementar n° 948/2019, que trata da Lei de Uso e Ocupação do Solo (Luos). O objetivo é acrescentar à lei algumas das mudanças propostas no PIU do Lago Sul, entre elas, a promoção de mobilidade ativa, a requalificação no entorno das áreas comerciais e a dinamização da Luos para permitir o desenvolvimento econômico do local.

Para colocar o Plano em prática, a equipe técnica da Seduh fez um levantamento completo em toda a região ao longo de meses. Um dos principais problemas detectados foi a falta de acessibilidade com calçadas estreitas ou invadidas.

“As propostas de intervenção irão garantir melhorias na forma e utilização do espaço urbano e, para tanto, é necessário identificar as demandas da população de forma a prover melhorias na cidade”, pontuou o chefe de gabinete da Administração Regional do Lago Sul, Renato Benatti.

Formulação

A formulação do PIU contou com sugestões da equipe da Administração Regional do Lago Sul e com uma consulta pública, aberta pela Seduh para receber as contribuições da população.

Toda a informação necessária para subsidiar o debate na audiência, como a minuta do Projeto de Lei e os relatórios técnicos, está disponível no site da Seduh, na parte sobre Audiências Públicas. Sugestões, contribuições e questionamentos deverão ser enviados exclusivamente para o e-mail sudec@seduh.df.gov.br, até a data da audiência pública.

Trâmite

Depois da audiência pública, o projeto ainda precisa passar pelo aval do Conselho de Planejamento Territorial e Urbano (Conplan). Essa será a última etapa no Poder Executivo, antes que o texto seja enviado para análise da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF).

Audiência pública sobre o Plano de Intervenção Urbana do Lago Sul

• Data – 21 de outubro
• Horário – 19h
• Local – Sede da Administração Regional do Lago Sul
• Transmissão – Pelo YouTube, no canal Conexão Seduh

*Com informações da Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação

Fonte: Agência Brasília

Em parceria com os Municípios e a União, Estado atua no combate às queimadas no Juruá

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Em épocas de eventos climáticos extremos, em que a seca assola o país, no Vale do Juruá, segunda maior e mais populosa região do Acre, os esforços conjuntos do governo do Estado, da União e dos  Municípios têm sido essenciais para combater as queimadas, garantindo assistência necessária à população afetada.

Seca extrema colabora para aumento das ocorrências de queimadas no Juruá. Foto: Marcos Santos/Secom

Essas intervenções salvam vidas e colaboram para manter a floresta em pé. “O fogo foi consumindo a mata próxima à minha casa, num dia em que não estávamos em casa”, conta José Airton Diniz, morador da Estrada da Variante, zona rural de Cruzeiro do Sul.

Para que as chamas não destruíssem a casa da família de Diniz e uma residência ao lado, a intervenção do Estado, por meio do Corpo de Bombeiros Militar, foi fundamental. “Se não fossem eles [Corpo de Bombeiros] teríamos perdido casa e todos os nossos bens. Foi um susto enorme quando chegamos em casa, e nos deparamos com a situação. Eu, a minha família e a família do meu sogro, que são nossos vizinhos, somos gratos pelo excelente trabalho realizado”, proferiu Diniz.

“Um trabalho que ajuda a preservar o pulmão do planeta”, define Manoel Felipe Martins, morador da zona rural de Mâncio Lima, localidade que apresentou inúmeros focos de queimadas. “Por isso, devemos dar graças a quem merece. O Estado, em especial os agentes do Corpo de Bombeiros, e todos os envolvidos estão de parabéns”, finaliza.

Operação Fogo Controlado

Para enfrentar as queimadas, o governo do Estado, em parceria com Municípios e a União, instaurou a Operação Fogo Controlado em todo o território acreano. A força-tarefa, coordenada pelo Corpo de Bombeiros, iniciou-se no dia 28 de junho deste ano, e na região já somam 771 ocorrências, superando a demanda de 2023.

Estado, Municípios e União têm garantido o controle das queimadas na região. Foto: cedida

Ao todo, 38 agentes e 17 veículos são usados no combate aos focos de incêndios no Juruá. “O governador Gladson Cameli determinou que a estrutura estatal fosse colocada à disposição para apoiar a Operação Fogo Controlado. Quero agradecer a todas as representações do governo no Juruá que foram acionadas e nos deram suporte, além das prefeituras de Cruzeiro do Sul e de Mâncio Lima, que nos ajudam no que é possível. É assim, com união, que trabalhamos para ajudar a população”, ratifica Raquel Batista, chefe do Gabinete do Governo no Juruá.

Raquel Batista: “Com união, trabalhamos para ajudar a população”. Foto: Marcos Santos/Secom

Jozadaque Ibernon, comandante do 4° Batalhão do Corpo de Bombeiros, com sede em Cruzeiro do Sul, informa que existem equipes fixas atuando em Porto Walter, Rodrigues Alves e Mâncio Lima. O gestor explica, ainda, que nos casos de registros de queimadas em áreas de preservação ambiental, seja em âmbito estadual ou federal, os esforços da operação se concentram em atender as regiões afetadas, com foco em dar respostas positivas aos incêndios florestais, de modo a impedir que os focos atinjam as áreas de preservação.

Chamas não atingiram área de preservação ambiental, em Mâncio Lima. Foto: cedida

É o caso da Área de Relevante Interesse Ecológico (Arie), localizada em Mâncio Lima, que apresentou na zona ao seu redor, chamada de amortecimento, mais de 30 focos de queimadas. “O fogo não atingiu a área de conservação”, esclarece Jozadaque Ibernon. “Ali, a nossa atuação segue, pois estamos realizando o levantamento de novos focos de calor. Caso sejam identificados, estamos prontos para intervir”, reforça.

Jozadaque: “Nossos esforços garantem que hoje o cruzeirense respire um ar com melhor qualidade”. Foto: Marcos Santos/Secom

O comandante enfatiza que os esforços conjuntos, que contaram com a participação das secretarias estaduais do Meio Ambiente (Sema) e da Agricultura (Seagri), do Departamento de Estradas de Rodagens do Acre (Deracre), do Instituto de Meio Ambiente do Acre (Imac) e do Serviço de Água e Esgoto do Estado do Acre (Saneacre), foram cruciais no combate aos focos de queimadas.

“O trabalho feito naquele lugar colaborou para que, neste momento, possamos respirar um ar com melhor qualidade em Cruzeiro do Sul, diminuindo consideravelmente a densa camada de fumaça que cobria os céus da região”, pontua Jozadaque.

Fiscalização

O Instituto de Meio Ambiente do Acre (Imac) é o órgão responsável pela fiscalização das áreas. “Nos dirigimos até o local para averiguar a veracidade da denúncia. Realizamos um levantamento, por meio do uso de drone, para, posteriormente, identificar os responsáveis pelos incêndios. O Imac não somente multa, mas também trabalha conscientizando as pessoas”, enfatiza Aldenir Barroso, chefe interino da representação do Imac no Juruá.

Ações combatem as queimadas e fiscalizam as áreas afetadas. Foto: Diego Silva/Secom

O Estado também atua com frente de orientação e conscientização. Nos primeiros nove meses do ano, o Corpo de Bombeiros já realizou cerca de 185 ações preventivas, destinadas, sobretudo, para a população da zona rural no Vale do Juruá.

Orientações

As queimadas para o setor da agricultura e com a finalidade de promover limpeza de pastagens e outros estão proibidas no Acre até dezembro deste ano.

Em caso de urgência, ligue 193. Foto: cedida

Caso a população identifique incêndio de grandes proporções, deve acionar o Corpo de Bombeiros, por meio do número 193.

Fonte: Governo AC

Veto parcial à publicação de informações sobre estoque de medicamentos tramita na Casa de Leis

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O Poder Executivo enviou ao Parlamento estadual veto parcial a proposta que dispõe sobre a publicação de informações sobre o estoque de medicamentos disponíveis nas unidades de saúde do Estado. O processo, protocolado sob o nº 19368/24, diz respeito ao projeto de lei nº 1292/23, de autoria do deputado Jamil Calife (PP). 

A proposta em questão previa a alteração da Lei nº 16.140, de 02 de outubro de 2007, que dispõe sobre o Sistema Único de Saúde (SUS), as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização, regulamentação, fiscalização e o controle dos serviços correspondentes.

De acordo com a iniciativa, o Governo deverá publicar, mensalmente, informações que contemplem nome comercial e nome técnico do medicamento; quantidade total de cada medicamento disponível em estoque; quantidade de cada medicamento disponível em cada unidade de saúde do Estado; e data da última atualização do estoque de medicamentos em cada unidade de saúde do Estado.

No texto enviado pela Governadoria do Estado, no entanto, o chefe do Executivo frisou que a Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES), quanto à conveniência e à oportunidade, sugeriu o veto ao autógrafo após atentar-se à manifestação da Gerência de Assistência Farmacêutica (Geraf). O departamento esclareceu que o SUS disponibiliza à população os medicamentos elencados em listas padronizadas.

“A unidade técnica da SES evidenciou que o art. 69-A da Lei Federal nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, acrescido pela Lei Federal nº 14.654, de 23 de agosto de 2023, tornou obrigatória a divulgação dos estoques dos medicamentos das farmácias que compõem o SUS. Em atenção a essa medida, a Geraf declarou que a SES já cumpre a legislação federal sobre o tema”.

O texto ressalta que o Centro Estadual de Medicação de Alto Custo Juarez Barbosa realiza a divulgação, de forma eletrônica, da lista de medicamentos disponíveis, bem como das doenças e dos agravos tratados por esses medicamentos, dos formulários a serem preenchidos para o acesso dos mesmos, dos exames necessários para a abertura dos processos, além da divulgação do nome genérico e da quantidade disponível de cada medicamento em estoque. 

Além disso, o veto frisa não ter ficado claro para a Geraf se as informações sobre o estoque de medicamentos propostas contemplariam apenas as unidades públicas estaduais de saúde ou se seriam aplicadas também às unidades públicas de saúde dos municípios, que recebem o repasse de medicamentos, além da rede privada, como no caso das farmácias e das drogarias que participam do Programa Farmácia Popular do Brasil. 

Por fim, o texto evidencia que seria necessária, ainda, a retirada da obrigatoriedade da divulgação do nome comercial dos medicamentos e, de acordo com o processo, o SUS só pode utilizar o nome genérico dos medicamentos em suas listas oficiais. 

“Considerado o momento atual do trâmite do procedimento legislativo, o que impossibilita a alteração do conteúdo material da proposta para lhe conferir maior clareza quanto à sua abrangência e adequação às normas editadas pela União, concluiu-se que o referido acréscimo não é conveniente nem oportuno”, concluiu o veto, assinado pelo então governador em exercício, Daniel Vilela (MDB).

Fonte: Portal da Alego

Fonte: Agência Assembleia de Notícias

Com apoio do Estado, suinocultor instala biodigestor para produzir sustentavelmente

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Produção rentável aliada à sustentabilidade são as principais preocupações de quem tem no campo o seu sustento. Esse cuidado garante que o que é produzido seja visto com bons olhos, tanto na venda local quanto no comércio com outros países. Para apoiar quem se preocupa com o meio ambiente enquanto produz, o Governo do Estado incentiva a geração de energia própria e sustentável no campo, seja por meio solar ou de biogás.

Com o programa Paraná Energia Rural Renovável (RenovaPR), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), via Instituto de Desenvolvimento Rural (IDR-Paraná), produtores rurais podem vislumbrar não só a economia na conta de luz, mas também, no caso do biogás, resolver um passivo ambiental que acomete principalmente os produtores de animais, seja de bovinos, de suínos ou de aves.

É o que fez o suinocultor Ari Luiz Schlindwein, de 54 anos. Com apoio do RenovaPR, ele instalou um biodigestor na sua granja de suínos em Marechal Cândido Rondon, no Oeste do Paraná. A história de como isso tem transformado sua propriedade é tema desta semana da série especial “Paraná, a Energia Verde que Renova o Campo”, produzida pela Agência Estadual de Notícias (AEN) e publicada às terças-feiras.

Para dar vida ao sonho de ter uma granja energeticamente autossuficiente e sustentável, Ari contou com financiamento do Banco do Agricultor Paranaense, que subsidia o custo financeiro do investimento, por meio do programa RenovaPR. “Quando fui atrás para saber mais sobre o biodigestor, um empresário comentou comigo sobre essa linha do RenovaPR. No começo eu até pensei em desistir, com medo de não dar certo, mas deu, consegui o dinheiro sem juros e com carência para pagamento”, lembra o produtor.

Schlindwein iniciou a produção de suínos em 2020, já com o objetivo de fazer uma granja energeticamente autossuficiente e ambientalmente correta. “Eu sempre tive o cuidado com o dejeto desde quando comecei, em 2008, na minha outra granja, porque se o dejeto escorrer para uma lagoa ou na mata sem ser tratado, ele contamina a água e mata as árvores,” conta o produtor. “Eu queria fazer uma estrutura correta, limpa, sem prejudicar a natureza.”

Em um biodigestor, os dejetos animais são decompostos por bactérias em um ambiente sem oxigênio. Durante esse processo, é produzido o biogás, uma mistura de metano e dióxido de carbono, que pode ser utilizado para gerar energia elétrica através de motores a gás.

O projeto da propriedade, inclusive, foi feito por ele próprio. Ele construía granjas para um grande frigorífico no Interior antes de fazer as próprias. Foi assim que ele viu as vantagens de se ter um biodigestor, após implantar uma estrutura para o vizinho, também produtor de suínos. “Achei muito interessante a construção, eliminar esses efeitos colaterais que o dejeto proporciona para natureza. O dejeto sai limpo e você pode usar ele em cima da plantação sem problema nenhum”, comenta.

CRECHÁRIO – A propriedade de Ari Schlindwein, em Marechal, é um crechário com 11 mil leitões, em uma etapa de vida em que o porco ainda é jovem, chegando com 28 dias em cerca de oito quilos, e permanecendo ali por mais 42 dias, até chegar ao peso de 23 quilos. Essa é a fase crucial de desenvolvimento do suíno, em que a alimentação e a vacinação são fundamentais para que o porco chegue até a próxima fase, a de terminação, antes de seguir para o frigorífico.

APOIO – O RenovaPR foi criado pelo Governo do Estado com o objetivo de incentivar a produção de energia limpa e sustentável no campo. Desde 2021, quando foi implantado, já foram mais de 26 mil usinas fotovoltaicas ou de biogás instaladas, sobretudo de energia solar. No entanto, a meta é intensificar ainda mais a instalação de biodigestores.

Com subsídio da taxa de juros feito pelo Banco do Agricultor Paranaense, com operação da Fomento Paraná, o Estado banca parte ou a integralidade dos juros do financiamento para instalação de fontes de energia renováveis, como solar e biogás, no meio rural.

“Foi mais rápido do que eu pensei. Quando estavam prontas as instalações da granja saiu o financiamento para o biodigestor e deu certo de concluirmos tudo junto”, ressalta Ari Luiz Schlindwein. O financiamento para a construção do biodigestor foi de R$ 663 mil, a juro zero, com prazo de pagamento de 10 anos e carência de três.

Segundo dados do Centro Internacional de Energias Renováveis (Cibiogás), até 2023 o Brasil possuía 1.365 plantas de biogás, sendo que os estados com o maior número de plantas são o Paraná (391), Minas Gerais (349), Santa Catarina (119), São Paulo (108) e Goiás (108). De 2022 para 2023, os estados com maior percentual de crescimento em relação a plantas de biogás foram o Paraná (54%), Goiás (44%), Mato Grosso do Sul (41%), Rio Grande do Sul (39%), São Paulo (34%) e Rio de janeiro (27%).

INOVADOR – O projeto feito por Ari Schlindwein conta com quatros caixas de decantação dos dejetos, separando o sólido do líquido. O sólido ficará na caixa por, no mínimo, um ano, enchendo uma por vez. Na medida em que atingir a capacidade total, o dejeto ficará em descanso por mais um período, até ser utilizado como adubo.

Já no caso do líquido, que segue para o biodigestor, serão retirados os gases poluentes e enviado para a lagoa, já tratado, podendo servir de adubo para irrigação da plantação de feno, outra linha de negócio do produtor. Essa separação foi uma maneira de prolongar a vida útil do biodigestor.

“Se eu deixasse esse dejeto entrando direto, biodigestor já teria um depósito grande no fundo, neste caso, diminuiria o depósito de líquido e aumentaria o de sólido. Dentro de pouco tempo, eu teria que abrir esse balão e tirar todo esse sólido”, detalha o suinocultor.

Com a produção de biogás, a propriedade gera cerca de oito mil quilowatts por mês, mais que o suficiente para abastecer a propriedade de Marechal. Com o que sobra, ele também consegue abater o valor de outras duas contas de luz que estão em seu nome, entre elas o outro crechário, de Toledo.

Somando todas as contas de luz que tem em seu nome, Ari gastaria em média R$ 6 mil/mês em energia, sendo que na produção atual do biodigestor já é possível abater cerca de 60% do gasto. Isso fez com que o maior custo da propriedade se concentrasse na mão de obra, com nove funcionários fixos e outros três temporários, distribuídos nas duas granjas.

E com a sobra do que seria pago na conta de luz, o produtor já tem planos de ampliar o número de animais, saindo dos atuais 11 mil para 16,5 mil leitões, elevando também a produção de energia. “A capacidade do biodigestor gira em torno de 35 a 40 mil quilowatts por mês. Eu vou conseguir gerar em torno de 25 mil quilowatts/mês, menos que a capacidade que o sistema tem, mas, ainda assim, viável pra mim”, destaca.

A estimativa, segundo ele, é que assim que o novo barracão, que será construído ao lado dos outros dois já existentes, estiver em plena operação, a economia chegue na casa dos 90%, praticamente zerando a conta de luz.

CARCAÇAS – Além dessa economia, os gastos na rotina da propriedade também mudaram. “Hoje eu não uso a composteira para as carcaças, vai tudo direto para o triturador e de lá passa por um aquecimento. Depois, vai para o biodigestor e lá produz gás também”, salienta. “Então não perde nada. Não tenho despesa em compostagem e tenho lucro no gás que ela produz, além de não causar dano nenhum ao meio ambiente.”

Segundo o coordenador de Energias Renováveis no IDR-Paraná, Herlon Almeida, o objetivo do RenovaPR é justamente esse: reduzir custos, possibilitar a ampliação da produção e o cuidado com o meio ambiente. “O tratamento de dejetos animais melhora a condição da propriedade e permite ao produtor ampliar o plantel, que é uma das necessidades que todos os produtores de proteína têm, isto é, verticalizar a produção”, explica Almeida. “O tratamento adequado de dejetos é que vai viabilizar as licenças ambientais para essa ampliação.”

Almeida também ressalta que, apesar de ser um investimento mais alto em comparação a energia solar, é algo que se paga rapidamente. “O maior desafio para a expansão do biogás é os produtores entenderem que o investimento, embora comparativamente mais alto, vale a pena. O produtor recupera o capital investido em pouco tempo e, mesmo que ele demande mais mão de obra numa propriedade, isso se paga”, finaliza o técnico do IDR-PR.

SÉRIE –  A série de reportagens “Paraná, a Energia Verde que Renova o Campo” está mostrando exemplos de produtores rurais de todo o Estado que aderiram ao programa RenovaPR para implantar sistemas de energias renováveis em suas propriedades. Criado em 2021, o RenovaPR apoia a instalação de unidades de geração distribuída em propriedades rurais paranaenses e, junto ao Banco do Agricultor Paranaense, permite que o produtor invista nesses sistemas com juros reduzidos. Todas as reportagens da série podem ser conferidas neste link.

Fonte: Agência Estadual de Notícias

Fumaça do incêndio no Parque Nacional se espalha pela capital federal

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A fumaça causada pelo incêndio no Parque Nacional de Brasília está se espalhando pela capital federal. A manhã desta terça-feira (17) iniciou com boa parte do Plano Piloto, em especial a Asa Norte, sob uma cortina de fumaça acompanhada de cheiro forte e fuligem.

Indícios são de que o fogo iniciado no domingo (15), por volta das 11h30, teve origem criminosa, o que levou a Polícia Federal a abrir um inquérito.

A onda de queimadas na capital do país atingiu pelo menos 2 mil hectares do Parque Nacional de Brasília, uma unidade de conservação de Cerrado nativo e abundante em nascentes de água, administrada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

Com 147 dias sem chuvas este ano no DF, o tempo quente e seco dificulta o trabalho das equipes e facilita a propagação das chamas. Diante da necessidade de mobilização para enfrentar os focos de incêndio, o Corpo de Bombeiros Militares do Distrito Federal (CBMDF) suspendeu todas as concessões de férias, abonos anuais, dispensas e autorizações para participação em cursos e seminários de seu efetivo.

A baixa qualidade do ar nas áreas próximas do parque levou a Secretaria de Educação do Distrito Federal a autorizar a suspensão das aulas escolas – decisão que, segundo a secretaria, seria tomada de forma autônoma pelas unidades escolares, caso considerassem a medida necessária. 

Fonte: Agência Brasil

Estudo alerta para o aumento de cursos de pós-graduação em medicina

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A Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) e a Associação Médica Brasileira (AMB) divulgaram um recorte da pesquisa Demografia Médica no Brasil 2025 no qual adiantam dados relacionados aos cursos de especialização.

Segundo os pesquisadores 41,2% dos cursos médicos de especialização no Brasil, na modalidade Pós-Graduação Lato Sensu (PGLS), são inteiramente a distância, outros funcionam na modalidade de ensino a distância (EAD) e 11,1% em regime semipresencial.

O dado escala em relevância pois, para as entidades, há perda considerável de qualidade na formação dos estudantes, o que motivou a divulgação antecipada do estudo. A íntegra da pesquisa será divulgada em 2025.

Os pesquisadores analisaram 2.148 cursos de PGLS em medicina ofertados por 373 instituições. Eles perceberam que os cursos oferecidos somente em EAD são mais curtos (média de 9,7 meses) em comparação com cursos presenciais (15,4 meses) e semipresenciais (13,9 meses). A maior parte da oferta de cursos EAD está concentrada em instituições privadas (90%) e no Sudeste (60%), sendo 32,8% somente em São Paulo.

O levantamento aponta uma hipótese preocupante de que o aumento na oferta está relacionado a uma prática predatória, com cursos que dão a ideia falsa de serem especialidades médicas e podem induzir ao erro a população e mesmo profissionais.

No Brasil o título de médico especialista só pode ser destinado a quem tenha passado pela formação em Residência Médica (RM), cuja duração varia de dois a cinco anos, credenciados pela Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM/ MEC) ou por meio das sociedades de especialidades, filiadas à Associação Médica Brasileira (AMB), enquanto as PGLSs só exigem registro no Ministério da Educação junto a uma Instituição de Ensino Superior cadastrada. Alguns dos cursos cobram até R$ 30 mil dos estudantes.

Para o Dr. Mário Scheffer, professor do Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina USP e coordenador da pesquisa, o aumento tem relação direta com a abertura de escolas médicas sem qualquer planejamento.

“Houve imenso aumento da oferta de graduação sem expansão de vagas de residência médica, que é a modalidade mais apropriada de se formar um médico especialista. É preciso regulamentar e definir o papel desses cursos, separando o joio do trigo e, ao mesmo tempo, ampliar e reforçar a Residência Médica”, explicou.

Segundo o levantamento, “os cursos de PGLS estudados mantêm proximidade com a nomenclatura das especialidades médicas e áreas de atuação em medicina legalmente reconhecidas, o que pode gerar, junto aos médicos, empregadores e sociedade, imprecisões quanto à sua finalidade e validade. A partir dos dados analisados, não ficam claras a identidade e a função dos cursos de PGLS na formação dos médicos, na aquisição ou atualização de conhecimentos e habilidades”.

Em resumo, se passam por cursos com maior exigência para dar a falsa impressão de qualidade. Os Conselhos Regionais de Medicina (CRMs) concedem o Registro de Qualificação de Especialista (RQE) ao médico que concluiu RM ou obteve o título via AMB. O médico que tem apenas certificado de curso de PGLS não pode se apresentar como especialista. O estudo estima que 200 mil médicos não possuíam título de especialista no Brasil em 2024.

Essa defasagem entre formação como especialista e oferta das RMs abre espaço para um uso pouco sério de parte dos cursos Lato Sensu. Segundo o estudo dentre os 2.148 cursos de PGLS em medicina estudados, em 1.943 (90,5%) foi possível identificar a modalidade de ensino. Desses, 927 cursos (47,7%) são presenciais.

Chama a atenção que 800 cursos (41,2%) são em formato EAD e outros 216 (11,1%), em modalidade semipresencial. Dos 1.653 cursos com especialidade médica e modalidade de ensino informadas, aquelas com mais cursos à distância foram endocrinologia e metabologia (106 cursos), hematologia e hemoterapia (63 cursos), radiologia e diagnóstico por imagem (56 cursos) e medicina do trabalho (56 cursos).

O caráter de negócio desse tipo de curso também fica claro para os pesquisadores, que indicam que a oferta é concentrada em grupos empresariais de educação, onde são “comercializados por um mesmo conglomerado que tem escolas médicas de graduação, cursos preparatórios de residência médica, plataformas digitais, telemedicina e outros serviços. Em jargões do mercado, são chamados ‘ecossistemas de educação médica’ ou ‘onestop shop para médicos’. Por também guardarem conexões com planos de saúde, hospitais privados e indústria farmacêutica, devem ser analisados no contexto mais amplo da privatização do sistema de saúde brasileiro”, segundo o estudo.

O problema dessa disparidade é que ela contribui para distanciar os profissionais formados do atendimento no Sistema Único de Saúde (SUS). Para Scheffer, fica claro que “Os cursos de PGLS são um negócio majoritariamente privado, ofertado por instituições privadas e voltados ao mercado privado, sem conexão com as prioridades e necessidades do SUS. Por isso, também há maior oferta em áreas mais rentáveis como estética e emagrecimento. Já no caso da saúde mental, um grande problema de saúde pública, a maior procura de cursos PGLS pode indicar a necessidade de se investir mais na Residência Médica em Psiquiatria, com aumento de bolsas e vagas”.

Outro detalhe notável é que parte dos egressos tem buscado a equivalência para o título de especialista, judicializando o tema, com registro de algumas vitórias por parte dos estudantes, em quantidade que os pesquisadores não especificaram.

Para o presidente da AMB, Dr. Cesar Eduardo Fernandes, a má-formação de médicos vem afetando diretamente a vida dos pacientes, resultando em atendimento de baixa qualidade. “Não se faz especialista em curso de final de semana, muito menos em ensino a distância. Você precisa ter um aprendizado prático sólido, em que se adquira as competências, as habilidades e as atitudes permitidas para que, enfim, possa ser registrado como um especialista”, afirma. Por isso, ele defende a criação de um exame de proficiência, que dê segurança à população.

Fonte: Agência Brasil

Unespar realiza aulas online gratuitas para revisão de conteúdos do vestibular 2025

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A Universidade Estadual do Paraná (Unespar) planejou uma série de aulas de revisão para os alunos de ensino médio de escolas da rede pública inscritos no vestibular 2025. Totalmente gratuitos, os conteúdos são online, com transmissão em tempo real pela Internet, com o objetivo de reforçar as principais temáticas que serão abordadas nas provas e possibilitar o acesso ao maior número de estudantes interessados em consolidar os conhecimentos.

A primeira transmissão acontece na manhã desta terça-feira (17) com temas relacionados a arte, biologia, filosofia, física, geografia, história, linguagens, literatura, matemática, química, redação e sociologia. As próximas aulas online estão previstas para 19 e 25 de setembro. A expectativa é realizar aulões presenciais em outubro, com a finalidade de maximizar o desempenho dos candidatos e aumentar a confiança e a preparação dos estudantes para o exame.

São ofertadas nesta edição do vestibular da Unespar um total de 1.741 vagas, distribuídas em 84 cursos de graduação, entre bacharelados, licenciaturas e tecnologias. As inscrições seguem até 14 de outubro, mediante o pagamento de uma taxa de R$ 50.

As provas serão aplicadas em 8 de dezembro em Curitiba e nas outras seis cidades onde estão localizados os câmpus universitários da instituição: Paranavaí e Loanda, na região Noroeste; Apucarana, no Vale do Ivaí; Campo Mourão, no Centro-Oeste; Paranaguá, no Litoral; e União da Vitória, no Sul do Estado. A série de aulas preparatórias para o vestibular conta com a parceria dos núcleos Regionais de Educação desses municípios.

A coordenadora da iniciativa, professora Patrícia Josiane Tavares da Cunha Fuza, destaca o compromisso da universidade com a democratização do ensino. “A ideia é promover aulões com conteúdo de qualidade para toda a comunidade escolar do Paraná e proporcionar mais um instrumento preparatório para o ingresso de estudantes no ensino superior, aumentando as chances para a carreira profissional”, afirma.

As aulas de revisão da Unespar também serão úteis para os estudantes inscritos no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), organizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), cujas provas estão marcadas para novembro deste ano.

POLÍTICA AFIRMATIVA – A Unespar reserva 50% das vagas para políticas de ações afirmativas. No ato da inscrição, os candidatos podem solicitar atendimento especial, conforme determina a legislação, a exemplo de mulheres lactantes e pessoas com deficiências físico-motora, visual e auditiva; dislexia; transtorno do espectro autista (TEA); transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH); entre outras condições.

OUTROS VESTIBULARES – As universidades estaduais de Maringá (UEM), de Ponta Grossa (UEPG), do Oeste do Paraná (Unioeste) e do Norte do Paraná (UENP) estão com as inscrições abertas para os respectivos vestibulares. Os prazos de encerramento variam entre 30 de setembro e 15 de dezembro. As universidades estaduais de Londrina (UEL) e do Centro-Oeste (Unicentro) encerraram o período de inscrições.

As provas das universidades ligadas ao Governo do Paraná serão realizadas entre 13 de outubro e 12 de janeiro, de acordo com o cronograma específico de cada instituição. Juntas, as sete instituições somam 438 opções de cursos de graduação em 29 municípios de todas as regiões do Paraná, com mais de 19 mil vagas ofertadas anualmente.

Serviço:

Aulas online de revisão para o vestibular da Unespar 2025

Cronograma:

1ª Transmissão: 17 de setembro – 8h às 11h40 – AQUI

1ª Transmissão: 19 de setembro – 8h às 11h40 – AQUI

1ª Transmissão: 25 de setembro – 8h às 11h40 – AQUI

Vestibulares das universidades estaduais:

UEPG

Inscrições: até 30 de setembro (AQUI)

Provas 8 de dezembro

Unespar

Inscrições: até 14 de outubro (AQUI)

Provas: até 8 de dezembro

UENP

Inscrições: até 20 de outubro (AQUI)

Provas: 1º de dezembro

UEM

Inscrições: 1º de outubro a 5 de novembro (AQUI)

Provas: 12 de janeiro

Unioeste

Inscrições: até 11 de novembro (AQUI)

Provas 15 de dezembro

UEL e Unicentro (inscrições encerradas)

UEL: 17 e 18 de novembro

Unicentro: 13 de outubro

Fonte: Agência Estadual de Notícias

Quatro teatros em um: conheça os auditórios que compõem o complexo do Guaíra

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Quem passa em frente ao número 971 da Rua XV de Novembro provavelmente não saiba, e talvez tampouco quem esteja sentado em uma das 472 poltronas do Auditório Salvador de Ferrante, o Guairinha. Mas por baixo daquele palco passa o Rio Belém. Canalizado na década de 1940, muitos acreditam que aquelas águas ajudam na acústica do Guairinha, que completa 70 anos em 2024.

O auditório foi o primeiro espaço do Centro Cultural Teatro Guaíra (CCTG) a abrir para o público. Foi inaugurado oficialmente em 19 de dezembro de 1954, recebendo na plateia o então presidente do Brasil, Café Filho, e o à época governador do Paraná Bento Munhoz da Rocha Neto, idealizador da construção.

O Teatro Guaíra já tinha quase 70 anos de história quando a nova sede começou a ser erguida, em 1952, como parte das comemorações do centenário de emancipação política do Paraná — celebrado em 1953. O edifício faz parte de uma série de prédios públicos projetados para marcar a data cívica, que deu a Curitiba o Centro Cívico, com o Palácio Iguaçu, a Praça 19 de Dezembro e a Biblioteca Pública do Paraná.

Esta reportagem, que fala sobre a arquitetura modernista que é marca do Guaíra e apresenta os quatro espaços do complexo, faz parte da série de reportagens “Guaíra 140”, da Agência Estadual de Notícias (AEN). Além do Guairinha, também compõem o CCTT o Guairão, o Miniauditório e o Teatro José Maria Santos.

A série celebra os 140 anos da instituição, metade deles no atual endereço, além dos 70 anos do Guairinha e dos 50 anos do Guairão. Ela mostra um pouco da história, curiosidades, bastidores, espetáculos marcantes e das pessoas que fazem parte de um dos principais espaços culturais do Brasil.

ARQUITETURA – Tombado pelo Patrimônio Cultural do Paraná, o prédio que abriga o Teatro Guaíra poderia ter sido totalmente diferente da arquitetura modernista assinada por Rubens Meister. Em 1948, duas décadas depois da desativação do antigo teatro, que ficava no terreno que hoje abriga a Biblioteca Pública do Paraná, o então governador Moysés Lupion lançou um concurso público para contratar o projeto arquitetônico do novo espaço.

O projeto vencedor propunha a construção de um edifício no estilo art déco na Praça Rui Barbosa. A construção, porém, não foi feita e a proposta só seria retomada na década de 1950, quando Bento Munhoz da Rocha Neto assumiu o Governo do Paraná, às vésperas do centenário da emancipação política do Estado.

A construção do novo teatro oficial do Paraná foi uma das propostas de Munhoz da Rocha para essa celebração, que fazia parte também de um projeto de modernização defendido pelo governador. “Ele falava que queria usar a arquitetura modernista para modernizar a cidade de Curitiba e o Estado do Paraná”, afirma o diretor artístico do CCTG, Áldice Lopes.

Ele escolheu então o terceiro colocado no concurso promovido por Lupion, o projeto do recém-formado Rubens Meister, em conjunto com o arquiteto Eugênio Oswaldo Grandinetti. As formas curvas e os espaços amplos, que trazem leveza ao concreto que forma sua estrutura, são algumas marcas da arquitetura modernista. Mas são as especificidades técnicas que tornam o Guaíra tão relevante para as artes.

“Eu acho que o nosso grande Rubens Meister foi muito feliz nessa concepção”, afirma o diretor-presidente do CCTG, Cleverson Cavalheiro. “Obviamente teve muito conhecimento, pesquisa e a sorte da escolha do local. Essa junção de coisas positivas tornaram esse espaço um dos grandes teatros do Brasil”.

E a arquitetura tem um diferencial na parte técnica. A  grande cúpula que é vista externamente compõe as caixas cênicas do Guairão e do Guairinha. É ali que ficam os urdimentos, armações posicionadas ao longo do teto do palco, que permitem subir e descer cenários e equipamentos que são utilizadas nas produções.

Responsável pela assinatura de luz de mais de 600 peças, pelo menos 100 delas no Teatro Guaíra, o iluminador Beto Bruel iniciou sua carreira em 1971, no Guairinha, e se tornou um dos grandes nomes da técnica teatral brasileira. “Eu chamo o Guairinha de nossa catedral, porque todos os outros são paróquias. É muito difícil, dentro do contexto brasileiro, ter um teatro com uma estrutura como a do Guaíra, que se mantém muito relevante no cenário cultural”, brinca ele.

“O Rubens Meister fez um projeto muito arrojado e muito bom tecnicamente. Foi um marco para a época, entregando aquela arquitetura em 1954, enquanto Brasília só sairia em 1960”, ressalta Bruel. “O projeto do Guairinha é muito bom em termos de ângulo, de qualquer lugar que se jogue a luz dá certo, além de ter também uma acústica muito boa. Da mesma forma com o Guairão, que tem todo aquele tamanho e uma acústica impecável”.

GUAIRINHA – Inaugurado oficialmente no final de 1954, foi no ano seguinte que o Guairinha recebeu sua primeira produção teatral, com a estreia, em março de 1955, da peça “Os Inocentes”. O texto baseado na obra “A Volta do Parafuso”, do escritor Henry James, nascido nos Estados Unidos e naturalizado britânico, foi montado pela companhia Dulcina, da atriz Dulcina de Moraes, fundadora da Fundação Brasileira de Teatro.

E a boa experiência da atriz, que é considerada uma das grandes damas do teatro brasileiro, alçou o Pequeno Auditório do Teatro Guaíra ao circuito artístico nacional. “A partir da estreia desse espetáculo, a dona Dulcina elogia muito a acústica do auditório, que ela compara a grandes teatros, como o de Montevidéu, no Uruguai, e de Buenos Aires, na Argentina. Assim, Curitiba passa a entrar no roteiro das grandes companhias do Brasil, que passaram a circular por aqui”, conta o diretor artístico do CCTT, Áldice Lopes.

“Então vinha Maria Della Costa, Bibi Ferreira, Tônia Carrero, Paulo Autran, todas as grandes companhias começaram a frequentar o auditório. Porque a beleza dele é a qualidade acústica, que é sensacional, e por não ter uma plateia tão grande”, salienta Lopes. “O Guairinha foi concebido essencialmente para espetáculos de teatro. Diferente do Guairão, que é um espaço maior, com um palco que foi pensado para grandes orquestras, bailados, óperas e grandes shows”.

Áldice brinca que a influência das águas do Rio Belém na acústica do auditório é uma lenda, mas que pode ter um fundo de verdade. O Theatro da Paz, em Belém do Pará, tem uma piscina com 37 mil litros de água embaixo do palco, que também dizem contribuir com a qualidade do som. “É uma lenda que todo mundo fala, mas se você for perceber, tudo que é oco, que é cavernoso, tem melhor reverberação acústica. Então pode ser que sim, que o Rio Belém influencie nisso”, diz.

Ele foi batizado em homenagem ao ator Salvador de Ferrante, pioneiro do teatro paranaense e fundador da Sociedade Teatral Renascença, que montou cerca de 90 peças no primeiro prédio que abrigou o Teatro Guaíra. Foi inclusive sua morte, em 1935, que acabou desmobilizando as montagens no local, que culminaram na desativação do teatro dois anos depois.

“O Salvador de Ferrante foi uma figura muito importante. Ele era funcionário dos Correios e Telégrafos e criou esse grupo, que fazia as encenações na primeira década de 1900 até 1935”, explica Lopes. “Ele foi um grande precursor nas artes cênicas paranaenses e, logo que o Guairinha foi inaugurado, a classe artística se mobilizou para dar o nome ao auditório de Salvador de Ferrante”.

GUAIRÃO – Vinte anos, e histórias que poderiam render uma ópera, separam a inauguração do Guairinha da estreia do Grande Auditório Bento Munhoz da Rocha Neto. As cortinas do Guairão abriram ao público no dia 12 de dezembro de 1974, com a peça “Paraná, Terra de Todas Gentes”, de Adherbal Fortes e Paulo Vítola.

“Inaugurar o Guairão foi uma coisa muito difícil. Depois que o Guairinha foi entregue, levaram-se ainda 20 anos para finalizar o Guairão, que teve a construção retomada pelo governador Paulo Pimentel”, conta Lopes. “Quando ele estava prestes a inaugurar, vem essa tragédia. Ele sofre um grande incêndio em 1970, mas nos quatro anos seguintes é totalmente requalificado, reformado, para ser finalizado em 1974”.

De lá para cá, é difícil uma semana em que o palco do Guairão esteja vazio. O auditório possui 2.180 lugares, divididos entre plateia, primeiro e segundo balcões, além de dois camarotes de cada lado. Foi construído dentro de padrões técnicos apurados e com dimensões avantajadas, que o ajudou a se tornar palco para grandes espetáculos.

O seu fosso permite apresentações conjuntas da Orquestra Sinfônica do Paraná com o Balé Teatro Guaíra, por exemplo, como a montagem do espetáculo natalino Quebra Nozes, que reúne os quatro corpos artísticos do Guaíra. Já a grande caixa cênica, que é parte que fica atrás da boca de cena do palco, tem dimensões gigantescas para construção de grandes cenários.

“Desde que o Guaíra foi idealizado, já tinha essa perspectiva técnica apurada. Quando o Guairinha foi inaugurado, ele se tornou um espaço com ótimas condições técnicas, que conseguia reproduzir os espetáculos que vinham de fora em suas condições plenas”, destaca Cleverson Cavalheiro. “Mas com o Guairão veio o conjunto da obra, porque abriu um leque de possibilidades. Além do teatro, passou a ser possível fazer grandes espetáculos, grandes shows musicais, trazer óperas e várias montagens complexas”.

O segredo, explica ele, está justamente nos bastidores. “A caixa cênica, que é aquilo que está atrás das cortinas, dá condições de subir e descer cenário, sair pelas coxias e permite essas grandes produções”, ressalta. “Tem muito material da época, dentro da caixa cênica, que foi importado, era de última geração e até hoje funciona muito bem. Material robusto, bem elaborado”, acrescenta Cleverson Cavalheiro.

MINIAUDITÓRIO – Com 68 lugares, o Glauco Flores de Sá Brito, o Miniauditório, apresenta condições técnicas para espetáculos de pequeno porte. Último auditório construído, foi inaugurado em 28 de agosto de 1975 e abriga em seu palco várias linguagens de teatro. Diferentemente dos outros dois auditórios do edifício, o Miniauditório tem uma estrutura modular, sem os urdimentos que permitem a construção de grandes cenografias.

“Ele tem as mesmas especificidades técnicas dos outros dois, só não tem o urdimento e funciona como um teatro modulado. Tem uma plateia frontal, mas que pode ser deslocada para palco, para as laterais, e por isso é muito solicitado para montagens teatrais”, explica o diretor artístico do CCTT.

Mais um artista importante na cena paranaense batiza o espaço. Nascido em Montenegro, no Rio Grande do Sul, e radicado em Curitiba, Glauco Flores de Sá Brito foi escritor, jornalista, diretor, crítico teatral e agitador cultural.

“Ele se tornou um grande precursor, que esteve à frente de programas de rádio, TV e também do teatro. Foi a primeira pessoa a montar grandes espetáculos contemporâneos, com a montagem, no Miniauditório, de ‘A Margem da Vida’, que é um clássico do Tennessee Williams”, diz Áldice Lopes. “Ele tinha essa relação da contemporaneidade, fez radionovela, TV e cinema. Foi uma pessoa muito importante nesse sentido e, por isso, o auditório menor leva o seu nome”.

JOSÉ MARIA SANTOS – A menos de um quilômetro de distância do prédio do Guaíra, está o quarto espaço que faz parte do complexo cultural. Localizado na Rua 13 de Maio, em um edifício tombado pelo Patrimônio Cultural do Paraná, está o Teatro José Maria Santos, que leva o nome de outra importante figura da dramaturgia paranaense: o ator, diretor e produtor teatral que liderou a ocupação do imóvel como espaço cultural.

A rua que abriga o Zé Maria tem um histórico importante para o teatro curitibano. Quase 30 anos antes de o Theatro São Theodoro – mais tarde, Teatro Guaíra – ser construído, o artista mambembe Domingos Martins de Souza inaugura, em 1855, a primeira casa teatral da Capital, o Theatro de Curitiba, que ficava em uma casa modesta na antiga Rua Direita, a atual 13 de Maio.

Praticamente em frente ao Zé Maria, um prédio ainda conservado na esquina com a Rua Mateus Leme, que hoje abriga um restaurante, foi palco do Teatro Hauer, um contemporâneo do São Theodoro inaugurado em 1891. Atualmente, a Rua 13 de Maio conta também com os teatros Lala Schneider, Edson D’Ávila e o Barracão EnCena.

Segundo a inscrição no Livro Tombo II do Patrimônio Cultural do Paraná, o prédio foi construído entre os anos de 1885 e 1890 para sediar a fábrica de tecidos da família Hoffmann e é um exemplo da arquitetura industrial do Paraná do início do século XX. Até hoje ele conserva a antiga chaminé da fábrica.

Antes de ser tombado, em 1988, correu o risco de ser desapropriado e mesmo demolido, o que foi impedido pela mobilização da classe artística curitibana. Além da Malharia Hoffman, e depois Malharia Curitibana, o espaço também já tinha abrigado a Fábrica do Samba, o Teatro da Classe – que era liderado por José Maria Santos – e o Teatro 13 de Maio.

“A criação desse espaço foi fruto de um movimento muito grande da classe teatral, que pediu ajuda ao secretário da Cultura da época, René Ariel Dotti, que abraçou essa causa. Foi um movimento muito grande da classe, com várias companhias e grupos teatrais lutando pela existência desse teatro, para tombar e adquirir esse imóvel”, explica Áldice Lopes.

Em 11 de setembro de 1991, a Assembleia Legislativa do Estado denominou o imóvel e espaço cultural como Teatro José Maria Santos, que passaria então a ser incorporado pelo CCTT. “Foi uma justa homenagem. O Zé Maria foi uma figura muito importante, um grande nome do teatro, que fez muitas montagens no Teatro de Comédia do Paraná, criou uma companhia própria nos anos 1950, circulou e viajou muito”, afirma Lopes.

Assim como o Miniauditório, o Zé Maria funciona como um teatro modular, cujas estruturas de palco e plateia podem ser adaptadas conforme a proposta da peça.

Confira o vídeo:

 

Fonte: Agência Estadual de Notícias