Novos empreendimentos e ampliações de empresas já consolidadas no Estado renderam ao Paraná R$ 285 bilhões em investimentos privados atraídos desde 2019. O dado foi apresentado nesta segunda-feira (30) pelo governador Carlos Massa Ratinho Junior em um almoço com empresários paranaenses no Palácio Iguaçu, em Curitiba.
“Para se ter ideia, quando fizemos o planejamento para os primeiros quatro anos de governo, o estudo previa a atração de R$ 50 bilhões em novos investimentos. O resultado, na prática, foi muito além do previsto e fechamos os últimos cinco anos e meio com R$ 285 bilhões”, destacou Ratinho Junior. “Várias empresas escolheram o Paraná para trazer seus empreendimentos e muitas outras que estão ampliando as plantas que já tinham no Estado”.
Este foi o segundo encontro promovido pelo governador com representantes do setor produtivo para apresentar os principais avanços econômicos e sociais do Estado nos últimos anos, em diferentes áreas. “É uma prestação de contas aos investidores do Paraná, que também são responsáveis pelo avanço do Estado nos últimos anos. Queremos que o setor produtivo continue acreditando e investindo no nosso Estado, para que o Paraná continue sendo essa potência”, disse.
O alto volume de investimentos privados nos últimos cinco anos teve importante reflexo na economia estadual, salientou o governador, incluindo o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), da atividade econômica e da geração de empregos. São empreendimentos de empresas como a Nissin Foods, que está destinando R$ 1 bilhão na construção de uma fábrica de macarrão instantâneo em Ponta Grossa, e os R$ 12,9 bilhões aplicados pela Klabin para a expansão da sua planta em Ortigueira, ambos nos Campos Gerais.
O PIB do Paraná passou de R$ 390,8 bilhões, em 2015, para R$ 665,6 bilhões em 2023, com crescimento de 5,8% somente no ano passado, o dobro da média nacional e acima de países como a China e a Dinamarca. Outro dado importante é o Índice da Atividade Econômica, apurado pelo Banco Central. A atividade econômica paranaense foi a que mais cresceu em 2023, com avanço de 7,8% no ano. No primeiro semestre deste ano a alta chegou a 8,3%, acima de estados maiores como São Paulo e Rio de Janeiro.
O desemprego no Estado caiu pela metade desde 2019, chegando à menor taxa de desocupação dos últimos 12 anos, com índice de 4,4% em 2024. O Paraná foi o terceiro no País que mais abriu vagas com carteira assinada neste ano, com 137,5 mil postos de trabalho criados entre janeiro e agosto. “Os economistas dizem que, quando índice de desemprego fica abaixo dos 6%, é sinal de pleno emprego, com mais vagas do que gente para trabalhar. Hoje estamos com 82% da população adulta empregada com carteira assinada, o maior índice de ocupação da história”, salientou Ratinho Junior.
MENOS BUROCRACIA – A atração de investimentos e a alta nos índices econômicos são reflexo da política do Governo do Estado para diminuir a burocracia da máquina pública, facilitando a instalação de novas empresas. O governador citou o avanço nos processos da Junta Comercial do Paraná, que trouxeram mais agilidade na abertura de novos negócios.
Em 2019, o Paraná tinha o segundo pior tempo de abertura de empresas do País, levando em média 8 dias e 18 horas. Esse número se inverteu, com o Estado sendo hoje o segundo mais rápido do País, com um CNPJ saindo em apenas oito horas. Além disso, empresas de mais de 700 ramos de atividades considerados de baixo risco não precisam mais de um alvará para funcionamento, medida que beneficiou cerca de 17 mil novos negócios.
No campo, o programa Descomplica Rural facilita o licenciamento de atividades da piscicultura, avicultura, suinocultura e bovinocultura, dando mais segurança técnica e jurídica aos produtores. Já o programa Renova Paraná ampliou a autogeração de energia renovável na área rural, chegando a 34.485 projetos usinas fotovoltaicas e de biogás.
INFRAESTRUTURA – Além da diminuição da burocracia, o investimento em infraestrutura foi também uma mola propulsora, que influencia na atração de novas empresas. Na área de energia, a Copel investe R$ 3,1 bilhões na construção de 25 mil quilômetros de redes trifásicas, que dão mais segurança energética principalmente na área rural.
Já na logística, o destaque é para o pacote de R$ 8 bilhões para tirar importantes obras do papel, como a Ponte de Guaratuba, a revitalização em concreto de diversas rodovias, a revitalização da Orla de Matinhos e, no futuro, a de Pontal do Paraná, e novo Corredor Metropolitano para desafogar o Contorno Sul de Curitiba.
Já o pacote de concessões rodoviárias, que já conta com dois contratos assinados, dois lotes com previsão de ir a leilão ainda neste ano e outros dois no ano que vem, preveem mais de R$ 60 bilhões em investimentos em 3.368 quilômetros de rodovias federais e estaduais.
O Porto de Paranaguá, que bate recordes sucessivos de movimentação, também conta com a maior obra portuária do País com recursos públicos. O projeto do novo Moegão recebe R$ 592 milhões em investimentos, para ampliar a capacidade de descarregamento de cargas ferroviárias nos navios. Além disso, a Portos do Paraná foi escolhida por cinco anos consecutivos como a melhor gestão portuária do Brasil.
OUTRAS ÁREAS – Ratinho Junior apresentou, ainda, outras áreas em que o Paraná se destaca nacional e internacionalmente. Ele citou que o Estado tem a melhor educação do País, segundo o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), foi considerado por quatro anos consecutivo o mais sustentável do Brasil pelo Ranking de Competitividade dos Estados, além de ser referência mundial em sustentabilidade de acordo com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Outro destaque foran os grandes projetos previstos para os próximos anos, com a instalação do Museu Internacional de Arte de Foz do Iguaçu, em parceria com o Centro George Pompidou, da França; da Fábrica de Ideias, um dos maiores hubs de inovação da América Latina, que ficará em Curitiba; e a nova rede de supercomputadores nas universidades estaduais paranaenses.
PRESENÇAS – O encontro contou com a presença do vice-governador Darci Piana; do chefe da Casa Civil João Carlos Ortega; dos secretários estaduais do Planejamento, Guto Silva; e da Comunicação, Cleber Mata; e a primeira-dama Luciana Saito Massa.
Está terminando o prazo para adesão à 14ª Rodada de Acordo Direto para pagamento de até R$ 300 milhões em precatórios comuns e alimentares expedidos pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT). O período para participação vai até sexta-feira (4/10).
Todo o procedimento deverá ser feito no formato online, em página específica disponibilizada pela Procuradoria-Geral do DF | Arte: Divulgação/PGDF
Podem participar os titulares de precatórios expedidos até 1º de setembro contra o Distrito Federal, suas autarquias, fundações ou entidades da administração indireta. O procedimento é realizado exclusivamente online, pelo site acordoprecatorio.pg.df.gov.br. Os credores que aderiram à rodada anterior, em março e abril, já estão recebendo por seus precatórios.
Informações
Podem participar os credores que sejam titulares originários ou herdeiros – nos casos de falecimento do originário. O título não pode ter sido cedido a um terceiro, oferecido em processo de compensação tributária ou quitado em razão de preferência constitucional.
O interessado deve estar ciente de que, ao optar pelo acordo direto, haverá um deságio de 40% sobre o valor atualizado do precatório. Contudo, ao aderir, ele vai sair da fila de espera de pagamentos do TJDFT para receber antecipadamente.
Os credores habilitados a participar receberão comunicados sobre o acordo direto, via SMS ou e-mail, que vão direcionar para o site oficial da PGDF. A orientação é que, caso você suspeite de alguma mensagem, sempre busque os canais oficiais de comunicação da PGDF.
A PGDF esclarece ainda que, em nenhum momento, solicita informações bancárias, CPF, senhas, nem qualquer pagamento antecipado para concluir o processo de adesão. Qualquer comunicação dessa natureza, afirma a Procuradoria, é golpe.
Atendimento
Em caso de dúvidas ou dificuldades sobre o passo a passo, os interessados poderão ser atendidos via chat. O serviço será disponibilizado na página do acordo precatório. Os atendimentos serão realizados das 9h às 19h, nos dias úteis.
Se preferir, o interessado também pode enviar mensagem ao endereço de e-mail camec.pgcont@pg.df.gov.br para retirada de dúvidas e questionamentos.
Mais vagas para cursos de qualificação profissional em diversas áreas. As aulas estão sendo ofertadas pela Secretaria da Proteção Social (SPS) em equipamentos como os ABCs, Centros Comunitários e o Espaço Viva Gente (EVG). Ao todo, são 360 vagas em formações que abrangem mecânica de ar condicionado automotivo, eletricidade, pintura de obras e instalação de som e acessórios veiculares. Os cursos são gratuitos, com turmas nos turnos da manhã e tarde.
Entre as opções, destacam-se o curso de Mecânico de Ar Condicionado Automotivo, oferecido tanto no Centro Comunitário Farol quanto no Espaço Viva Gente. Para quem busca capacitação em pintura, as formações em Técnicas de Pintura de Obras, e Texturização e Pintura de Obras Imobiliárias ocorrerão no Centro Comunitário São Vicente e nos ABCs do Bom Jardim e Conjunto Palmeiras. Na área de elétrica, o curso de Eletricista de Automóveis será ministrado no Centro Comunitário São Francisco, enquanto o de Eletricista Instalador Residencial acontece no ABC Mondubim.
Quem busca formação em instalação veicular pode optar pelo curso de Instalador de Som, Acessórios e Película Veicular, disponível nos ABCs Serrinha e Cajueiro Torto. As inscrições devem ser realizadas nos próprios locais onde os cursos serão oferecidos. Para matrícula, é necessário apresentar identidade, CPF, comprovante de escolaridade e residência. As aulas começam conforme a formação das turmas.
Serviço
Mecânico de Ar Condicionado Automotivo – 160h Local: Centro Comunitário Farol – Avenida Zezé Diogo, 310, Cais do Porto Turma 1: 8h às 12h (20 vagas) Turma 2: 13h às 17h (20 vagas) Pré-requisitos: ter no mínimo 16 anos; ter concluído o 6° ano do Ensino Fundamental
Mecânico de Ar Condicionado Automotivo – 160h Local: Espaço Viva Gente – Rua Maria Mirtes, 1010 – Jardim União (Passaré) Turma 1: 8h às 12h (20 vagas) Turma 2: 13h às 17h (20 vagas) Pré-requisitos: ter no mínimo 16 anos; ter concluído o 6° ano do Ensino Fundamental
Técnicas de Pintura de Obras e Texturização – 80h Local: Centro Comunitário São Vicente – Travessa do Rosário, S/N – Quadras, Aldeota Turma 1: 8h às 12h (20 vagas) Turma 2: 13h às 17h (20 vagas) Pré-requisitos: ter no mínimo 16 anos; ter concluído o 7º ano do Ensino Fundamental
Eletricista de Automóveis – 160h Local: Centro Comunitário São Francisco – Rua Ilha do Bote, 367, Conjunto São Francisco Turma 1: 8h às 12h (20 vagas) Turma 2: 13h às 17h (20 vagas) Pré-requisitos: ter no mínimo 16 anos; ter concluído o 7º ano do Ensino Fundamental
Instalador de Som, Acessórios e Película Veicular –160h Local: ABC Serrinha – Rua Cônego Lima Sucupira, 1487, Serrinha Turma 1: 8h às 12h (20 vagas) Turma 2: 13h às 17h (20 vagas) Pré-requisitos: ter no mínimo 16 anos; ter concluído o 6° ano do Ensino Fundamental
Instalador de Som, Acessórios e Película Veicular –160h Local: ABC Cajueiro Torto – Rua Floresta, 180, Messejana Turma 1: 8h às 12h (20 vagas) Turma 2: 13h às 17h (20 vagas) Pré-requisitos: ter no mínimo 16 anos; ter concluído o 6° ano do Ensino Fundamental
Pintor de Obras Imobiliárias – 160h Local: ABC Palmeiras – Rua Castelo de Castro, 2100, Conjunto Palmeiras Turma 1: 8h às 12h (20 vagas) Turma 2: 13h às 17h (20 vagas) Pré-requisitos: ter no mínimo 18 anos; ter concluído o 5º ano do Ensino Fundamental
Eletricista Instalador Residencial – 160h Local: ABC Mondubim – Rua Nossa Senhora da Conceição, 151, Mondubim Turma 1: 8h às 12h (20 vagas) Turma 2: 13h às 17h (20 vagas) Pré-requisitos: ter no mínimo 18 anos; ter concluído o 5º ano do Ensino Fundamental
Técnicas de Pintura de Obras e Texturização – 80h Local: ABC Bom Jardim – Rua 3 Corações, 762, Bom Jardim Turma 1: 8h às 12h (20 vagas) Turma 2: 13h às 17h (20 vagas) Pré-requisitos: ter no mínimo 16 anos; ter concluído o 7º ano do Ensino Fundamental
A bioeconomia, especialmente na região Amazônica, tem emergido como uma solução promissora para a conciliação entre desenvolvimento econômico e sustentabilidade ambiental. Essa abordagem econômica, que valoriza os recursos biológicos e os coloca no centro das cadeias produtivas, oferece potenciais para a preservação da biodiversidade, inovação tecnológica e inclusão social. Entretanto, para uma análise profunda e estratégica de seu potencial, é essencial utilizar uma ferramenta amplamente reconhecida, como a Análise Swot, que permite identificar as forças (strengths), fraquezas (weaknesses), oportunidades (opportunities) e ameaças (threats) da bioeconomia na Amazônia.
Strengths (forças)
Entre as principais forças da bioeconomia na Amazônia está a vasta biodiversidade da região, que oferece uma ampla variedade de recursos naturais, como plantas medicinais, alimentos, fibras e óleos essenciais. Esses recursos são fundamentais para o desenvolvimento de produtos com alto valor agregado, especialmente nos setores farmacêutico, cosmético e alimentar. Além disso, a bioeconomia promove o uso sustentável dos recursos naturais, ao mesmo tempo em que fomenta a conservação da floresta e a manutenção dos serviços ecossistêmicos, como a regulação climática e a conservação dos solos (Brasil, 2024).
Outro ponto positivo reside no crescente apoio internacional para iniciativas de sustentabilidade e economia verde, especialmente em contextos de mitigação das mudanças climáticas. Iniciativas como o REDD+ e o ART-Trees estão em consonância com os objetivos da bioeconomia, oferecendo incentivos financeiros para projetos que conservem a floresta e promovam práticas econômicas sustentáveis (MMA, 2023).
Weaknesses (fraquezas)
Apesar do imenso potencial que a bioeconomia na Amazônia apresenta, ainda existem algumas áreas que podem ser aprimoradas. A infraestrutura disponível e as políticas públicas relacionadas ao desenvolvimento sustentável de cadeias produtivas ainda têm espaço para evolução, o que poderia ampliar as oportunidades no setor. Além disso, o acesso a financiamentos e a tecnologias inovadoras para pequenos produtores e comunidades tradicionais ainda pode ser facilitado, de modo a fortalecer a competitividade desses produtos no mercado internacional (Secchi, 2021).
Em termos de desenvolvimento técnico e inovação, há um campo promissor para aumentar o investimento em pesquisa e desenvolvimento tecnológico, o que certamente impulsionaria a capacidade local e fomentaria novos avanços no setor. Ainda, a coexistência de diferentes atividades econômicas na região traz desafios que podem ser abordados com mais clareza em termos de regulamentação e fiscalização, garantindo que o progresso da bioeconomia possa coexistir harmoniosamente com o desenvolvimento sustentável (Oliveira & Santos, 2022).
Opportunities (oportunidades)
A bioeconomia amazônica também apresenta oportunidades estratégicas, especialmente no cenário atual de transição para uma economia de baixo carbono. O reconhecimento global da importância da Amazônia para o equilíbrio climático mundial torna a região uma peça-chave em iniciativas de compensação de carbono e soluções baseadas na natureza. Programas como o mecanismo REDD+ e a Estratégia Nacional de Bioeconomia, incorporada recentemente pelo Decreto nº 12.044/2024, abrem possibilidades de atração de investimentos estrangeiros e maior participação do Brasil em mercados globais de carbono e produtos sustentáveis (Brasil, 2024).
A crescente demanda por produtos naturais e orgânicos, tanto no mercado interno quanto externo, oferece uma oportunidade significativa para a bioeconomia. Produtos da biodiversidade amazônica, como açaí, cupuaçu e andiroba, estão cada vez mais presentes no mercado internacional, valorizados por suas propriedades nutricionais e cosméticas. Esse contexto pode incentivar a inovação nas cadeias produtivas e aumentar a competitividade da região no mercado global (Pinto, 2023).
Threats (ameaças)
Apesar dos avanços promissores, alguns desafios ainda persistem e podem dificultar a consolidação da bioeconomia na Amazônia. Entre eles, destaca-se a expansão gradual do agronegócio e da pecuária extensiva, cujas práticas, em alguns casos, ainda exercem pressão sobre áreas florestais, o que pode impactar negativamente os esforços de preservação ambiental. Além disso, mudanças nas políticas ambientais e eventuais ajustes nas regulamentações podem criar incertezas, o que pode influenciar a adoção de práticas sustentáveis por investidores e comunidades locais (Nascimento et al., 2023).
Outro ponto de atenção é a necessidade de maior sinergia entre os diferentes setores governamentais e econômicos. A bioeconomia, por seu caráter abrangente, exige um alinhamento eficaz entre políticas ambientais, agrárias e de desenvolvimento, o que, em alguns casos, pode não ocorrer de forma totalmente integrada. Sem essa coordenação aprimorada, os projetos de bioeconomia correm o risco de não alcançar todo o seu potencial em termos de impacto (Lima, 2022).
Conclusão
A Análise Swot da bioeconomia na Amazônia revela um cenário complexo, mas cheio de possibilidades. Com suas imensas riquezas naturais e o crescente apoio internacional, a região possui enorme potencial para se consolidar como um polo global de bioeconomia. No entanto, é necessário enfrentar suas fragilidades, como a falta de infraestrutura e a competição com atividades insustentáveis, além de mitigar as ameaças impostas pela expansão do agronegócio e a instabilidade política. A adoção de políticas públicas mais integradas, somada a investimentos em inovação e capacitação, será essencial para que a bioeconomia se torne um motor de desenvolvimento sustentável na Amazônia.
*José Luiz Gondim dos Santos é gestor de políticas públicas, advogado especialista em Constitucional, Mudanças Climáticas e Negócios Ambientais
O deputado Lucas do Vale (MDB) apresentou nesta semana na Assembleia Legislativa, o projeto de lei nº 20680/24, de sua autoria, que a instituí a Política Estadual de Apoio ao produtor rural, em razão da ocorrência de incêndios em suas propriedades.
Segundo o parlamentar a proposta tem o objetivo de auxiliar a reconstrução e recuperação do solo utilizado para pastagens ou agricultura e garantir a continuidade das atividades produtivas no campo. Ainda segundo a proposta, a Política Estadual atenderá às seguintes diretrizes:
I – Estimular a adoção de medidas de prevenção contra novos incêndios nas áreas de risco;
II – Estimular a adoção de medidas de recuperação ambiental nas áreas atingidas, bem como o apoio para sua implementação;
III – Estimular a celebração de parcerias ou convênios com órgãos públicos e com a organização da sociedade civil para a disponibilização de apoio logístico e financeiro aos produtores rurais cujas propriedades foram atingidas por incêndio e implantar o sistema de monitoramento via câmeras nas rodovias para mapear novos focos de incêndio.
Lucas do Vale explica que as queimadas se originam por causas naturais, geralmente ocasionadas em períodos de extrema seca, baixa umidade do ar e em regiões do Cerrado, bem como podem ocorrer pela ação do homem, gerando impactos químicos, físicos, biológicos e morfológicos a todo um ecossistema e, ainda, a perda da biodiversidade local.
“Dentre as principais consequências das queimadas, destaca-se o aumento da liberação de dióxido de carbono, erosões no solo, perda da absorção no solo, poluição, destruição de infraestrutura e habitats naturais e outros”, escreve o parlamentar na proposta.
Do Vale ressaltou ainda que nas queimadas são emitidos vários poluentes clássicos, mas também substâncias altamente tóxicas para a saúde humana podendo causar inúmeros efeitos, tais como problemas oftálmicos, doenças dermatológicas, gastrointestinais, cardiovasculares e pulmonares, além de alguns tipos de câncer, caso a exposição de monóxido de carbono seja em altos níveis.
“Por isso apresentei essa medida que é mais que necessária, pois as queimadas ocasionam diversas consequências tanto para a população, quanto para a fauna e flora”, afirmou o deputado.
A proposta será encaminhada para a Comissão de Constituição, Justiça e Redação da Casa, onde será distribuída para a relatoria de um colega parlamentar.
O Corpo de Bombeiros de São Paulo busca duas mulheres desaparecidas após o naufrágio de uma embarcação pequena em São Vicente, no litoral de São Paulo. Na embarcação que afundou nas proximidades da Garganta do Diabo, na noite de domingo (29), estavam sete pessoas, sendo que cinco – três mulheres e dois homens – foram resgatadas. As buscas foram retomadas às 7h desta segunda-feira (30) com três equipes aquáticas e um helicóptero Águia.
De acordo com as informações da Marinha, por meio da Capitania dos Portos de São Paulo (CPSP), a embarcação naufragada foi identificada como a lancha La Linda. Logo que foi comunicada sobre o naufrágio, a capitania enviou uma equipe ao local para conduzir as buscas em conjunto com o Corpo de Bombeiros.
“Neste momento, as equipes da CPSP e CBMSP continuam as buscas pelas pessoas desaparecidas. Informações que auxiliem na localização das vítimas podem ser passadas diretamente à CPSP. Um inquérito administrativo foi instaurado a fim de investigar as possíveis causas e responsabilidades pelo acidente”, informou a capitania em nota.
A Capitania dos Portos informou ainda que não houve registro de poluição no mar, resultante do afundamento da embarcação.
A Garganta do Diabo é uma região entre a Ilha Porchat e o Parque Estadual Xixová-Japuí, onde está a Praia de Paranapuã, em São Vicente. A área atrai surfistas em dias de ondulação maior, mas é considerada umas das mais perigosas devido às correntezas no trecho.
A edição 2024 da Operação Mata Atlântica em Pé no Ceará resultou na aplicação de R$ 16.325.100,00 em multas por desmatamento ilegal em municípios cearenses. Os dados foram divulgados na última sexta-feira (27/09). A operação contou com a participação da Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace), do Ministério Público do Estado do Ceará, do Batalhão de Polícia de Meio Ambiente (BPMA) e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
De abrangência nacional, a Operação Mata Atlântica em Pé foi coordenada neste ano pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e executada por unidades do MP brasileiro em 17 estados da federação, em parceria com polícias e órgãos de fiscalização ambiental responsáveis por combater o desmatamento e recuperar áreas degradadas do bioma Mata Atlântica.
Balanço estadual
No Ceará, a fiscalização ocorreu entre os dias 16 e 20 de setembro, no território de oito municípios: Camocim, Cruz, Guaramiranga, Itapipoca, Mulungu, Trairi, Pacoti e Paraipaba, em uma área vistoriada de 2.014,25 hectares. As multas foram aplicadas pelo Ibama e pela Semace. Em 2023, a operação no Ceará fiscalizou o território de 11 municípios, em uma área de 743,47 hectares, resultando na aplicação de R$ 1.930.435,00 em multas.
Constatados os ilícitos ambientais, os responsáveis são autuados e podem responder judicialmente – nas esferas cível e criminal – e ser apenados com sanções administrativas relacionadas aos registros das propriedades rurais. No âmbito do MP do Ceará, a operação foi realizada pelo Centro de Apoio Operacional do Meio Ambiente (Caomace), juntamente com as Promotorias de Justiça das comarcas abrangidas na fiscalização.
De acordo com o promotor de Justiça Fábio Ottoni, coordenador do Caomace, nos cinco dias de ações no Ceará, 45 alvos pré-identificados como possíveis áreas de desmatamento ilegal foram fiscalizados. “Diante das irregularidades identificadas, foram lavrados autos e aplicadas multas no valor total de R$ 16.325.100,00. Os autos serão encaminhados para o Ministério Público Estadual, que cuidará também da responsabilização criminal dos agentes causadores do desmatamento irregular. A operação foi muito bem-sucedida, porque demonstra a articulação e a vigilância dos órgãos de fiscalização e passa a mensagem para aquelas pessoas que ainda insistem em descumprir a legislação ambiental e colocar em risco um bioma tão importante como a Mata Atlântica”, analisou Fábio Ottoni.
Operação nacional
Neste ano, a Operação Mata Atlântica em Pé identificou 17.124 hectares com supressão ilegal de vegetação nativa em todo o país – cada hectare corresponde a um campo de futebol. Em 2023, foram registrados 15,4 mil hectares de desmatamento e em 2022 foram 11,9 mil. Ao todo, neste ano, foram 994 alertas fiscalizados. O trabalho resultou ainda na aplicação de R$ 137.515.308,05 em multas até esta sexta-feira (27/09), sendo que alguns estados ainda não contabilizaram o total. O valor em 2024 foi o maior já registrado no histórico da operação.
Piauí, Minas Gerais e Paraná foram os estados com maior área de fiscalização e, portanto, maior número de hectares com supressão de vegetação nativa. Piauí registrou 7.300 hectares de desmatamento da Mata Atlântica, enquanto Minas Gerais teve 2.854 hectares e o Espírito Santo, 1.029 hectares. Minas Gerais também se destaca como Estado com o maior valor de multas aplicadas: R$ 56,2 milhões.
Tecnologia
Durante a operação, as equipes de fiscalização visitaram áreas identificadas com possível ocorrência de degradação, ou realizaram fiscalização remota. Desde 2019, as localizações são mapeadas principalmente a partir da utilização de tecnologia do projeto MapBiomas, ferramenta que permite a obtenção de imagens de satélite em alta resolução para a constatação de desmatamentos.
Desmatamento
Dados do Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica – cuja última atualização é de maio deste ano – mostram uma perda de 14.697 hectares (equivalente a 14 mil campos de futebol) de florestas nativas no período de 2022-2023. O número representa uma redução de 27% em relação ao período anterior e confirma uma tendência de queda na taxa de desmatamento no bioma nos últimos anos.
Apesar de representar uma redução em relação ao número de 2021-2022, que foi de 20.075 hectares, o desflorestamento ainda é grande, principalmente em áreas de transição ou cercadas por outros biomas, como Cerrado e Caatinga. Quatro estados acumularam 90% do desflorestamento: Piauí (6.192 ha), Minas Gerais (3.193 ha), Bahia (2.456 ha) e Mato Grosso do Sul (1.457 ha). A recuperação de áreas florestais é fundamental para o bioma e para a mitigação das mudanças climáticas.
“Em nome de Jesus, Senhor, já estou curado.” Esse tipo de prece é comum na rotina do pequeno Bryan Vinicius de Souza Vidal, de 4 anos, que trava uma guerra contra o câncer. Diagnosticado com sarcoma de células claras (SCC) há um ano, ele é um dos pacientes da Unidade de Alta Complexidade em Oncologia do Acre (Unacon), da ala de pediatria. Em suas redes sociais, a mãe, Sislânia Oliveira, posta as vitórias do pequeno e tem registrado as últimas sessões de quimioterapia que ele está fazendo. Em outro vídeo, ela mostrou o momento que ele arrasta uma mala e comemora: “Só falta mais uma [sessão de quimio].”
Bryan Vinicius faz tratamento contra o câncer em Rio Branco. Foto: cedida
Setembro tem como uma de suas cores o dourado, que é uma campanha global de conscientização sobre o câncer infantojuvenil e tem como objetivo alertar a população sobre a importância do diagnóstico precoce da doença. Depois de receber a confirmação da doença, é iniciado um longo processo de tratamento e, para que a família seja acolhida da melhor maneira, a Secretaria de Saúde do Acre montou um espaço pediátrico dentro da Unacon.
Formada por profissionais qualificados, espaços lúdicos e muitas cores, o ambiente faz parte do tratamento e foi pensado como uma forma de amenizar o fardo durante tantas idas ao hospital. Além de tudo, garante que as crianças que estejam passando por esse processo tenham a infância preservada enquanto lutam contra essa doença.
Sislânia lembra que o pai de Bryan teve um sonho em que um homem o alertava para olhar a barriga do filho e foi quando eles começaram a investigação. “No outro dia, quando meu marido acordou, fui olhar a barriga dele e notei um caroço no abdômen, então fomos ao posto de saúde e foi diagnosticado um tumor”, relembra.
A partir daí, a família foi encaminhada para a Fundação Hospital Estadual do Acre (Fundhacre), onde foi feita uma cirurgia e a biópsia. “Dia 6 de julho de 2023 tive o diagnóstico de câncer e fiquei sem chão, desesperada, mas a Dra. Valéria sempre me mostrando que não era o fim, mas que tinha cura sim”.
Para Sislânia, o acolhimento que recebeu foi fundamental para que fosse fortalecida enquanto acompanha o filho.
O alerta
A pediatra oncologista Valéria Paiva, a qual a mãe faz menção, é uma das que acompanham esse trabalho na unidade, sendo uma referência na área. Ela conta que o serviço existe desde 2007 e já passaram 850 crianças pelo local. “Atualmente, temos 20 crianças em tratamento, mas lembrando que todas ficam em acompanhamento, mesmo após 5 ou 10 anos. O tipo mais comum de câncer nas crianças é a leucemia linfoide aguda, seguida pelos tumores cerebrais e linfomas, que seguem a mesma epidemiologia do mundo”, relata.
Médica Valéria Paiva atua no estado do Acre há quase 18 anos. Foto: Izabelle Farias/Sesacre
Os pais devem ficar atentos a alguns sinais para que, caso haja algo diferente na criança, ela seja levada o mais rápido possível para uma unidade de saúde e tenha uma resposta rápida e eficaz. É preciso ficar alerta em casos de anemia e palidez bruscas, manchas roxas em locais nos braços e no tronco, que não estejam relacionados à trauma, dor de cabeça persistente com diminuição de força, dor de cabeça com vômitos, estrabismo ou a leucocoria, que é a mancha branca no olho quando tira foto com flash, dor nas pernas com piora e aumento dos linfonodos, nódulos palpáveis e corpo ou massas palpáveis no corpo.
“Aqui no estado a gente tem o tratamento tanto de quimioterapia, cirurgia, como a radioterapia. E a gente tenta fazer da melhor forma possível. O câncer infantil é totalmente diferente do câncer do adulto, sendo mais agressivo, mas com melhor resposta à quimioterapia. Então as chances de cura podem chegar a mais de 85%, mas depende do diagnóstico precoce”, ressalta a médica.
E, para que esse processo se torne mais leve, tanto para o paciente, como para a família, o espaço tem um papel crucial nessa acolhida. “A gente faz algumas adaptações para que a criança fique mais tranquila no tratamento. As quimioterapias geralmente são internações, então esse é um lugar mais colorido, enfeitado e lúdico. Tentamos relacionar essa com uma brincadeira, um super-héroi e deixamos coloridos”, pontua.
Érica Araújo, de 12 anos, sonha em poder voltar à rotina normal. Foto: José Caminha/Secom
‘Quero minha rotina de volta’
Érica Araújo, de 12 anos, é uma das pacientes que está fazendo quimioterapia no local. Acompanhada da avó, Maria de Lourdes Lima, ela revela qual é o principal plano para quando esse processo acabar: “Quero voltar a ter uma rotina normal”.
Atleta de taekwondo, estudante e viajante, ela começou o tratamento em julho deste ano contra linfoma de Hodgkin. Uma das coisas que lhe trouxe alívio foi conseguir fazer seu tratamento em Rio Branco. “É importante ter esse apoio por perto, porque fiquei com medo da doença”, contou.
A avó, Maria de Lourdes, complementa informando que o atendimento na unidade é um marco. “Aqui somos bem atendidas, tanto pacientes como acompanhantes. Gosto muito do atendimento, os funcionários são um amor de pessoa. Não foi necessário viajar, porque aqui tem de tudo, está bem avançado. Inclusive, minha irmã tem câncer e é tratada aqui, a esposa do meu irmão também é tratada aqui. Não foi preciso viajar”, reforça.
Érica é atleta de taekwondo, estudante e viajante, ela começou o tratamento em julho deste ano contra linfoma de Hodgkin. Foto: José Caminha/Secom
De paciente a enfermeira
Raissa Silva, hoje com 25 anos, foi uma paciente pediátrica da unidade quando tinha 12 anos. De Cruzeiro do Sul, na época, quando tinha 12 anos, teve que ir para a capital acreana para tratar de um linfoma. “Eu tive um linfoma no braço esquerdo e o meu diagnóstico foi precoce, mas tive que passar por quatro médicos antes de receber o diagnóstico fechado de câncer. Foi precoce porque minha mãe sempre foi muito atenta à minha saúde. Os meus sintomas eram muito inespecíficos, então, foi um pouco difícil de se descobrir assim no início”, relembra.
Desde o diagnóstico, o tratamento foi feito pelo Sistema Único de Saúde (SUS), o sistema que hoje ela compõe como enfermeira. Durante a guerra que travou, o tratamento que recebeu dos funcionários da unidade foi um refrigério.
Curada de câncer, Raissa hoje é enfermeira e trabalha na Unacom. Foto: cedida
“A escolha da minha profissão foi motivada pelo que passei. Eu quis entrar para a enfermagem por causa desse cuidado, porque a enfermagem é a arte de cuidar, então, gostaria de ajudar outros pacientes. Durante a minha formação como enfermeira não fui muito para a área da oncologia. Na verdade eu estudei mais para ser enfermeira de urgência e emergência, que é a minha pós-graduação, mas eu não esperava voltar para Rio Branco. Na verdade, trabalhava no Hospital do Juruá, na área que eu mais me identifico, que é a área da urgência e emergência da UTI, só que acabou que o destino me trouxe de volta para Rio Branco e para o Hospital do Câncer”, relata.
Durante sua caminhada, Raissa disse que nunca perdeu a fé na cura. A experiência como paciente reflete na sua atuação como profissional. “Talvez por eu ter passado por esse tratamento tão jovem, nunca tive medo, sempre imaginei que eu fosse ser curada e eu nunca pensei na morte. Nunca fiquei triste sobre o câncer. A única coisa que me fez chorar, inclusive é uma das minhas lembranças mais fortes, foi quando a doutora Valéria me falou que eu tinha que ficar em Rio Branco para fazer meu tratamento e eu ia ter que ficar longe da minha família. Eu chorei. O câncer é difícil de curar, mas ele tem cura. Então, quando tratado, quando descoberto logo, a pessoa tem mais chances, assim como eu tive a chance também. É uma doença muito amedrontadora, mas ela pode ser vencida”.
Janini teve a ideia de personalizar as máscaras termoplásticas. Foto: José Caminha/Secom
Héroi usa capa e máscara
Encontrar colaboradores que deixem esse processo mais leve é um acalento. A técnica em radiologia Janini Negreiros tem consciência disso e teve uma ideia, ainda no ano passado, para que os pequenos pacientes que precisam de radioterapia se sentissem mais fortes ao encarar aquela máquina que pode ser assustadora. Pensando em tornar este momento mais tranquilo, teve a ideia de personalizar as máscaras termoplásticas, essenciais para a imobilização dos pacientes durante o tratamento. Ela garante que a cabeça e o pescoço serão mantidos exatamente na posição correta para o tratamento.
“Como tenho filho e ele gosta mais de super-hérois, pensei que ela assim, branca, podia assustar ainda mais. Então, vi no Instagram um colega de outro estado que personalizava as máscaras, tinha todo um cuidado com as crianças e achei interessante”, conta.
Antes de personalizar, a enfermeira conversa com os pacientes. Foto: José Caminha/Secom
Então, ela entrou em contato com a pediatra, que autorizou a personalização. Antes da confecção, ela conversa com os pacientes para saber o perfil de cada um e produzir o equipamento. “A gente sempre procura fazer assim: conversamos com o paciente, vemos o que ele gosta e vou tendo ideias. Toda criança que vem, a gente procura trazer essa personalização, porque fica mais leve para a criança. Ela se sente mais acolhida, não fica com tanto medo”, conta.
Desde a medida, alguns pacientes que precisaram ser sedados em sessões anteriores conseguiram fazer o procedimento acordado depois de se vestir com a “armadura”. “É uma coisa a menos para eles naquele momento. Quando passei a personalizar, os pacientes chegam aqui correndo e é como virassem verdadeiros hérois naquele momento. E, aos poucos, a gente se junta e já vai incrementando, como o último que fez aqui, além da máscara a gente comprou a roupinha do Pantera Negra”.
Espaço é pensado para deixar tratamento mais leve e manter a infância das crianças. Foto: José Caminha/Secom
A manutenção da infância
O gerente de assistência da Unacom, o oncologista Rafael Teixeira, explica o impacto desses pequenos detalhes no ambiente do tratamento e a importância dessa qualificação dos servidores, que, acima de tudo, colocam a humanidade e sensibilidade à frente da conduta profissional.
Ele explica que o diagnóstico e todo o tratamento não envolvem apenas o paciente, que está na infância, mas também toda a família. “Quando a pessoa tem câncer, independente da idade, a notícia, a expectativa, o medo existe. É o medo de perder, medo de morrer e o paciente não adoece sozinho, a família toda é atingida. E nas crianças isso é muito potencializado, porque, dependendo da idade, a criança não tem perspectiva da gravidade da situação, então fica tudo muito a cargo dos pais, da família”, explica.
O desafio, segundo o médico, é manter a família engajada e com esperança durante esse procedimento. “A gente tem que usar várias estratégias. Não é só dar o remédio, não é só marcar consulta, mas também ter um ambiente acolhedor faz toda a diferença, ter esse cuidado desde a porta de entrada. Precisamos ter um acolhimento legal, com ação lúdica, que também ajuda no enfrentamento da doença, no resultado do tratamento. Não é só do paciente, da família, mas para a equipe também, que sofre muito”.
Médico, Rafael fala da importância desse acolhimento e como isso reflete no tratamento. Foto: José Caminha/Secom
Os tratamentos de câncer são longos. As crianças são acompanhadas por muitos anos após os procedimentos. “Com o passar do tempo, vai criando-se vínculos e existe um peso muito grande. A gente quer que todo mundo fique curado, mas não é sempre assim. As perdas existem e elas são sentidas pela família, claro, mas também pela equipe. O espaço bom, adequado, ajuda nisso tudo, a minimizar alguns sofrimentos e dar o mínimo de, não vou nem dizer conforto, mas daquilo que as pessoas precisam para enfrentar este momento difícil”, evidencia.
O impacto positivo nisso, segundo o médico, é documentado na literatura. O gerente pontua, ainda, que a unidade aceita livros, brinquedos e aparelhos, como videogame, TV e itens que podem ajudar nessas atividades.
“Temos desenhos, livros, historinhas e a professora faz atividade educacional. Tudo isso até para manter a criança sendo criança. Afinal de contas, ela continua sendo uma criança, precisa brincar, viver e já está tão afetada de precisar vir ao hospital tantas vezes que a infância vai ficando um pouco comprometida, e no que a gente pode ajudar, a gente tenta. Por isso, são muitos eventos, festas à fantasia”, relata.
Espaços de esclarecimentos
A conscientização não deve ficar restrita apenas ao Setembro Dourado, mas deve ser disseminada constantemente na população. No dia 5 de outubro, no Horto Florestal, haverá um evento de luta contra o câncer infantil. A atividade foi adiada anteriormente, mas vai ocorrer das 8h às 12h. Além disso, o perfil da ala pediátrica compartilha informações importantes e as conquistas na área. A médica Valéria destaca, ainda, que esse trabalho de qualificação é estendido à atenção primária.
“Faço essa capacitação ensinando como aumentar a rapidez do diagnóstico precoce, para que essas crianças cheguem logo à Unacom e tenham maior chance de cura”, destaca.
Também está marcada uma corrida para este domingo, 29, para chamar a atenção da população para o mês de luta. A reunião vai começar no Quiosque do Coco, a partir das 6h30.
Dúvidas, informações e orientações podem ser tiradas por meio do perfil da conta oficial da OncoPedAcre. É importante lembrar que esta é uma unidade que recebe paciente por meio de encaminhamento. Já na ação no dia 5 de outubro, vai ter brincadeira, pinturas, balões e folhetos informativos para fazer o diagnóstico precoce.
Um levantamento da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) revelou que nos últimos quatro anos 26,4 mil mulheres tiveram acesso ao planejamento reprodutivo e sexual na assistência ambulatorial garantido com a escolha do Dispositivo Intrauterino TCu 380 (DIU de cobre) no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). O DIU é um método contraceptivo reversível que apresenta alta eficácia, segurança e boa tolerância, possui longo tempo de atuação, sua inserção é um procedimento simples e tem poucas contraindicações para o uso.
Focando na atenção integral à saúde da mulher e no planejamento familiar, a Linha de Cuidado Materno Infantil do Paraná organiza a oferta deste método nas unidades de saúde, maternidades e ambulatórios. A incorporação do método pelo Ministério da Saúde e atuação de médicos e enfermeiros para inserção do dispositivo resultou no aumento gradativo da procura e no atual número expressivo de mulheres utilizando o DIU. O volume de colocações apresentou alta expressiva a partir de 2021, quando ultrapassou a marca de 5 mil.
O método foi disponibilizado pelo SUS a partir de 2017 – antes só era possível utilizá-lo pagando o dispositivo e a colocação na rede particular. Desde janeiro daquele ano até julho deste ano foram inseridos 30.725 DIUs pelo SUS no Paraná, com recorde em 2023 (6.410).
Elaine Regina Catanio, de 35 anos, residente em Enéas Marques, no Sudoeste do Paraná, passou pelo procedimento de inserção do DIU há cerca de um ano. Ela conta que o processo foi tranquilo e realizado com muito cuidado e efetividade. “Consultei na Unidade de Saúde com a médica do município que atende a saúde da mulher. Fiz o ultrassom e, com o resultado, foi agendado o procedimento. A colocação foi feita na própria unidade, tudo pelo SUS”, diz.
O DIU de cobre pode ser utilizado sem necessidade de troca por dez anos. Caso a paciente deseje retirar o dispositivo deve procurar um profissional qualificado para que o procedimento seja realizado na Unidade de Saúde.
“Além do DIU, nas unidades de saúde do Paraná podem ser encontrados todos os métodos contraceptivos disponibilizados pelo SUS, como a pílula, a injeção, a camisinha. Também pode ser realizada a consulta ginecológica e decidido em conjunto com a equipe de saúde qual o melhor método para a paciente”, explica a chefe da Divisão de Atenção da Saúde da Mulher da Sesa, Carolina Poliquesi.
AÇÃO REGIONALIZADA –O Hospital Universitário do Oeste do Paraná (HUOP) realiza desde junho atendimento ambulatorial, via call center, para consulta ginecológica e inserção de DIU nas mulheres. O atendimento é para mulheres que tiveram seus bebês no HUOP e queiram fazer o uso do método posteriormente, além daquelas domiciliadas em um dos 25 municípios da 10ª Regional de Saúde.
Os atendimentos são realizados pelos enfermeiros docentes do programa de residência em Enfermagem Obstétrica do HUOP, com recursos da Sesa. A iniciativa surgiu da demanda hospitalar, que atende aproximadamente 350 partos por mês.
A consulta de enfermagem para a inserção de DIU de cobre ocorre no ambulatório de Saúde das Mulheres toda segunda-feira, geralmente pela manhã. As mulheres que tiverem interesse em fazer a inserção do dispositivo, podem entrar em contato via Call Center (45) 3321-4703 por mensagem de WhatsApp e agendar sua consulta.
Em Turvo, município pertencente à 5ª Regional de Saúde de Guarapuava, muitas mulheres também aderiram ao DIU de cobre. Uma parceria da Regional de Saúde com a Associação Brasileira de Obstetrizes e Enfermeiros Obstetras do Paraná garante atendimento personalizado, com enfermeiras treinadas e aptas para realização do procedimento. Desde o início deste ano 86 mulheres já optaram pelo DIU nessa localidade.
“Fui super bem atendida, me deram apoio, com três enfermeiras que me acolheram e me tiraram todas dúvidas. Para as mulheres que têm receio ou medo, podem ir tranquilas, é um método que nos garante segurança”, afirma Flávia Grasile, professora em Turvo, que procurou o SUS para esse serviço.
Larissa Falcão – Ascom Casa Civil – texto Hiane Braun – Casa Civil – fotos
Cadastro será feito por meio do aplicativo Meu Detran; instalação do rastreador será realizada por agendamento, na Arena Castelão, após concluído o cadastro
Nesta segunda-feira (30), o Governo do Ceará iniciou o cadastro de entregadores de aplicativos e mototaxistas no Programa Moto Segura CE. Com a iniciativa, o Estado garante a instalação de equipamento para o rastreamento de motocicletas roubadas ou furtadas por meio da comunicação instantânea com as Forças de Segurança. Nesse primeiro momento, estão sendo contemplados trabalhadores de Fortaleza e Região Metropolitana.
Os primeiros equipamentos foram instalados também nesta segunda, na Arena Castelão, em Fortaleza, com a presença do governador Elmano de Freitas. “Estamos lançando esse programa começando pelos trabalhadores que trabalham com aplicativo, que fazem entrega de mercadorias, transporte de passageiros, porque essas pessoas ganham o seu pão de cada dia usando a moto como instrumento de trabalho”, afirmou Elmano de Freitas.
O cadastro no Moto Segura será realizado somente por meio do aplicativo Meu Detran. A instalação do rastreador será feita por agendamento, na Arena Castelão, após concluído o cadastro. O agendamento para instalação, que teve início nesta segunda em Fortaleza, será aberto para toda a Região Metropolitana a partir de terça-feira, 1° de setembro.
“Queremos que todos os trabalhadores, inicialmente da Região Metropolitana de Fortaleza, busquem se cadastrar. Eles vão ter o direito de ter o rastreador de sua moto e permitir que a Polícia possa monitorar e, em caso de furto ou de roubo, rapidamente agir para recuperar a moto e prender quem praticou o crime”, detalhou Elmano de Freitas.
Na oportunidade, também estiveram presentes representantes da cúpula de Segurança Pública do Ceará; o superintendente do Departamento Estadual de Trânsito do Ceará (Detran-CE), Michel Mourão; o presidente da Empresa de Tecnologia da Informação do Ceará (Etice), Francisco Barbosa; entre outras autoridades.
Moto Segura CE
O serviço de monitoramento e rastreamento será assegurado pelo Governo do Ceará, por meio da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), da Etice e Detran-CE. “A Etice disponibilizou, por meio de licitação, a solução que faz o rastreamento. Após o lançamento, será possível fazer o rastreamento dessas motos nesse trabalho em conjunto com SSPDS e Detran”, destacou Francisco Barbosa, presidente da Etice.
Parte do Ceará contra o Crime, o Moto Segura, de acordo com o secretário Roberto Sá, é fundamental para desestimular o furto e o roubo de motocicletas no Ceará. “Nós já temos um protocolo que é referência para o Brasil, a Ciops. A gente agrega agora a tecnologia, para dar mais velocidade para a Polícia verificar onde essa moto está. Essa tecnologia vai nos ajudar a atuarmos de forma mais precisa, aprimorando as nossas estratégias. O telefonema nos permite, com a autorização do proprietário, começar o monitoramento”, explicou o titular da SSPDS.
Mototaxista desde 2010 na Capital, José Evandro Tibúrcio, de 58 anos, fez o cadastro e agendamento no aplicativo Meu Detran. Ele foi um dos primeiros a chegar para instalação do equipamento na Arena Castelão. “É uma benção essa iniciativa. Primeiro, a proteção de Deus, mas é conveniente a gente se adequar com o que temos à nossa disposição”, acredita.
A moto também é o instrumento de trabalho há 10 anos de Marcos Paulo Teixeira, 40, que atende por aplicativo em Fortaleza. Para ele, o Moto Segura representa mais esperança. “Eu soube [do programa] através da internet, seguindo o governador [nas redes sociais]. A gente não quer que isso aconteça, mas no dia que acontecer de eu ser roubado, a primeira coisa que eu faço é acionar 190, com a esperança que a Polícia recupere minha moto”, pontua.
Critérios para este primeiro momento
Ser motociclista de aplicativo e/ou mototáxi; Ser residente no Ceará; Ter biometria realizada no estado do Ceará; Ter habilitação válida com categoria A; Ser proprietário da moto que será instalado o equipamento; Moto deve ser emplacada no estado do Ceará; Não ter restrições na habilitação; Não ter mais de 40 pontos na Carteira Nacional de Habilitação; Veículo sem débitos ou restrições; Realizar cadastro no aplicativo Meu Detran; Aceitar as regras do programa; Comprar o chip de dados específico para inserir no rastreador instalado pelo Governo e garantir as recargas periódicas; Manter as condições de adesão enquanto estiver sendo beneficiado com o sistema de monitoramento; Realizar agendamento e comparecer para instalação gratuita do equipamento; Realizar a desinstalação do rastreador quando receber notificação ou for transferir.
“O Detran atua com a parte de cadastramento e seleção do cidadão que vai participar, seja ele motofretista ou mototaxista. O sistema já está com o aplicativo pronto”, garantiu Michael Mourão, superintendente do Detran-CE.
Como realizar o cadastro no aplicativo Meu Detran
Baixar o app Meu Detran Cadastrar-se informando CPF, e-mail e criar senha Acessar o ícone do Programa Moto Segura Ceará Cadastrar identificação facial + informações da CNH e do veículo Em seguida, agendar a instalação
Comunicação às Forças de Segurança
Em caso de furto ou roubo de uma motocicleta contemplada pelo Moto Segura, o proprietário deve ligar para a Ciops da SSPDS, pelo número 190.
Durante a ligação, a vítima deve indicar ao teleatendente o número do seu CPF e a senha feita no momento do cadastramento no Moto Segura CE.
A partir desse registro, a moto passa a ser rastreada por meio do Sistema Agilis. O Agilis consiste em um sistema capaz de integrar vários bancos de dados, funcionando integrado às câmeras do Núcleo de Videomonitoramento (Nuvid) da Ciops.
A ferramenta, lançada em maio de 2021, é uma forte e ágil aliada na identificação de veículos automotores furtados, roubados ou utilizados em práticas criminosas.
Com o rastreamento acontecendo, equipes da Polícia Militar do Ceará (PMCE) realizarão a abordagem da motocicleta e prenderão o suspeito que estiver com o bem.