OAB/DF recebe palestra “Desafio não é brincadeira”, promovida pela FAJ em parceria com a Secretaria da Mulher
A Seccional do Distrito Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/DF) recebeu, nesta quinta-feira (30/10), a palestra “Desafio não é brincadeira”, promovida pela Fundação de Assistência Judiciária da OAB/DF (FAJ) em parceria com a Secretaria da Mulher do Distrito Federal (SMDF). A iniciativa teve como objetivo conscientizar a sociedade sobre os riscos digitais e os desafios perigosos que circulam nas redes sociais.
O evento contou com a participação de Patrícia Guimarães, presidente da FAJ; Ulisses Alves, presidente da Comissão de Inteligência Artificial da OAB/DF; Sandra Faraj, subsecretária de Transformação Tecnológica e Inovação Feminina da SMDF e palestrante; Beatriz Vilas Boas, agente da Polícia Civil; e Valdirene da Cruz Santana Nascimento, psicóloga.
O projeto busca proteger crianças e adolescentes dos riscos crescentes no ambiente digital, ampliando ações de prevenção e esclarecimento sobre crimes virtuais e desafios perigosos. Durante o encontro, Sandra Faraj apresentou palestras interativas e distribuiu cartilhas digitais com dicas de segurança, com o apoio de psicólogos, delegados de crimes cibernéticos, conselheiros tutelares e representantes do governo.
No evento, Patrícia falou da importância da FAJ. “A Fundação de Assistência Judiciária da OAB/DF tem como lema ser um verdadeiro centro de capacitação e preparação de advogados para atuar em diversas áreas, especialmente no enfrentamento à violência doméstica. Mas a FAJ, com seus 43 anos de história, também se orgulha do seu trabalho social junto à comunidade.”
“Nosso compromisso é permanente: promover palestras, cursos e eventos voltados não apenas aos advogados, mas também à sociedade em geral. Estamos imensamente felizes em propagar conhecimento e alertar sobre os perigos e golpes que têm vitimado nossas crianças e idosos, públicos cada vez mais vulneráveis nesse universo digital. Essa palestra reforça nosso papel de conscientizar que a internet, embora traga inúmeros benefícios, também apresenta riscos que exigem atenção e responsabilidade. É um alerta para todos nós: precisamos cuidar de nossas crianças e adolescentes, que muitas vezes se perdem nas redes sociais, e o caminho pode ser sem volta. A FAJ, como propagadora de direitos e agente de transformação social, caminha lado a lado com a OAB/DF na missão de aproximar a advocacia da comunidade. Juntos, trabalhamos por uma sociedade mais consciente, protegida e comprometida com um futuro melhor para todos,” completou.
Palestra “Desafio não é brincadeira”
Durante a palestra, a subsecretária abordou temas como ciberbullying, estupro virtual, automutilação e aliciamento de crianças e adolescentes em ambientes digitais, reforçando a importância da prevenção e da educação digital como ferramentas de proteção e cidadania. “O ‘Desafio não é brincadeira’ começou com uma fatalidade. Quem se lembra da morte da Sara Raíssa, menina de 8 anos, que inalou desodorante em um desafio nas redes sociais?”, afirmou Sandra Faraj, destacando a gravidade das situações que motivaram o projeto.
Ela também apresentou dados sobre o uso da internet entre jovens: “Entre 10 e 17 anos, 93% dos usuários de internet estão nessa faixa etária. São mais de 24 milhões de crianças e adolescentes conectados. A internet é uma excelente ferramenta, mas, se mal utilizada, se torna uma ameaça.”
Sandra detalhou ainda os efeitos do uso excessivo de telas: “O uso abusivo de telas pode sobrecarregar o cérebro da criança, causando dificuldade de concentração, perda de memória, isolamento, tristeza e ansiedade. O que parecia diversão agora vira sofrimento.”
Para a prevenção, ela indicou limites claros: “De 0 a 2 anos, não deve haver acesso às telas. De 2 a 5 anos, no máximo uma hora por dia, sempre acompanhada por um adulto. De 6 a 18 anos, é preciso equilibrar sono, estudo, atividade física e convivência social — e evitar o uso de telas pelo menos uma hora antes de dormir.”
A subsecretária alertou ainda para os riscos em plataformas digitais e jogos online: “O maior problema nos jogos é a troca de mensagens. Aceitar pedidos de amizade de desconhecidos e jogar online com estranhos é a porta de entrada para situações de risco, como aliciamento, chantagem e abuso sexual.”
Ela reforçou a importância do acompanhamento parental: “Crianças não têm privacidade em dispositivos. Os pais precisam verificar o histórico de internet, YouTube, aplicativos e conversar com os filhos. Isso é expressão de amor e proteção.” Sandra concluiu ressaltando a urgência da prevenção: “O que estamos fazendo aqui é para salvar vidas. Não é para colocar culpa em ninguém, mas para que possamos absorver informação e prevenir que mais tragédias aconteçam.”
Ao final do debate, Patrícia Guimarães destacou a importância da conscientização familiar. “Nossa responsabilidade é propagar conhecimento, alertando sobre os perigos e golpes que podem vitimar nossos entes queridos. A FAJ reafirma seu compromisso de trabalhar em parceria com advogados e com a sociedade, aproximando-se da comunidade.”
Ulisses Alves, presidente da Comissão de Inteligência Artificial da OAB/DF, destacou que “é crucial compreender que, embora as crianças demonstrem habilidades rápidas, a compreensão da essência do que fazem pode ser limitada. A inteligência artificial é um tema central, e vemos sua crescente utilização por profissionais. Contudo, o impacto da IA nas crianças, com o aumento da exposição e os riscos associados, exige nossa atenção.”
Fotos: Alex Bandeira
Jornalismo OAB/DF
