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‘O Rio de Janeiro de hoje é o Amazonas de amanhã’, declara deputado Comandante Dan
Na abertura da sessão plenária desta terça-feira (4/10) na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), o deputado Comandante Dan (Podemos) comentou a operação policial realizada no Rio de Janeiro, fazendo um paralelo com a situação do Amazonas. Na opinião do parlamentar, o cenário do Amazonas aponta para extremos, como aqueles evidenciados na capital carioca.
“Não falo de opinioso, me pronuncio sobre um assunto que vivenciei a vida inteira. Em 2007 estava na Força Nacional, fazendo a Operação Asfixia, controlando 27 pontos de acesso para a entrada e saída no Complexo do Alemão. Infelizmente, percebo que o Rio de Janeiro de hoje é o Amazonas de amanhã. Precisamos de uma política pública efetiva, que reverta esse rumo”, avaliou.
O deputado, que comandou a Polícia Militar do Amazonas de 2008 a 2011, fez considerações sobre a inconsistência da política pública de segurança pública adotada pelo Estado, que não privilegia o elemento humano.
“Não se faz segurança pública apenas com tecnologia. Ela é importante, mas não prescinde do capital humano. Não vejo prioridade na contratação de concursados, na realização de novos concursos, no pagamento de auxílio-fardamento e de data-base. Onde queremos chegar? No limite? No extremo? Esta casa (Aleam) recebeu a Lei Orçamentária Anual de 2026. Precisamos nos posicionar”, disse.
O deputado se posicionou sobre o aumento na apreensão de armas sofisticadas e automáticas, de um calibre elevado, o que antes não era visto. Para ele, a apreensão das armas mostra a falência do sistema no controle da entrada delas no Amazonas.
Barris de pólvora que sinalizam a crise
O deputado Comandante Dan deu visibilidade à decisão da Justiça Estadual que, com base em ação civil pública (ACP) do Ministério Público do Amazonas (MPAM), interditou a 66ª Delegacia Interativa de Polícia (DIP) de Envira, com seu anexo prisional para fins de custódia de presos, por superlotação, precariedade de instalações e riscos à segurança pública.
“Dia 30 de setembro, Envira foi tomada por um clima de terror, com as facções criminosas promovendo desordem civil em toda a sede do município, em represália a uma operação policial, no mesmo dia em que a cidade recebeu a visita de um ministro de estado. Houve um barulho enorme de desembarque de tropas no município, mas se vê que era apenas pirotecnia, pois o problema não foi resolvido. Precisamos de ações sérias e não apenas midiáticas. A questão da segurança no interior é tão ou mais grave que na capital”.
