InícioMINAS GERAISSisema anuncia acordo com BNDES para concessão de parques mineiros

Sisema anuncia acordo com BNDES para concessão de parques mineiros


Sete unidades de conservação administradas pelo Governo de Minas foram incluídas no Programa de Estruturação de Concessões de Parques Estaduais lançado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A iniciativa envolve a estruturação de projetos de concessão de serviços turísticos de até 30 parques naturais no Brasil. O anúncio foi feito, nesta quinta-feira (17/12), pela secretária de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Marília Melo, em entrevista coletiva à imprensa para apresentação do balanço de gestão de 2020 do Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Sisema). 

Além da parceria com o governo federal, Marília também ressaltou o início da execução do Plano Estadual de Saneamento Básico (PESB), a ampliação e modernização de legislações e sistemas, retomada do Programa Água Doce (PAD) e a implantação da fiscalização ambiental na agricultura. Destaque, ainda, para conservação ambiental, preservação da fauna, políticas de mudanças climáticas e gestão de barragens.

Parques

O contrato com o BNDES foi firmado pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF), órgão do Sisema responsável pela gestão das unidades de conservação estaduais. O termo prevê a prestação de serviços técnicos de apoio, avaliação, estruturação e implementação de projetos visando à concessão dos serviços de visitação, para a revitalização, modernização e manutenção das atividades turísticas nas unidades selecionadas: Parques Estaduais Rio Doce, Itacolomi, Serra do Rola Moça, Ibitipoca, Rio Preto, Biri Biri e Pico do Itambé. 

“Nós temos grande expectativa de que a concessão possa fomentar o turismo nas unidades de conservação, gerando também impacto no entorno, com atrações turísticas, pousadas. Esse é o nosso objetivo”, afirmou a secretária.

Segundo o diretor-geral do IEF, Antônio Malard, as sete unidades incluídas no contrato com o BNDES passarão por estudos de viabilidade da concessão. A expectativa é de que, até o segundo semestre de 2022, as sete unidades estejam concedidas. 

Além do contrato com o BNDES, o Governo de Minas também avançou, em 2020, no Programa de Concessão em Parques Estaduais (Parc), gerenciado pelo IEF.

Em 1/12, foi publicado o primeiro edital do programa, com o objetivo de concessão da Rota Lund. O edital é para o conjunto de três unidades de conservação gerenciadas pelo IEF, que fazem parte da rota que leva o nome do pesquisador dinamarquês Peter Lund. São elas o Parque Estadual do Sumidouro; Monumento Natural Estadual Gruta Rei do Mato e o Monumento Natural Estadual Peter Lund. As empresas interessadas em participar da licitação deverão apresentar suas propostas até 29 de janeiro de 2021.

Saneamento

O início do Plano Estadual de Saneamento Básico (Pesb) também entrou nos destaques da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad). o plano deverá ser implementado em 18 meses, com um custo de R$ 1,6 milhão.

O programa foi retomado em junho e deve ser concluído até o final de 2021, traçando um panorama do saneamento em Minas. A partir deste raio-x, o objetivo será estabelecer diretrizes para execução de projetos, serviços e obras, servindo de base, inclusive, para a elaboração de planos de investimentos, com vistas à obtenção de financiamentos para os empreendimentos priorizados na área de saneamento.

“A política de saneamento, inédita em MG, é muito importante pois vai nortear as ações do governo relacionadas à universalização dos serviços de água e esgotamento sanitário no estado”, afirma Marília Melo.

Outra iniciativa enfatizada foi o Programa Água Doce (PAD), retomado com o objetivo de levar água potável para cerca de 30 mil pessoas de 69 comunidades rurais do semiárido mineiro até dezembro de 2021.

O programa conta com tecnologias como a construção de estações de dessalinização de água e recuperação de poços tubulares, que já estão em fase de implantação. Além disso, entrou na terceira etapa, com a realização de testes de vazão em poços tubulares nas comunidades rurais do semiárido mineiro para verificação das análises físico-química e bacteriológica da água, o que envolve a avaliação de mais de 50 substâncias.

O programa é uma iniciativa da Semad, desenvolvida em parceria com a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (GMG/Cedec)Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam), Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG), Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG) e Instituto de Desenvolvimento do Norte e Nordeste de Minas Gerais (Idene).

Ainda na gestão das águas, o Estado avançou na elaboração dos Planos Diretores de Recursos Hídricos (PDRH) de 33 das 36 bacias hidrográficas de Minas Gerais. A expectativa é de que todas as bacias do estado deverão contar com um PDRH consolidado até o final do próximo ano, o que garantirá maior segurança hídrica e preservação ambiental.

Fiscalização, redução de prazos e gastos

A implantação da Fiscalização Ambiental Preventiva na Agricultura (Fapa), lançada em 2020, também representa ganho em sustentabilidade e conservação ambiental em Minas, somando-se ao projeto já existente na Indústria, o Fapi. A iniciativa buscou orientar o setor produtivo antes da etapa de fiscalização ambiental, por meio de ações de mobilização, orientação e capacitação sobre práticas sustentáveis e legislação ambiental aliadas ao controle e fiscalização.

O Sistema de Licenciamento Ambiental (SLA) é outro destaque da pasta. Em um ano, o sistema gerou redução de custos diretos de R$ 500 mil, além de atender a 30 mil solicitações e formalizar 5 mil processos. “A desburocratização resultou em significativa diminuição do tempo de análise dos processos, o que demonstra o sucesso da digitalização para o licenciamento ambiental”, salientou Marília.

A eficiência nas análises de processo de licenciamento ambiental, outorga de direito de uso de recursos hídricos e autorizações para intervenções ambientais foram outros pontos enfatizados pela secretária. Conforme prevê o Programa de Eficiência Ambiental (PEA), processos tramitando fora do prazo foram reduzidos de maneira significativa (base de dados até 31/10).

O passivo em outorgas de uso da água – eram 20,8 mil processos fora do prazo na data de dezembro de 2018 – foi reduzido para 6.848 neste ano. A previsão do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam) é chegar ao fim de 2021 com cerca de 1,7 mil processos pendentes, o que significará redução de aproximadamente 90% em pendências.

O número de processos de licenciamento acumulados também foi reduzido – de 1.555 para 660, entre dezembro de 2018 e o mesmo mês de 2020. A expectativa da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) é fechar 2021 com um número de 360 processos de licenciamento, redução aproximada de 75% em relação a 2018.

Há dois anos, havia 3.415 processos de intervenções ambientais pendentes. Em 2020, o Instituto Estadual de Florestas (IEF) reduziu a demanda para 1.434 e espera chegar ao final do próximo ano com cerca de 475 processos tramitando fora do prazo, uma redução de 85%.

Barragens e políticas de clima

O acompanhamento das ações de recuperação das áreas atingidas pelos desastres ambientais de Mariana, em 2015, e Brumadinho, em 2019, também são destaques de 2020. Um dos avanços na área foi a inauguração do Centro de Geotecnologias e Monitoramento Ambiental Territorial (CGMat), espaço destinado ao acompanhamento e gestão de barragens no estado, reunião e sistematização de dados voltados ao mapeamento, monitoramento e avaliação ambiental de territórios e das barragens de contenção de rejeitos.

Em relação às emergências ambientais, 227 ocorrências foram atendidas pelo Núcleo de Emergência Ambiental (NEA) da Fundação Estadual de Meio Ambiente (Feam). O desempenho é 13% superior, se comparado à meta estabelecida no início do ano. As ações de recuperação de áreas de mineração e gestão de barragens totalizaram 432 eventos em 2020, 132 a mais do que o previsto como meta anual.

Entre as políticas de clima, a entrega da ferramenta Clima na Prática a todos os municípios mineiros promete aumentar a resiliência das cidades frente às mudanças climáticas, além de colocar Minas como protagonista nacional no assunto. Importante ressaltar, ainda, a assinatura do Memorando de Entendimento assinado entre o Governo de Minas e o Reino Unido em torno de uma agenda de desenvolvimento verde rumo à 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP26), marcada para 2021 em Glasgow, na Escócia.

Fauna e flora

Na gestão da fauna silvestre, sob a responsabilidade do Instituto Estadual de Florestas (IEF), tem destaque em Minas a inauguração do Centro de Triagem e Reabilitação de Animais Silvestres (Cetras), em Divinópolis, nesta quarta-feira (16/12). A estrutura poderá receber até 3 mil espécies para recuperação das condições clínicas e reintrodução à natureza.

A chegad da nova unidade soma positivamente ao trabalho que já é realizado nos quatro centros destinados à triagem e reabilitação de animais silvestres existentes no estado (Belo Horizonte, Juiz de Fora, Montes Claros e Patos de Minas). Em 2020, foram recebidos 5.196 animais silvestres e exóticos, com a reabilitação e soltura de 2.776 animais ao ambiente natural.

O IEF trabalha para, em 2021, avançar com encaminhamentos necessários para a criação de outros seis Cetras, nas cidades de Paracatu, Januária, Gouveia, Teófilo Otoni, Governador Valadares e Montes Claros, além de melhorias para a unidade de Juiz de Fora.

Arsae-MG

Na Agência Reguladora de Serviços de Abastecimento de Água e de Esgotamento Sanitário do Estado de Minas Gerais (Arsae-MG) houve ampliação dos Fundos Municipais de Saneamento Básico. No início do ano, cerca de 60 municípios do estado estavam habilitados a receber recursos do Fundo. Atualmente, 146 cidades integram o programa do Governo de Minas, com um aumento de quase 100% dos valores disponíveis que, antes, eram de R$60 milhões e, no último balanço, foram avaliados em R$ 118 milhões. 

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