”Não podemos naturalizar essa barbárie”, critica Linda Brasil sobre chacina no Rio de Janeiro

Publicado em: 30/10/2025 14:55

A deputada estadual Linda Brasil (Psol) usou a tribuna da Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese) para expressar a sua indignação com a chacina ocorrida nas favelas do Complexo do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro, na última terça-feira (28). Presidenta da Comissão de Direitos Humanos da Casa, ela classificou a operação policial como um “ato de terrorismo de Estado” e defendeu que esse modelo de segurança pública pautado no extermínio é ineficaz e nocivo à população mais vulnerabilizada.

“Não podemos naturalizar essa barbárie. Isso não é segurança pública. É inadmissível dizer que essa foi uma operação de sucesso, com mais de 130 pessoas mortas. Isso não é sucesso. Foi uma chacina. Um ato de terrorismo”, declarou a parlamentar.

Linda criticou a falta de transparência na divulgação dos nomes das pessoas mortas durante a operação. “Essa narrativa de que são todos bandidos, são todos investigados, acusados e suspeitos, não é segura. Eles não querem julgar. Até agora não foram divulgados os nomes, porque várias pessoas inocentes, que não são envolvidas com o tráfico, foram assassinadas. E mesmo se fossem envolvidas, deveriam passar por investigação, prisão e julgamento”, avaliou.

Em contrapartida à operação bélica contra o tráfico no Rio, Linda destacou a eficácia da ação desenvolvida na cidade de São Paulo, sem mortes. “Sucesso foi o que aconteceu no mês passado, na Faria Lima, lá no berço do mercado financeiro do nosso país, onde foram encontrados mais de um bilhão de reais de pessoas ligadas ao PCC”, frisou.

A parlamentar cobra investimentos em inteligência e investigações sérias para responsabilizar quem realmente se beneficia com o tráfico. Além disso, diante das declarações do governador do Rio de Janeiro sobre o apoio de outros governadores da direita a esse tipo de ação, a deputada apela para que o Governo de Sergipe e a Secretaria de Estado da Segurança Pública não apoiem esse modelo de atuação.

“O Estado do Rio de Janeiro usurpou o papel da Justiça e transformou o dever de proteger em autorização para exterminar. Por isso, demonstro o meu repúdio a esse tipo de comportamento e meu repúdio a parlamentares e governantes que estão se confraternizando, após esse genocídio, com o governador Cláudio Castro, lá no Rio de Janeiro, que declarou ter apoio. Precisamos dizer não à barbárie, e sim aos investimentos em inteligência, para prender quem realmente se beneficia com o tráfico no nosso país”, concluiu.

Fonte: Agência de Notícias do Estado de SE

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