Um vasto reservatório com água salgada em estado líquido se esconde sob a superfície do planeta-anão Ceres , o maior e mais famoso astro do cinturão de asteroides entre Marte e Júpiter, revelaram os dados da sonda Down, enviada em uma missão da Nasa.
Os resultados foram publicados em uma série de sete matérias nas revistas do grupo Nature – Astronomy, Geoscience e Communications – nesta segunda-feira (10) e revelam detalhes do planeta-anão mais próximo da Terra.
Desde 2015, cientistas analisam o Ceres e, através do espectrômetro italiano Vir, foi possível detectar e estudar os minerais que compõem os pontos brilhantes observados na superfície da cratera Occator, que tem cerca de 90 quilômetros de diâmetro, e que se acredita ter sido formado há 20 milhões de anos.
Os dados analisados foram observados, entre junho e outubro de 2018, a apenas 35 quilômetros de distância, na fase final da missão.
Os especialistas já cogitavam que essas “manchas” eram provas de um antigo oceano que percorria toda a superfície do planeta-anão. No ponto mais alto observável da Cerealia Facula (uma recente e brilhante estrutura geológica no centro da cratera), foi revelado uma mistura de diversos minerais que se formam na presença da água líquida.
Em particular, o cloreto de sódio hidratado, o nosso “sal comum” rodeado de inúmeras moléculas de água. Em um cálculo aproximado, eles estimam que o oceano estava ainda líquido há 1,2 milhão de anos.
Para os cientistas, Ceres é um “corpo geologicamente ativo” e conta ainda com vulcões congelados. O planeta-anão, que ganhou essa classificação em 2006, foi descoberto em 1801 pelo padre italiano Giuseppe Piazzi e, há pouco mais de 20 anos, é alvo de intensas pesquisas dos astrônomos, já que os “pontos brilhantes” sobre sua superfície sempre foram uma incógnita.