As salas de aula foram substituídas pelos computadores logo no início da pandemia do coronavírus, em março de 2020. A partir desta decisão, as crianças passaram a aprender dentro de casa, junto com os familiares que também estavam, em grande maioria, realizando suas atividades de forma remota.
Quase dois anos depois, o avanço da vacinação no país e as quedas de casos e mortalidades da doença motivaram um passo em frente: a volta às aulas presenciais. Por essa razão, o Governo do estado de São Paulo anunciou que passa a ser obrigatória a presença dos alunos nas escolas públicas e privadas a partir da próxima segunda-feira (18), desde que todas as medidas de segurança sejam respeitadas, como, por exemplo, o distanciamento social.
Mas como fica a emoção de pais e crianças após tanto tempo juntos? Essa separação — mesmo sendo comum antes — pode gerar novos sentimentos e aflições, afinal, uma nova rotina começará. Alto Astral conversou com duas psicólogas para esclarecer os impactos emocionais da volta às aulas nas famílias.
Segundo a neuropsicóloga Deborah Moss, alguns pais podem ficar mais sensíveis nesse momento, pois se apegaram à rotina de estar junto dos filhos. No entanto, ela assegura que é uma questão de tempo e adaptação dessa mudança de rotina para tudo funcionar bem. “Eles poderão aproveitar o tempo de qualidade tanto no trabalho, quanto com os filhos após escola. Esse afastamento também terá benefícios, como o reencontro no final do dia”, explica.
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Diálogo é fundamental
Muriell da Silva Coelho, psicóloga clínica da Amparo Saúde, dá quatro dicas para que os pais possam ajudar os filhos nesse processo de retorno à escola e também pelo “afastamento” depois de um ano intenso dentro de casa:
- A escuta linear e a sintonia entre pais e filhos é fundamental neste momento.
- Explique para a criança o que está acontecendo e a mudança que vai surgir, sem carregar de sentimentos negativos ou fantasiar demais. Ao contrário do que pensamos, as crianças entendem e absorvem tudo.
- Saiba ouvir e perceber os sinais de desconfortos, não só os próprios, como os da criança também. E, juntos, pensem na melhor maneira de resolver.
- Caso perceba que o incômodo é complexo demais, o psicólogo pode ajudar. Busque ajuda profissional.
Fontes: Deborah Moss, neuropsicóloga mestre em Psicologia do Desenvolvimento pela Universidade de São Paulo (USP), e Muriell da Silva Coelho, psicóloga clínica da Amparo Saúde.