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15 de novembro é o Dia Nacional da Umbanda, a data que o Caboclo da Sete Encruzilhadas desceu em terra no corpo do médium Zélio Fernandino de Moraes , em 1908. Ali, naquele dia, foi traçado como seria a religião Umbanda. O que era, qual forma de trabalho e como seriam dessa nova religião chamada de UMBANDA.
Porém, muito antes disso acontecer, pelos bairro do Rio de Janeiro, já existiam as famosas “macumbas cariocas”. Caboclos, pretos velhos, já desciam ali, em terra para dar suas consultas e seus passes. Dentro de centros espíritas kardecistas essas entidades eram mal vistas, sendo expulsas e não podendo mostrar seu conhecimento diante da espiritualidade. Apenas médicos, advogados, freis e etc, com um português corretíssimo poderiam descer em suas sessões.
O preconceito com quem “sabia menos” era explícito, mesmo dentro da espiritualidade. Foi necessário que, naquele dia um espírito plasmado “para quem tivesse olhos para ver”, viesse em um frei. A voz veio com um português “errado” e ali mesmo foi mostrado que quem estava presente era o espírito de um caboclo, um índio natural dessa terra que chamamos de Brasil! Provavelmente foi morto no genocídio indígena que houve nessa terra em que eles são os verdadeiros donos!
Caboclo das Sete Encruzilhadas: onde não existe caminhos fechados para onde ele possa caminhar . Esse espírito era um ato de resistência e disse à todos daquele centro espírita:
“Com os que sabem mais, aprenderemos.
Aos que sabem menos, ensinaremos.
Mas a ninguém viraremos as costas!”
Assim a Umbanda nasceu e é uma religião de resistência! Pretos Velhos, crianças, índios, mulheres, baianos e outras entidades são aceitas. Uma religião que tem a macumba carioca, o culto à Jurema, a encantaria brasileira, o ato do benzimento, o culto ao orixá. Mostra a sua força uma religião que não pode se calar!
O preto velho que veio à força e arrancado de seu país, tem história! E uma história muito antes de 1908. A cura com ervas e com rezos.
O índio, famoso caboclo tem a sua história quase apagada. Eles que são os verdadeiros donos de nossa terra e que trabalham com seus bate folhas.
Cada um com sua magia, do caboclo ao Exu .
A Umbanda já tem história, antes de entrar na história.
A Umbanda é a religião que mais agrega e não pode ser silenciada.
Parabéns a nossa amada religião que desde sempre mostrou força e resistência. Seja no Brado do caboclo ou ao enfrentar o elitismo de uma religião que só aceitava doutores.
A umbanda nos faz aprender com crianças, na sua risada, doçura e ternura.
A Umbanda sempre foi e sempre será uma religião de resistência, amor, carinho e compaixão!
Viva a Umbanda! Viva a macumba carioca!!
TEXTO: Diego Agassi | Terapeuta Holístico, Oraculista e Sacerdote de Umbanda
INSTAGRAM: @diegoagassi
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