No dia 23 de junho, o Projeto Existimos , focado em trazer visibilidade e ajudar transexuais que estão em situação de rua, postou um vídeo da Jessica Piovani contando a sua história. O vídeo, que já foi excluído da página, viralizou e passou de 137 mil likes e incontáveis compartilhamentos. Como consequência, a vida de Jessica mudou radicalmente em poucas semanas.
No vídeo em que fala sobre sua trajetória, ela relata que viu a amiga e irmã, que também era transexual, ser assassinada a pedradas, em sua cidade de origem, Natal (RN). Isso fez com que Jessica fosse obrigada a esconder sua identidade por medo de morrer e começasse a sofrer de depressão.
“Eu não quero que aconteça com ninguém o que aconteceu com a minha irmã, que ficou impune. Até hoje, 1 ano depois, o laudo não saiu. Sou de Natal (RN) e hoje eu tô em São Paulo para ficar viva. Deixei minha mãe sozinha, tudo o que eu mais amava. E tô aqui, morando na rua”, desabafa Jessica no vídeo.
Uma das muitas pessoas que assistiram e ficaram tocadas pela história de Jessica foi Marcelo Zill, que decidiu ajudá-la oferecendo um lugar para morar. Quando Marcelo conseguiu localizá-la, Jessica estava um pouco desorientada e não aceitou ir para a casa dele de imediato.
“Então eu deixei um celular extra que eu levei comigo com uma pessoa que estava com ela, anotei meu contato e falei que ela poderia me ligar caso mudasse de ideia. No dia seguinte, às 11h, ela me ligou e disse ‘ainda tá de pé a proposta de ir morar com você?’ e eu disse ‘claro, vou aí te buscar’”, contou Marcelo ao iG Delas.
Marcelo abriga outras transexuais em sua casa e, segundo ele, faz isso porque também já sofreu preconceito e foi morar na rua por conta da sua homossexualidade, que não foi aceita pela família. Assim como Jessica, Marcelo saiu do nordeste e foi para São Paulo para poder ser quem é. “Essas histórias me tocam porque me identifico, mas também é uma questão de humanidade, quero ajudar como posso”, afirma.
Nova vida
Após ser abrigada na casa de Marcelo, Jessica Piovani ainda recebeu uma chuva de apoiadores e admiradores. Uma dessas pessoas é o artista Caio Razz, que além de estar ajudando a transexual com custos, fez um ensaio fotográfico luxuoso em que ela está coberta de maquiagem dourada pelo corpo e uma peruca longa e loira.
O ensaio foi divulgado pela Vogue Brasil na última quinta-feira (02) trazendo ainda mais visibilidade para Jessica, que conseguiu um celular por meio de uma vaquinha online que o Caio Razz iniciou. Agora, ela tem um perfil no Instagram que já passa de 25 mil seguidores.
Jessica, que também é cabeleireira, está utilizando seu perfil para divulgar uma vaquinha para que ela possa comprar materiais e abrir seu próprio salão. A meta do financiamento é de R$ 15.000.
Confira o vídeo com um pouco da história de Jessica que viralizou: