Com um mundo cada vez mais ameaçado pela ação humana no Meio Ambiente , é preciso colocar medidas mais positivas em práticas , inclusive na hora de levantar uma construção! Com isso, as chamadas construções sustentáveis estão cada vez mais em alta e, pelo que tudo indica, vieram para ficar! Misturando design de qualidade com materiais ecológicos, a tendência, que começou nos anos 1990, vem sendo aplicada em diversos projetos de arquitetura.
Em artigo, o IBDA ( Instituto Brasileirp de Desenvolvimento da Arquitetura ) defende que, hoje, o conceito de arquitetura sustentável não é apenas uma tendência, mas sim regra em grande parte das construções. Isso porque, segundo o Instituto, os projetos mais valorizados do meio seguem um modelo sustentável , contribuindo para o Meio Ambiente e para a qualidade de vida das pessoas.
Vale observar ainda que, de acordo com ranking da GBC ( Green Building Council ), organização de construção civil voltada para sustentabilidade, em 2018, o Brasil ocupava a 4ª posição entre os países que mais levantam construções sustentáveis, ficando atrás da China, Canadá e Índia.
Caroline Sautchuk, arquiteta e design de interiores, explica que, em geral, as propostas eco-friendly utilizam técnicas ou materiais ecológicos, tanto para projetos residenciais quanto comerciais, visando criar harmonia e respeito com a natureza. “Quando falamos em construções sustentáveis, é fundamental ter em mente que o conceito pode ser aplicado em pontos específicos ou em toda a parte de infraestrutura. Mas não envolve só isso”, ela observa.
O IBDA defende que projetos de arquitetura sustentável devem causar um impacto positivo no Meio Ambiente. Portanto, como Sautchuk comenta, para além da matéria-prima utilizada na construção, é preciso pensar em toda uma estratégia sustentável. “Ao gerir os processos de forma a otimizar tempo, economizar em recursos e reduzir desperdícios, você também garante uma prática sustentável”, afirma. Assim, o uso de energia solar, materiais recicláveis e até mesmo estruturas pré-moldadas são algumas amostras de ações dentro do conceito de arquitetura sustentável.
Ainda segundo a arquiteta, um grande exemplo de construção sustentável é a chamada arquitetura vernacular, uma vez que abrange todos os setores que envolvem um projeto. “Consiste em todo tipo de arquitetura em que se empregam materiais e recursos do próprio ambiente em que a edificação é construída. Desse modo, ela apresenta caráter local ou regional”, destaca.
E atenção : quando o assunto são os materiais, bambu, adobe de argila e isopor podem ser boas pedidas! “O bambu é outro material indicado, pois é leve, acessível e versátil. Costuma ser aplicado em estruturas, como paredes, telhas e telhados”, aponta a especialista. Já os blocos de adobe de argila são eficientes para conciliar design e ecologia nos projetos, além de serem resistentes, por serem incorporados com fibras. “No entanto, precisa ter boa resistência e durabilidade, já que a ideia é criar projetos verdes sem abrir mão da qualidade”, recomenda Sautchuk.
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Upcycling
Bastante conhecido no mundo da moda, o upcycling – termo que surgiu em 1994 e se popularizou nos Estados Unidos com o livro Rethinking The Way We Make Things (Criar e Reciclar Ilimitadamente, em tradução livre), de 2002 – consiste em reaproveitar produtos que seriam descartados por algum motivo. Felizmente, a prática tem sido um grande sucesso no mundo da arquitetura, segundo a profissional.
“Como todos sabem, essa é uma prática antiga. A cultura do ferro velho já existe há décadas, assim como a existência da colcha de retalhos ou o ato de passar o berço para o novo irmão que está chegando. Porém, não há como negar que a arquitetura se apropriou do método por conta da preocupação com a natureza”, ela esclarece.
No entanto, vale lembrar que esse método é diferente da reciclagem. Sautchuk explica que na reciclagem reaproveitamos materiais específicos, como vidro, papel, plástico e metal, trazendo ao item a mesma função que ele tinha originalmente. Já no upcycling transformamos as peças em outras totalmente diferentes, sendo um verdadeiro investimento em criatividade para inovar o uso de cada peça.
“Uma cristaleira antiga pode ganhar uma cara nova se receber algumas camadas de tinta. Uma poltrona, que talvez fosse descartada, pode se transformar com um novo revestimento, de fibras ecológicas”, exemplifica. “É preciso quebrar o estigma de enxergar itens usados como lixo. Coloque a mão na massa e explore a criatividade em todas as etapas do processo”, finaliza Sautchuk.
Fonte: Caroline Sautchuk é designer e arquiteta premiada como profissional destaque do ano e em mostras de decoração.