InícioMINAS GERAISSuculentas se tornam fonte de renda para produtores em Minas Gerais

Suculentas se tornam fonte de renda para produtores em Minas Gerais


Seja no campo ou na cidade, em um quintal ou nas janelas de um apartamento, os cactos e outras variedades de suculentas estão cada vez mais presentes nos lares brasileiros. Fáceis de cuidar, pois estão adaptadas a viver em regiões áridas e semiáridas, há anos essas plantas vêm conquistando espaço entre os consumidores mineiros.

Bióloga e pós-doutora em agronomia na área de floricultura pela Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), Marília Andrade Lessa explica que todo cacto é uma suculenta, mas que, ao mesmo tempo, nem toda suculenta é um cacto. “Suculenta é uma terminologia dada a um vasto grupo de plantas de diversas famílias botânicas, composto por características semelhantes, como folhas, caules ou raízes carnosas e espessas. Dentre estas várias famílias, está a dos cactos”, detalha a especialista.

Apesar de estarem bem adaptadas para sobrevivência com pouca água, Marília explica que a ideia geral de que os cactos e as outras suculentas crescem no deserto não é exatamente correta. “Originalmente, a maior diversidade das plantas suculentas é encontrada no Sul da África, com exceção dos cactos, que estão em toda a extensão das Américas, do Sul dos Estados Unidos ao Extremo Sul do Chile”, complementa.

Cultivo

O plantio das suculentas ocorre tanto em estufas quanto em telas, ou, até mesmo, a céu aberto, sendo o último destinado ao paisagismo. O clima de Minas Gerais é considerado muito favorável, já que, diante de uma enorme diversidade de espécies – mais de 22 mil já foram catalogadas -, o cultivo é possível em todo o estado, apesar da dimensão e da variedade de características climáticas.

“Atualmente, o cultivo das suculentas ocorre, principalmente, em quatro regiões: Central, Norte, Zona da Mata e Jequitinhonha-Mucuri, com destaque para o Norte, onde está localizada uma das maiores produtoras de suculentas de Minas”, acrescenta Marília Andrade.

Ainda de acordo com a bióloga, o cultivo de suculentas é uma ótima opção para os produtores mineiros. “Quando comparado ao cultivo das flores de corte tradicionais, a produção das suculentas apresenta várias vantagens, como a menor necessidade de mão obra na linha de produção, o que reduz o custo operacional; a dispensa de estufas com alta tecnologia, o que diminui os gastos com irrigação e energia; sem falar que boa parte das espécies é de fácil multiplicação, por meio de estacas foliares, e, no caso dos cactos, os frutos trazem um grande número de sementes”, garante. 

Dicas

De modo geral, cactos e outras suculentas são plantas bastante rústicas e exigem poucos tratos culturais. “Fornecendo níveis apropriados de luminosidade, água, temperatura e nutrientes, elas apresentarão bom desenvolvimento e poderão florescer todo ano”, lembra. 

Entretanto, por existirem espécies de diversas famílias botânicas diferentes, as indicações para o cultivo devem ser consideradas apenas como direcionamento. Confira algumas dicas básicas da bióloga Marília Andrade:

Luz 

De acordo com a necessidade de luminosidade, cactos e outras suculentas podem ser divididos, basicamente, em plantas de pleno sol e meia sombra. Os cactos com pelos, espinhos resistentes ou densos requerem cultivo a pleno sol. Entretanto, as espécies com poucos espinhos necessitam de sombreamento. Já as outras plantas suculentas, quando expostas à intensidade luminosa excessiva, apresentam coloração avermelhada em suas folhas. Com pouca luz, o desenvolvimento da planta é deficiente, apresentando estiolamento (afilada), cor pálida e tornando-se extremamente suscetível a enfermidades.

Temperatura

Muitas espécies de suculentas são sensíveis à temperatura, apresentando dormência no inverno e desenvolvimento vegetativo no verão. Os cactos suportam variações de temperatura de 7°C a 45°C, mas, quando sujeitos ao calor elevado e na fase crescimento, ficam alongados e tenros. A temperatura ideal, em estufa, deve ser mantida entre 10ºC e 32°C.

Irrigação

Um dos grandes motivos de morte das plantas é a irrigação excessiva e a permanência de pratinhos no fundo dos vasos. Muitos cactos e outras suculentas sobrevivem a grandes secas, o que é característico do seu habitat de origem. Em geral, estas plantas precisam ser irrigadas com maior frequência na fase de intenso desenvolvimento (primavera e verão), e com menor frequência (ou sem irrigação) na fase vegetativa, no inverno.

A rotina de irrigação depende de condições locais, tamanho e tipo de vaso, composição do substrato, estação do ano e da espécie cultivada. De maneira geral, na primavera e no outono, recomenda-se irrigar as plantas de 1 a 2 vezes por semana. Já no inverno, a rega deve ser de 15 em 15 dias, e, sempre que possível, irrigar diretamente no substrato evitando molhar a parte aérea da planta.

Substrato

Existe uma grande diversidade em relação ao tipo e à proporção de insumos usados no preparo do substrato para o cultivo das suculentas. O material básico pode ser composto da mistura de dois ou mais insumos com características físico-químicas diferentes tais como:

·        Terra de subsolo ou de barranco peneirada;

·        Substrato comercial;

·        Areia grossa lavada ou areia para filtro de piscina ou perlita ou isopor em flocos;

·        Pedregulho ou cacos de telha;

·        Carvão triturado.

A proporção dos insumos varia de acordo com a espécie a ser cultivada. Para os cactos, o substrato deve conter maior proporção de areia, perlita ou isopor. Já para as outras suculentas, o substrato deve ter mais insumos não porosos, como terra ou substrato. 

Adubação

Cactos e as outras suculentas requerem adubação em duas fases distintas. O adubo (em pó ou granulado) deve ser incorporado no substrato no momento do plantio e/ou durante a renovação anual de substrato.

 

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