InícioMINAS GERAISPesquisadores estudam efeito do gás carbônico nas plantas do Cerrado Mineiro

Pesquisadores estudam efeito do gás carbônico nas plantas do Cerrado Mineiro


Pesquisadores da Universidade Federal de Viçosa (UFV), campus Florestal desenvolveram um estudo, com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), para observar o efeito do dióxido de carbono (CO2) nas plantas do Cerrado de Minas Gerais. O objetivo era entender os fatores que afetam as plantas e, com isso, identificar quais condições influenciam na produtividade e no bem estar do meio ambiente.

Segundo o coordenador do estudo, João Paulo de Souza, a pesquisa detectou que, após estarem sob elevada concentração de CO2, plantas do Cerrado apresentam aumento da fotossíntese líquida. Para chegar a esse resultado o grupo manteve as espécies em câmaras com uma abertura no topo, onde eles injetaram o gás carbônico. Após um ano, os pesquisadores notaram rápido crescimento da parte aérea das plantas.

“Em geral, plantas lenhosas apresentam alocação de biomassa para a parte aérea de forma lenta, principalmente nos estágios iniciais de crescimento, de seis meses a dois anos”, explica Souza. Esse crescimento acelerado, porém, pode influenciar consideravelmente a dinâmica do Cerrado, que é uma região savânica, não de floresta.

“Possivelmente, esse aumento de altura das árvores resultará em mais sombreamento de espécies herbáceas e de plantas lenhosas mais jovens”, afirma. Esse contexto pode, também, alterar a dinâmica de estabelecimento dessas espécies, de acordo o pesquisador. 

Crescimento 

O CO2 é um dos gases associados ao efeito estufa. Segundo Souza, se considerada apenas a alta taxa de concentração da substância na atmosfera, pode se dizer que as mudanças climáticas serão benéficas para as plantas, considerando que elas se alimentam desse gás. “A planta capta o CO2, pela sua folha, e o transforma em carboidrato, ou seja, ‘açúcar’”, conta o professor. 

Com isso, quanto mais CO2 as plantas ingerirem, mais vão crescer e produzir biomassa, aumentando a espessura e o tamanho do caule, fazendo com que consigam absorver mais luz e realizar mais fotossíntese.  

No entanto, chegará um momento em que o contínuo aumento do gás não fará mais efeito. Segundo Souza, a planta entende que já tem muito carboidrato e começa a não reagir mais a esse estímulo, deixando de crescer. A falta de água também pode fazer a planta parar o seu desenvolvimento. “O aumento do CO2 no ar torna o clima mais quente e pode diminuir a quantidade de chuvas. Dessa forma, se juntarmos todos os possíveis efeitos das mudanças climáticas, as plantas param de responder de forma positiva”, conta o pesquisador.  

Conhecer para agir

O grupo de pesquisadores vem publicando uma série de trabalhos sobre o tema desde de 2016. “A partir dessas informações podemos, agora, avançar para um projeto aplicado em algum problema socioambiental que afeta todo a sociedade”, diz Souza. Conheça mais sobre o trabalho no perfil do Instagram do Laboratório de Ecologia Funcional de Plantas – UFV/CAF.

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