Mandioca, moranga, abobrinha, repolho, cenoura, beterraba, tomate e banana. Estes são os produtos da agricultura familiar levados, mensalmente, desde setembro, a estudantes de escolas públicas dos municípios de Sete Lagoas, Jequitibá e Mateus Leme, na região Central de Minas. A próxima entrega, programada para terça-feira (10/11), vai distribuir 12,5 mil cestas. Até dezembro, a ação deve beneficiar 50 mil famílias.
A iniciativa, das prefeituras das cidades, está sendo executada em parceria com os escritórios locais da Emater-MG, empresa pública de extensão rural, vinculada à Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa). A empresa participa da parte operacional, com organização e mobilização dos produtores dos municípios que comercializam para o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae).
A atividade tem a participação de 56 agricultores, representados pela Cooperativa de Agricultores Familiares de Sete Lagoas e Região (Coopersefa), pela Cooperativa de Agricultores Familiares de Jequitibá e Região (Cooperaje) e pela Cooperativa Metropolitana de Agricultores Familiares (Comale).
Pnae
Segundo a extensionista de bem-estar social da Emater-MG, Alcione Míriam de Carvalho Teixeira, o auxílio determina que no mínimo 30% do valor repassado a estados, municípios e Distrito Federal pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) para o Pnae deve ser utilizado na compra de gêneros alimentícios da agricultura familiar.
Alcione atua no escritório da Emater-MG de Sete Lagoas, onde articula com as três cooperativas que participam da iniciativa. Segundo a técnica, só em Sete Lagoas, são 56 escolas municipais, sendo nove delas, na região rural do município.
“Os técnicos da empresa em Jequitibá e Mateus Leme acompanham o trabalho das cooperativas nos municípios. Aqui acompanho o trabalho da Coopersefa e fico no operacional também. Recebemos caminhões de mercadoria e monitoramos as equipes de produtores que fazem a montagem dos kits. E ainda acompanhamos a saída da mercadoria do galpão para as escolas”, conta.
Importância
Para muitos pais de crianças que estudam em escolas públicas, o recebimento de kits de alimentos da roça está sendo importante para ajudar a atravessar a pandemia e seus reflexos social e econômico na vida da família. É o caso de Karlla Regina Gonçalves Barbosa, de Sete Lagoas, que mora com a mãe, aposentada por invalidez, e tem três filhos de 18, 7 e 5 anos. Embora trabalhe em um salão, Karlla é separada e quase não conta com a ajuda do pai dos seus filhos.
“O pai dá uma ajuda mínima. Minha mãe tem uma pensão que paga os remédios que ela usa. Meu filho mais velho vai servir o Exército e ainda não trabalha. Tenho muitas bocas para alimentar, então essa cesta ajuda demais. Os produtos são de ótima qualidade, fresquinhos e a cada mês estão vindo melhores”, diz.