Professores e alunos da Escola Plena Daury Riva, localizada no município de Juara (a 709 quilômetros a médio-norte da Capital) planejaram e confeccionaram uma autêntica viola de cocho, seguindo o processo tradicional.
A viola de cocho juarense foi afinada do modo canotio preso (de baixo para cima: ré, lá, mi, dó, sol) e está exposta na unidade escolar. O objetivo é que o instrumento que muito representa a cultura, a tradição e a história de Mato Grosso, seja utilizado para práticas pedagógicas, de agora em diante.
Segundo o diretor Dirlei Perin, a falta de prática com as ferramentas e instrumentos utilizados acabou por inutilizar a primeira peça de madeira, mas o aprendizado com os erros e acertos durante o processo fizeram com que o segundo instrumento fosse concluído com sucesso.
“A prática foi muito exitosa, pois proporcionou uma aprendizagem tanto para professores quanto para aluno e demonstrou que a utilização de material lúdico fortalece e consolida o aprendizado, uma vez que se torna uma atividade de entretenimento, que dá prazer e diverte as pessoas envolvidas, ao mesmo tempo em que se aprende”, assinala o gestor.
Dirlei Perin explica que, para a confecção da viola de cocho, alguns alunos de turmas diferentes se reuniram com os professores no pátio da unidade escolar, onde se deu início o processo de confecção do instrumento, que utiliza encordoamento de violão, como utilizam os artesões cuiabanos atualmente.
Histórico
Dessa forma, foi apresentado um pouco do contexto histórico da viola mato-grossense, bem como alguns conceitos de Matemática, necessários para medida e corte da madeira. Tudo foi realizado respeitando as medidas de contenção do coronavírus.
A partir de então, além de trabalhar a parte teórica com os alunos, se deu uma verdadeira maratona de pesquisas e entalhe da madeira, que aos poucos foi tomando forma. A equipe chegou a visitar a sala de Música da Unemat, campus de Juara, onde a professora Waldineia Antunes de Alcantara Ferreira possui um exemplar do instrumento em seu acervo.
O processo de confecção do instrumento se baseou em publicações do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). A madeira foi escolhida inicialmente em uma árvore caída, da qual foi retirada uma tora de 120 centímetros.
A equipe envolvida no projeto e que trabalhou de forma interdisciplinar era composta por quatro professores: Marciana de Oliveira Santos, professora de Arte, projeto educativo cultural e disciplinas eletivas; Gislaine Assunção Frizera, professora de projeto educativo cultural e História; Aparecido da Silva, professor de língua inglesa, projeto educativo cultural e disciplinas eletivas; Flavio Ferreira de Lima, professor de Matemática. O projeto contou com o apoio do coordenador pedagógico Gilson da Silva Metka.
