O governador Reinaldo Azambuja lançou o Plano Estadual de Combate a Incêndio Florestal, que consiste em reestruturar as forças operacionais de Mato Grosso do Sul para atuarem com maior resposta frente aos incêndios de grandes proporções, como os que ocorreram este ano no Pantanal e no Cerrado. A medida visa a conservação e preservação dos recursos naturais do Estado e a vida das pessoas.
Serão investidos R$ 56,6 milhões de recursos próprios na compra de veículos e equipamentos, incluindo um avião Air Tractor, modelo norte-americano capacitado para combate de alta precisão a incêndios florestais, além de treinamento dos bombeiros. Ao plano se integram outras ações do Governo do Estado, como o Programa de Manejo do Fogo, em discussão.
“Tivemos um ano atípico nas áreas da saúde e climáticas, principalmente, e o nosso governo conseguiu enfrentar grandes desafios, como a questão dos incêndios florestais, onde criamos uma força-tarefa com o apoio de alguns estados e do governo federal”, afirmou o governador. “Agora, damos um passo à frente com a estruturação operacional da área de segurança para ganharmos mais eficiência no enfrentamento de situações extremas.”
Com a aquisição da aeronave e dos novos equipamentos e materiais, segundo Reinaldo Azambuja, Mato Grosso do Sul investe em tecnologias já consolidadas para reforçar as missões de combate aos focos de calor. “Estamos criando novos mecanismos para intensificar as ações e melhorar as condições de combate e minimizar os impactos, muitos deles irreversíveis”, disse.
Estrutura e estratégias
O Plano de Trabalho de Combate a Incêndio Florestal, elaborado pela Semagro (secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, produção e Agricultura Familiar) e Sejusp (secretaria de Justiça e Segurança Pública) antecipa as estratégias e intensifica as ações de prevenção e controle, fundamentais para reduzir os danos ambientais e proteger as comunidades ribeirinhas.
Além de criar uma estrutura adequada para combater focos de calor em uma dimensão sem controle, como ocorreu este ano devido a maior crise hídrica dos últimos 50 anos, o Estado desenvolve outras ações associadas ao plano, como a intensificação da fiscalização preventiva ao longo das estradas e linhões de energia e do monitoramento climático, explicou Jaime Verruck, titular da Semagro.
“Estamos em várias frentes, discutindo com a sociedade o Programa Integrado de Manejo do Fogo, que deve ser lançado em janeiro, e revisando o Comitê interinstitucional do Fogo com a participação de outros atores relevantes, como as entidades empresariais (Biosul e Reflore), que tiveram papel relevante no combate aos incêndios fora do Pantanal”, adiantou.
A consolidação de um plano estratégico para o Pantanal inclui, segundo o secretário, meios eficientes de resgate de animais das áreas queimadas e a manutenção e implantação das estradas que cortam o bioma, garantindo acesso terrestre fácil e rápido às áreas de focos de calor, evitando maior propagação dos incêndios.
“Teremos uma estrutura física pronta para combater aos incêndios no Pantanal e outras áreas, disponibilizando recursos de compensação ambiental do Imasul para a aquisição do Air Tractor e contratação de 560 horas de voo, em licitação”, disse Verruck. “Será criado um programa integrado de capacitação dos nossos bombeiros com o apoio do Ibama e ICMbio.”
Investimentos próprios
O titular da Semagro adiantou que parte dos recursos (R$ 20 milhões) anunciados pelo governador Reinaldo Azambuja é oriundo da fonte de compensação ambiental, com uma parcela destinada pelo Imasul para criação de brigadas específicas de combate aos incêndios nas unidade de conservação do Estado. Verruck citou os grandes incêndios que ocorreram este ano nos parques das Nascentes do Taquari e das Várzeas do Rio Ivinhema.
O plano de trabalho autorizado pelo governador Reinaldo Azambuja estima investimentos de R$ 56.629.750,39, em 2021, para criação de uma estrutura permanente. Grande parte da verba (R$ 48,8 milhões) será empregada na aquisição de 13 auto tanques, 12 auto bombas tanque, 37 viaturas (caminhonetes), 2 auto transporte de tropa, 7 unidades de resgate, 9 lanchas, caminhão-tanque de combustível e o avião Air Tractor.
Outros R$ 7,1 milhões serão aplicados na compra de API’s e equipamentos (22 kit pick-up, 30 moto bombas, mangueiras, 200 mochilas costais, dez drones, 17 rádios portáteis, cinco computadores, 300 abafadores, 100 pinga-fogo de alumínio, 150 pás coração, 100 foices, 200 gorgui classic e 200 facões). Também será construído um centro de apoio no 3º Grupamento do Corpo de Bombeiros, em Corumbá, com alojamento e refeitório, ao custo de R$ 658 mil.
Texto: Sílvio de Andrade