A obra de recuperação dos 60 metros do dique deverá ser concluído até novembro deste ano
Campo Grande (MS) – Com grandes investimentos no município em obras de infraestrutura nos setores rodoviário e portuário, o Governo do Estado também atende Porto Murtinho com o projeto de recuperação da estrutura do dique de contenção de enchentes que circunda a cidade. Parte do muro de arrimo desabou no dia 28 de outubro do ano passado e exigiu pronta intervenção da Agesul (Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos).
As obras de recuperação, orçadas em R$ 1,6 milhão, foram iniciadas em junho, com previsão de término em novembro deste ano. Inicialmente, a Agesul contratou a elaboração do projeto técnico para definir as intervenções emergenciais, que consistem na restauração e reforço da cortina de contenção do dique construído às margens do Rio Paraguai na década de 1980. Os serviços estão na fase de escavações para sustentação da fundação da estrutura.
O rompimento, numa extensão de 60 metros, ao lado do sistema de captação de água da Sanesul, ocorreu por conta da força da água, agravado por infiltrações e erosão. Na época do colapso na estrutura, o dique foi vistoriado pela Defesa Civil do Estado e Corpo de Bombeiros. Por determinação do governador Reinaldo Azambuja, a Agesul encomendou o estudo para indicar a melhor técnica de engenharia na solucionar do problema.
A obra está sendo executada pela empresa Bandeirantes, que contratou inicialmente dez operários para cumprir seu cronograma. A segunda etapa do projeto prevê serviços de manutenção do dique, após a recuperação. Essa parte da obra está em fase de elaboração de projeto executivo, que está para ser concluído. “A intervenção do Governo do Estado nos tranquiliza quanto a segurança do dique para conter as enchentes”, diz o prefeito Derlei Dellevati.
Cidade ficava alagada
O dique, construído em 1985 pelo Ministério dos Transportes, tem 9,7 quilômetros de extensão e circunda todo o perímetro urbano de Porto Murtinho, cidade que se ergueu na beira do Rio Paraguai há mais de 100 anos. A cidade pantaneira tem uma particularidade que a diferencia das demais cidades brasileiras: além de se localizar próxima a margem de um rio, encontra-se dentro de uma planície de inundação e de baixa declividade.
A estrutura hidráulica foi uma decisão tomada após a população recusar a proposta de mudança do perímetro urbano para uma área mais distante do rio – cerca de sete quilômetros, local onde era construída a chamada Cidade de Lona para abrigar a população quando as grandes cheias do Rio Paraguai inundaram toda a comunidade. A cidade ficou submersa nas enchentes de 1979 e 1982 e o dique suportou a de 1988, considerada recorde.
Texto: Sílvio de Andrade – Subsecretaria de Comunicação (Subcom)