O Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Saúde (SES), iniciou a ação de busca ativa de casos da tuberculose em territórios indígenas. A iniciativa reforça as estratégias de prevenção, diagnóstico e tratamento da tuberculose nos municípios de Arame, Amarante do Maranhão, Barra do Corda e Grajaú.
Até sexta-feira (19), equipes da SES realizam busca ativa de casos e coleta de exame de escarro para tuberculose na Aldeia Angico Torto, no município de Arame. A mobilização integra as ações alusivas à Campanha Estadual da Tuberculose, tendo como foco o Sintomático Respiratório (SR), pessoas com sintomas respiratórios que possam estar relacionados à Tuberculose. A ação teve início da segunda-feira (15) e é realizada em parceria com o Distrito Sanitário Especial Indígena do Maranhão (DSEI/MA).
“A tuberculose é uma doença determinada socialmente e, tanto as condições estruturais, como sociais e econômicas, influenciam no processo saúde-doença. Por este motivo, em parceria com outros órgãos, estamos fortalecendo as intervenções do setor saúde com foco na diminuição das iniquidades, melhoria do acesso aos serviços e políticas públicas nos territórios prioritários”, disse a chefe do Departamento de Epidemiologia da SES, Monique Maia.
Caracterizada por ser uma doença infectocontagiosa, a tuberculose afeta, principalmente, os pulmões, mas também pode acometer outros órgãos. A doença acontece por via respiratória pela eliminação de aerossóis produzidos pela tosse, fala ou espirro de uma pessoa com quadro ativo (pulmonar ou laríngea), sem tratamento e inalação.
A população indígena, por ser considerada com maior vulnerabilidade para o risco de adoecimento para tuberculose, é considerada como prioritária. A Equipe do Instituto Oswaldo Cruz/Laboratório Central do Maranhão (IOC/Lacen-MA), vinculado à SES, acompanha a busca ativa para otimizar o diagnóstico da população indígena beneficiada com a ação.
“Foram priorizadas tanto as aldeias com casos confirmados como as que ainda não foi registrada a presença da doença. O sintomático respiratório é o nosso ponto de partida. É através dele que iniciamos a investigação, uma vez que a principal característica é a tosse persistente há mais de duas ou três semanas”, afirmou a coordenadora do Programa Estadual de Controle da Hanseníase e Tuberculose da SES, Magela Conceição.
Na Aldeia Angico Torto, durante a ação in loco, as equipes adotaram algumas medidas para garantir segurança na saúde dos indígenas. Em caso de suspeita de um paciente para tuberculose, a baciloscopia de escarro é o exame de primeira escolha a ser realizado, contudo caso as duas amostras coletadas para o exame darem resultado negativo, é utilizado o raio-x de tórax para confirmação do diagnóstico.
Os indígenas diagnosticados com a doença são encaminhados para atendimento ambulatorial para iniciar o tratamento da tuberculose, podendo ser dentro da aldeia ou em Unidade Básica de Saúde (UBS) do município, o qual fará o acompanhamento desse paciente.
Em 2024, no período de janeiro até março, foram notificados três casos de tuberculose na população indígena. No ano passado, foram diagnosticados 60 casos de tuberculose entre a população indígena (1,6 % do total de casos no estado). Os municípios que mais notificaram casos de tuberculose na população indígena foram Barra do Corda, Amarante, Arame, Grajaú e Jenipapo dos Vieiras.
A programação de busca ativa da tuberculose acontecerá também nas comunidades situadas no município de Amarante do Maranhão (22 a 27 de abril), Barra do Corda (13 a 17 de maio) e Grajaú (20 a 24 de maio).
Mais ações
Nesta quinta (18) e sexta-feira (19), a SES, por meio do Programa Estadual de Hanseníase e Tuberculose, participará também do projeto “Mutirão mais cidadania para a população indígena”, na Aldeia Escalvado, no município de Fernando Falcão, onde serão desenvolvidas atividades de busca ativa de casos de tuberculose e hanseníase, além de palestras educativas com a temática.
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