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Maranhão apresenta resultados do projeto “Escravo, nem Pensar!” em escolas públicas

Gestores e técnicos pedagógicos das Unidades Regionais de Educação (UREs) apresentaram, nesta quinta-feira (2), os resultados do Projeto “Escravo, nem Pensar!”, no Maranhão (ciclo 2019/2021), no Centro Educa Mais João Francisco Lisboa, em São Luís. Com foco no combate ao trabalho escravo no estado, a iniciativa realizada pela Secretaria de Estado da Educação (Seduc) e a ONG Repórter Brasil, redundou em ações realizadas no ambiente escolar nas regiões de Chapadinha, Itapecuru Mirim, Pedreiras, Pinheiro, Rosário e São Luís.  

O “Escravo, Nem Pensar!” é desenvolvido em parceria com a Comissão Estadual para a Erradicação do Trabalho Escravo do Maranhão (COETRAE/MA) e com o apoio da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e Ministério Público do Trabalho (MPT).

Henajeria Cristina, da URE Chapadinha, destacou resultados do projeto nas escolas da região do Baixo Parnaíba. “Nossas escolas fizeram lives durante a pandemia. Junto com as rotinas dos estudantes, nós incluímos ações e informativos do projeto para estudantes da zona rural que não tinham acesso à internet”, relatou.

A regional de Santa Inês também trouxe experiências educativas de prevenção ao trabalho escravo. “A URE Santa Inês trabalha em apoio com os órgãos competentes para prevenção e informação nas escolas. Realizamos uma ação no último dia 26, com todas as escolas de Pindaré. Levamos os trabalhadores resgatados para os alunos conhecerem as histórias e como eles superaram isso. Na pandemia, organizamos cestas para levar às famílias das pessoas resgatadas”, revelou Antônia Matias Lira de Meireles, da URE Santa Inês, lotada no IEMA Santa Inês.

Representando o secretário Felipe Camarão, a secretária adjunta Nádya Dutra agradeceu e parabenizou os parceiros pelo êxito nos resultados do projeto. “A escola é um espaço para trabalhar essa temática. É necessário lembrar nossos estudantes desse problema que está em nossa realidade. Precisamos ficar atentos em nossas escolas. Não é um tema superado. Precisamos enfrentar e assumir a escola desafiadora do século XXI. O fruto do projeto fica e queremos que seja multiplicado”, enfatizou. 

Já o secretário de Direitos Humanos e Participação Popular, Francisco Gonçalves, ressaltou a importância da defesa da dignidade humana. “A questão da escravidão ainda é uma das formas de estruturação da sociedade em nosso país. E isso nos ajuda a pensar a sociedade brasileira, por isso é tão importante o trabalho do ‘Escravo, nem pensar!’ nas escolas. Após esse esforço do projeto, temos que pensar em outras formas de combate e prevenção do trabalho escravo”, apontou o secretário, que também representou a COETRAE/MA.

A procuradora Virgínia Neves, do Ministério Público do Trabalho, ressaltou o esforço da parceria para combater o trabalho escravo no Maranhão. “Estar aqui é algo que me emociona. Sei da importância que é esse trabalho, uma luta incessante. É um absurdo permitir e aceitar o trabalho escravo em pleno século XXI. Mais de 300 mil pessoas envolvidas, é um resultado muito rico. Parabéns a todos que participaram”, apontou.

“Usar a criatividade e a cultura escolar, facilita muito a denúncia. Por isso, o ‘Escravo Nem Pensar!’ é importante”, disse Brigida Rocha, da Campanha Nacional de Combate ao Trabalho Escravo.

Números

O projeto “Escravo, Nem Pensar!”, ciclo 2019 – 2021, resultou em 198 municípios alcançados, 621 unidades escolares, 209.375 estudantes envolvidos, além dos educadores, técnicos, comunidade extraescolar, que juntos, totalizaram 376.968 pessoas prevenidas do trabalho escravo.

A coordenadora da ONG Repórter Brasil, Natália Suzuki, destacou que o Maranhão obteve um dos melhores desempenhos no país. “O Maranhão, desde o início das ações do projeto, sempre esteve entre os melhores resultados do projeto”, apontou.

Fonte: Agência de Notícias do Maranhão

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