O Hospital Dr. Carlos Macieira, em São Luís (MA), reuniu as equipes da unidade e promoveu palestra sobre “Delirium: manejo multiprofissional no ambiente hospitalar”. O evento realizado esta semana contou com a participação de especialistas da área da saúde que discutiram a importância do diagnóstico e do tratamento adequado dessa condição neuropsiquiátrica, frequentemente observada em pacientes hospitalizados. A unidade integra a rede da Secretaria de Estado da Saúde (SES).
A coordenadora da equipe de Psicologia do hospital, Camila Resplandes, abriu o debate realizado, segunda-feira (26), destacando o papel essencial da psicologia na identificação precoce do delirium. “O delirium é uma desorganização cognitiva que pode ser confundida com outros transtornos, como depressão ou demência. Nossa função é identificar os fatores emocionais que possam desencadear o quadro e trabalhar com a equipe multiprofissional para prevenir sua evolução”, explicou Camila, ressaltando que a equipe de psicologia, composta por 18 profissionais, que atum tanto no ambulatório quanto no atendimento hospitalar.
A médica geriatra e especialista em cuidados paliativos, Thyara Gonzalez, reforçou a importância de uma abordagem multidisciplinar para o tratamento do delirium. Segundo ela, a condição é comum em pacientes idosos e em pós-operatórios de alta complexidade. “O delirium é uma doença de prognóstico ruim. Quanto mais rápido diagnosticarmos e tratarmos, menores serão as complicações, como aumento do tempo de internação e risco de mortalidade”, afirmou.
Pollyana Portela, terapeuta ocupacional do Hospital Universitário da UFMA, abordou a relevância da terapia ocupacional no tratamento do delirium, destacando que a estimulação cognitiva é essencial para trazer o paciente de volta à realidade. “O terapeuta ocupacional trabalha com a funcionalidade e as atividades diárias dos pacientes, que ficam bastante comprometidas durante o quadro de delirium. Nosso foco é reintroduzir essas atividades para recuperar a autonomia do paciente”.
Tamyres Araújo, psicóloga residente em terapia intensiva no Hospital Universitário, complementou o debate apontando que a psicologia tem um papel preventivo. “Mapeamos as emoções e expectativas dos pacientes logo na admissão hospitalar para identificar possíveis gatilhos de delirium. A comunicação e o acolhimento são fundamentais para minimizar o sofrimento e evitar a desorganização cognitiva que caracteriza o delirium,” afirmou.
O hospital oferece atendimento multiprofissional de alta complexidade em mais de 37 especialidades, com estrutura ambulatorial de 24 consultórios, 157 leitos de clínica (médica, cirúrgica, cardiológica e pediátrica), serviço de hemodinâmica com 10 leitos, centro de diálise com 27 poltronas para sessões de hemodiálise e serviço de cirurgias com 9 salas cirúrgicas e 10 leitos de SRPA.
O Hospital Carlos Macieira é o primeiro do Nordeste a receber a certificação de Acreditação Nível I, assinada pela Organização Nacional de Acreditação (ONA), como hospital de alta complexidade. A unidade da rede da SES é gerenciada pelo Instituto Acqua.
Visualizações de postagens: 67