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Governo capacita onze municípios prioritários para o uso de coleiras repelentes contra leishmaniose

Profissionais de 11 municípios participam de treinamento “Uso de coleiras repelentes contra leishmaniose”. (Fotos: Ilano Lima e Marcio Sampaio)

A Secretaria de Estado da Saúde (SES) iniciou, nesta segunda-feira (22), o treinamento “Uso de coleiras repelentes contra leishmaniose” com os 11 municípios maranhenses prioritários para o controle da Leishmaniose Visceral (calazar). A programação prossegue até esta quinta-feira (25), no auditório do Laboratório Central do Maranhão (Lacen-MA), e traz como metodologia o uso de coleiras com inseticida Deltametrina a 4% em animais de áreas com prevalência da doença.

Participam da capacitação para enfrentamento da Leishmaniose Visceral, os municípios de São Luís, Grajaú, Caxias, Duque Bacelar, São José de Ribamar, Timon, Balsas, Aldeias Altas, Codó, Imperatriz e Zé Doca. Cada um dos municípios participantes finalizou seu plano de ação contra o calazar para viabilizar a agenda de enfrentamento à doença nos locais mapeados.

O Departamento de Controle de Zoonoses da SES, por meio do Programa de Vigilância e Controle das Leishmanioses, reforça o papel dos municípios tanto na assistência como no controle da doença.

“O encoleiramento deve ser feito nos animais domiciliados ou comunitários, ou seja, que convivem de forma doméstica com as pessoas. Para que a ação tenha o efeito esperado, os municípios precisam ter cadastrado os animais, visitado as famílias e mapeado os locais. A iniciativa terá duração de quatro anos, com troca da coleira de seis em seis meses, que corresponde ao tempo de ação do inseticida”, explicou a coordenadora do Programa de Vigilância e Controle das Leishmanioses da SES, Monique Maia. 

Coordenadora do Programa de Vigilância e Controle das Leishmanioses da SES, Monique Maia. (Fotos: Ilano Lima e Marcio Sampaio)

De acordo com o diretor geral do Lacen-MA, Lídio Gonçalves, a coleta de amostras para testagem é parte fundamental para o enfrentamento da doença. “Atividades como essa são muito importantes quando vistas dentro do contexto de rede. Todo projeto, se feito em parceria, tende ao sucesso, e nós do Lacen trabalhamos com o diagnóstico, monitoramento e a vigilância laboratorial, com a realização de exames, tudo para que consigamos dar respostas rápidas e precisas”, pontuou. 

No Maranhão, o monitoramento entomológico para controle da Leishmaniose iniciou realizado em agosto deste ano, com a instalação de armadilhas em residências mapeadas no bairro Cidade Olímpica, em São Luís. A pesquisa teve nova fase na tarde desta segunda-feira (22) com a aplicação das coleiras com inseticida nos animais das casas visitadas. 

Para a coordenadora do Núcleo de Educação em Saúde, Epidemiologia e Planejamento do município de Caxias, Maryanne Moraes, as novas estratégias reforçam o controle da leishmaniose. “Trata-se de algo inovador e que irá auxiliar no controle do calazar. Já usamos estratégias como Educação em Saúde e o Inquérito Canino Censitário, e agora essa capacitação do profissional veio para somar os esforços a fim de protegermos tanto a vida do animal e a das pessoas”. 

“Medidas pioneiras como esta, e São Luís podendo fazer parte, sem dúvidas é bastante significativa. O real impacto nós vamos ter já daqui a alguns meses, quando começaremos a entender o resultado do encoleiramento dos animais na região onde está sendo executada a atividade com foco na suspensão do ciclo da doença”, completou o coordenador da Vigilância Epidemiológica de São Luís, Daniel Saraiva.  

Etapa prática da capacitação com encoleiramento dos animais. (Fotos: Ilano Lima e Marcio Sampaio)

No Brasil, de 2012 a 2015, um estudo financiado pelo Ministério da Saúde em 14 municípios distribuídos em quatro regiões do território revelou a efetividade das coleiras impregnadas com Deltametrina a 4%. Foram mais de 300 mil animais encoleirados, o que representou a redução de 50% da prevalência da doença em cães nas áreas de intervenção quando comparadas às áreas controle.

A Leishmaniose Visceral (LV), popularmente conhecida por calazar, é uma doença infecciosa, não contagiosa, causada por parasitas que vivem e se multiplicam no interior das células do sistema de defesa do hospedeiro. A forma de transmissão é por meio da picada do mosquito-palha ou birigui (Lutzomyia longipalpis).

O que é Leishmaniose?
Existem dois tipos de Leishmaniose: a Tegumentar e a Visceral. Para o homem, ambas possuem tratamento ofertado pelo Sistema Único de Saúde (SUS). 

A Tegumentar, conhecida como Ferida Brava, acomete a pele e mucosas, principalmente a nasal e oral. É uma doença não contagiosa, sua transmissão acontece pela picada do mosquito palha, cangalhinha ou arrupiado. Já a Visceral, identificada como calazar, também é uma doença grave transmitida pelo inseto chamado mosquito palha, cangalhinha ou arrupiado após picar o animal infectado. 

No animal, os sintomas apresentados são feridas nas orelhas, focinho e articulações, aumento das unhas, pelo opaco, perda de peso, anemia, conjuntivite e vômito. Nos seres humanos, a doença se manifesta com sinais e sintomas como fígado e baço aumentados, febre, emagrecimento, fraqueza e diarreia. 

Para prevenir a doença, evite o contato com o inseto transmissor e mantenha os ambientes sempre limpos, tais como quintais, terrenos e abrigos de animais. Além disso, é recomendado fazer uso da coleira de proteção com Deltametrina a 4% nos animais.

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Fonte: Agência de Notícias do Maranhão

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