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Inflação dos alimentos é a mais alta desde a criação do Real; confira


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Brasil Econômico

Frutas e legumes e verduras
Divulgação/Pixabay

Inflação dos alimentos é a mais alta desde o lançamento do Real em 1992


A Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) divulgou nesta quarta-feira (4) que os alimentos tiveram alta de 2,51% em outubro, elevando o acumulado do ano para 11,26% e o dos últimos 12 meses para 16,41%. Segundo a Fipe, que coleta preços no varejo da cidade de São Paulo, a inflação média do mês passado foi de 1,19%, e a acumulada no ano, de 3,72%.


A alta dos alimentos é a mais alta desde a implantação do Real , em 1994. A inflação está tão alta que supera a das crises de 2003 e de 2008.

Em 2020, o reajuste dos preços atingiu todos os setores da alimentação, a maioria teve a oferta reduzida devido às exportações , enquanto outros tiveram a produção atingida pela pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2).

A soja, por exemplo, o carro-chefe da agricultura no país, soma exportações de 82 milhões de toneladas neste ano. Com isso, a escassez interna do grão elevou os preços até mesmo de outros óleos vegetais, como os de milho e de girassol que tiveram reajustes de 30% e 28%, respectivamente, nos últimos 12 meses. 

Também durante esse período em São Paulo , os consumidores pagaram 96% mais pelo óleo de soja e também pelo arroz (63%) pelo feijão (46%). Outro aumento foi na proteína animal: a carne bovina subiu 38%, a suína 48%, e a de frango 27%.

Mas no caso da carne bovina, são as carnes mais populares que sofreram com aumento de preço, como: acém, músculo, paleta e fígado, que tiveram altas superiores a 45% nos últimos 12 meses.

O açúcar também sofre com os efeitos das exportações mesmo que em ritmo menor. O item ficou 13% mais caro também nos últimos 12 meses.

Um item que bateu recorde este ano no campo foi o leite , com aumento real de 57%, devido ao desequilíbrio entre oferta e demanda, segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). Esse aumento também afetou os produtos industrializados de derivados de carne e leite, que sofreram um reajuste de até 46% de novembro de 2019 até outubro deste ano.

Um dos maiores gastos dos consumidores tem sido com frutas e legumes. As altas desses itens foram de 13% e 17% em 2020, bem acima da inflação média de 3,7%. Essa alta se dá pelos efeitos da pandemia na produção e da alta do dólar, que resulta em aumento de custos.

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