O secretário do Comércio dos Estados Unidos (EUA), Wilbur Ross, anunciou que o governo norte-americano decidiu aplicar novas tarifas sobre US$ 1,96 bilhão em produtos de chapa de alumínio do Brasil e de outros 17 países.
De acordo com Ross, durante entrevista à emissora de TV Fox Business, o que motivou a determinação foi uma prática de dumping , ou seja, a venda de produtos a preços menores que os de custo, visando eliminar concorrentes ou conquistar maiores partes do mercado.
Wilbur Ross afirmou ainda que esta é a maior ação de fiscalização do comércio pela agência em mais de duas décadas. “Este é o maior e mais abrangente caso que nosso departamento trouxe em mais de 20 anos”, disse o secretário do Comércio dos EUA.
Essas tarifas são determinações iniciais que serão coletadas imediatamente, enquanto as decisões finais ainda serão tomadas, o que deve acontecer apenas em fevereiro de 2021, caso a Comissão de Comércio Exterior dos EUA confirme danos à economia do país.
Impactos no Brasil
A tarifa imposta ao Brasil é de 48,33% a 135,63%. De acordo com o Departamento de Comércio dos EUA, foram importados US$ 97 milhões em chapas de alumínio brasileiro no ano passado, totalizando US$ 1,96 bilhão importados dos 18 países afetados pela medida desta sexta ao todo.
Veja os países afetados e as tarifas impostas:
- Brasil: 49,48% a 136,78%
- Alemanha: 51,18% a 352,71%
- Bahrein: 4,21%
- Omã: 3,53%
- Croácia: 3,22%
- Egito: 10,42%
- Grécia: 2,72%
- Índia: 0 a 47,92%
- Indonésia: 31,12%
- Itália: 0 a 29,13%
- Romênia: 12,51% a 83,94%
- Sérvia: 11,24% a 25,84%
- Eslovênia: 4,80%
- África do Sul: 8,98%
- Coreia do Sul: 5,04%
- Espanha: 3,75% a 23,32%
- Taiwan: 18,02%
- Turquia: 12,71% a 12,9%
Reinscidência
Essa não é a primeira vez que o governo de Donald Trump impõe tarifas sobre o alumínio brasileiro, já que, no final de 2019, o presidente dos Estados Unidos reinstalou tarifas de importação sobre o produto. A medida foi, na época, uma resposta à valorização do dólar perante o Real.