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Com alta dos alimentos, mercado estima inflação maior, mas ainda abaixo da meta


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Brasil Econômico

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Tânia Rêgo/Arquivo/Agência Brasil

Alta dos preços dos alimentos aumenta a inflação, mas resultado deste ano ainda deve ficar abaixo do piso da meta

Economistas do mercado melhoraram as estimativas para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2020. A projeção passou de uma retração de 5,31% para 5,11%, segundo o Boletim Focus, que reúne projeções de instituições financeiras e é divulgado pelo Banco Central toda segunda-feira. Por outro lado, a previsão de inflação aumentou, embora siga abaixo do piso da meta estipulada para este ano.

No segundo trimestre, o  Brasil registrou queda de 9,7% no PIB . A previsão do Banco Mundial é um tombo de 8% e o Fundo Monetário Internacional projeta tombo de 9,1%.

Para o próximo ano, a previsão do mercado para o crescimento do PIB permaneceu estável, em 3,50%.

Segundo o Boletim Focus, a previsão do IPCA, a inflação oficial, é de 1,94% em 2020, maior do que a última divulgação, que foi de 1,78%.

A expectativa de inflação do mercado para este ano segue abaixo da meta central, de 4%, e também do piso do sistema de metas, que é de 2,5% neste ano.

Pela regra vigente, o IPCA pode oscilar de 2,5% a 5,5% sem que a meta seja formalmente descumprida. Quando a meta não é cumprida, o BC tem de escrever uma carta pública explicando as razões.

Para 2021, o mercado financeiro subiu de 3% para 3,01% sua previsão de inflação. No ano que vem, a meta central de inflação é de 3,75%.

Por conta da pandemia, os alimentos acumulam altas e ‘seguram’ a inflação, que poderia ser ainda menor em função da crise. Mesmo com esses preços mais elevados no setor alimentício, no entanto, sequer o piso da meta inflacionária deve ser atingido pelo país, segundo as projeções.

Selic

Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic , estabelecida atualmente em  2% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom).

Para o mercado financeiro, a expectativa é que a Selic encerre 2020 em 2% ao ano. O Copom ainda tem três reuniões até o final do ano. A próxima será nesta terça e quarta-feira (15 e 16). Para o mercado financeiro, não deve haver alterações na Selic até o final deste ano.

Em 2021, a expectativa é que a Selic suba, encerrando o período em 2,5% ao ano. Na semana passada, a previsão estava em 2,88% ao ano para o final de 2021.

A trajetória de aumentos na taxa segue nos anos seguintes. Para o fim de 2022, a previsão é 4,5% ao ano e para o final de 2023, 5,5% ao ano (a previsão da semana passada era 5,75%).

Quando o Copom reduz a Selic, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle da inflação e estimulando a atividade econômica. Entretanto, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas.

Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, o objetivo é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.

Dólar

A previsão para a cotação do dólar permanece em R$ 5,25, ao final deste ano. Para o fim de 2021, a expectativa é que a moeda americana fique em R$ 5.

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