Até abril do próximo ano, os clientes de bancos terão à disposição mais recursos para pega emprestado no sistema financeiro. O Banco Central (BC) oficializou a prorrogação da alíquota reduzida de 17% para os depósitos compulsórios a prazo.
A circular com a extensão do compulsório reduzido foi publicada hoje (5) no Diário Oficial da União. O percentual, que retornaria a 25% em dezembro, continuará em 17% até abril de 2021, quando subirá para 20% e ficará nesse nível permanentemente.
A prorrogação do prazo havia sido anunciada na última sexta-feira (2) pelo Banco Central. Segundo o BC, a medida foi tomada para ajudar a economia em meio à crise gerada pela pandemia do novo coronavírus, causador da covid-19. A autoridade monetária não divulgou o impacto da injeção de recursos até abril. Apenas informou que, depois de abril, a redução permanente do compulsório para 20% significará a injeção de R$ 62 bilhões na economia.
Os depósitos compulsórios a prazo representam a fatia do dinheiro aplicado por clientes de uma instituição financeira em modalidades como poupança e certificados de depósito bancário (CDB) que os bancos são obrigados a depositar no BC. Os compulsórios têm o objetivo de garantir a segurança do sistema financeiro, impedindo que os bancos emprestem indiscriminadamente e fiquem sem caixa.
No entanto, esse mecanismo pode servir como instrumento de política monetária, porque, ao reduzir ou aumentar o volume de recursos retidos, o BC libera ou restringe os recursos livres que podem ser emprestados aos clientes.
Em nota, o BC informou que a extensão do compulsório de 17% até abril tem como objetivo facilitar a adaptação dos bancos à futura alíquota permanente de 20%. “A decisão, no atual momento, visa dar previsibilidade para que o mercado se ajuste para cumprir a nova alíquota”, destacou a instituição financeira.
Em fevereiro, o BC tinha diminuído o compulsório sobre depósitos a prazo de 31% para 25%, sob o argumento de estimular o crescimento da economia. Com o início da pandemia da covid-19, a alíquota passou para 17% de forma emergencial, dentro do pacote de medidas que injetou R$ 1,2 trilhão no sistema financeiro.
Edição: Nádia Franco