A Coordenação Regional de Ensino (CRE) de Taguatinga realizou nesta terça-feira (8) a etapa regional do 13º Circuito de Ciências da rede pública de ensino do Distrito Federal. Foram apresentados os 57 melhores projetos de 22 escolas convidadas. Todas as 68 escolas da regional, além de 12 creches, puderam levar estudantes para visitar a mostra de ciências realizada na Escola Técnica de Brasília (ETB).
Realizado nos três turnos ー matutino, vespertino e noturno ー, o evento recebeu a visita de mais de 2 mil estudantes da educação básica e de mais de 1.800 alunos da ETB. “Valorizo muito o circuito, porque ele dá a oportunidade, desde a educação infantil, de as crianças conhecerem como se faz a ciência. Tenho andado pelas regionais de ensino, e todas apresentaram trabalhos excelentes”, elogiou a secretária de Educação, Hélvia Paranaguá.
A etapa regional de Taguatinga contou, ainda, com a presença de expositores parceiros da Secretaria de Educação do DF. O estande do Sebrae contou com o espaço maker, o do Sesc com planetário e oceanário, e o do Instituto de Engenharia Eletrônica da Universidade de Brasília (UnB) com robôs para os estudantes interagirem.
EJA
O circuito não parou à noite, para receber os estudantes da Educação de Jovens e Adultos (EJA), que puderam expor seus projetos. O tema da mostra em 2024 é Biomas do Brasil: diversidade, saberes e tecnologias sociais. A partir dele, os alunos trouxeram propostas criativas para solucionar demandas ambientais da comunidade local.
Eliana Rodrigues, professora de biologia há 32 anos na Secretaria de Educação, atua na EJA no Centro Educacional (CED) 02 de Taguatinga, e orientou os alunos. “Nossos estudantes puderam ter um olhar para a ciência, o que contribui para que eles possam ser futuros pesquisadores”, comentou.
“Temos estudantes autistas, surdos, com mais de 60 anos de idade, todos foram incluídos e incentivados a desenvolver projetos para o circuito, contribuindo para a sua formação integral e para a preservação ambiental”, acrescentou a professora.
A estudante da EJA Lani Ritcha, 18 anos, contou como foi a experiência no circuito. “Foi muito interessante, pois aprendi sobre vários biomas, e pude mostrar meus conhecimentos no circuito. Estamos vendo desmatamentos em vários estados pelo Brasil, e é muito importante preservar a nossa diversidade de ecossistemas”, declarou.
Veredas do Cerrado
Entre os projetos apresentados na etapa regional de Taguatinga, os alunos do Centro de Ensino Fundamental (CEF) 10 de Taguatinga desenvolveram o projeto Oásis do Cerrado em Perigo: o rebaixamento do lençol freático e o perigo da perda de diversidade nas veredas. O bioma Cerrado é a maior e mais rica savana tropical do mundo, cobrindo 23% do território brasileiro, formado por 11 tipos de vegetações, entre eles as veredas, vales com lençol freático superficial.
“Foi uma experiência única. É bastante interessante apresentar o circuito, tanto para crianças pequenas como para adultos”
João Gabriel Lima, estudante
A professora de biologia do CEF 10 Marcela Cardoso, explicou que as veredas estão sendo ameaçadas por algumas espécies invasoras, devido à antropização, que é a ação humana. Devido às plantações e ao crescimento das cidades, acontece o rebaixamento do lençol freático, e outras espécies invadem esse ambiente.
Os estudantes puderam fazer uma saída de campo na Floresta Nacional de Brasília (Flona), e ver a vereda e suas espécies nativas. “Os meninos puderam comprovar na prática o que é o rebaixamento do lençol freático. A saída de campo foi fundamental, porque eles puderam ver a biodiversidade do Cerrado”, contou Marcela.
Os estudantes filmaram o ambiente para utilizar as imagens em um óculos de realidade virtual. “Registramos imagens da Flona, então os óculos permitem ver como é estar numa vereda”, disse a professora. O estudante João Gabriel Lima, 15 anos, contou como foi participar do projeto. “Foi uma experiência única. É bastante interessante apresentar o circuito, tanto para crianças pequenas como para adultos”, disse.
Premiação
A 13ª edição do Circuito de Ciências da SEEDF começou com as escolas de cada uma das 14 Regionais de Ensino promovendo suas feiras de ciências, desde o começo do ano letivo. Depois, os melhores projetos concorreram nas etapas regionais, sendo que a etapa de Taguatinga foi o última, encerrando esse ciclo.
Agora os projetos selecionados concorrerão na etapa distrital, na Semana de Ciências e Tecnologia, em novembro, quando a SEEDF fará a premiação final em parceria com o Sebrae. Os prêmios serão de R$ 1 mil para os professores orientadores e de R$ 5 mil para os estudantes dos projetos vencedores, em cada uma de 10 categorias.
*Com informações da Secretaria de Educação
Fonte: Agência Brasília