InícioDISTRITO FEDERALSambão do Cappelli: a festa que escancara o desrespeito à legislação eleitoral...

Sambão do Cappelli: a festa que escancara o desrespeito à legislação eleitoral no DF

Nesta terça-feira, Ricardo Cappelli protagonizou um verdadeiro espetáculo de afronta à lei eleitoral em pleno Clube do Choro, em Brasília. Ostentando o rótulo de “aniversário”, o evento – apelidado nas redes de “Sambão do Cappelli” – reuniu cerca de 1.500 convidados com tudo pago: artistas contratados, banda ao vivo, comida e bebidas à vontade. Mas quem realmente pagou a conta? E por quê? As perguntas não param de ecoar entre os brasilienses, enquanto o cheiro de ilegalidade paira no ar.

“Aniversário” ou Campanha Escancarada?

Apesar de tentar disfarçar a ação como uma simples celebração de aniversário, os fatos falam por si: o evento reuniu centenas de pessoas em uma clara estratégia de campanha antecipada para o cargo de governador do Distrito Federal. Sob os holofotes, Cappelli usou a oportunidade para fazer política disfarçada, gastando cifras ainda não reveladas – mas certamente astronômicas – em um show que mais parecia um comício do que uma festa particular.

As práticas flagrantes levantam suspeitas de abuso de poder econômico e propaganda eleitoral antecipada, ambos crimes previstos pela legislação brasileira. De acordo com a definição de propaganda eleitoral, qualquer ação, direta ou disfarçada, que vise influenciar os eleitores a aderirem a uma candidatura é considerada irregular, especialmente fora do período permitido. Cappelli, ao que tudo indica, ignorou as regras com audácia digna de um showman.

Quanto Foi Gasto e Quem Pagou?

A pergunta que não quer calar: quanto custou a brincadeira? Contratar artistas, bancar estrutura, alimentação e bebida para 1.500 convidados não sai barato. Quem está financiando esse espetáculo? O silêncio ensurdecedor de Cappelli e sua equipe sobre os custos do evento só aumenta as suspeitas de que recursos públicos ou de origem obscura possam ter financiado a festa.

Além disso, a realização de um evento desse porte levanta a possibilidade de um esquema de troca de favores ou até mesmo financiamento indevido por terceiros interessados na candidatura de Cappelli. Será que o pré-candidato já está usando o futuro palanque para fechar alianças?

Crime Eleitoral às Claras

Especialistas em direito eleitoral não têm dúvidas: o “Sambão do Cappelli” configura campanha eleitoral antecipada. Segundo a legislação, ações destinadas a influenciar eleitores fora do período permitido são consideradas crime, com punições que podem incluir multa e inelegibilidade. Mais grave ainda, o abuso de poder econômico – algo evidente em eventos dessa magnitude – pode levar à cassação de uma futura candidatura.

A legislação é clara: não se pode usar festas, eventos ou qualquer tipo de ação publicitária camuflada para promover candidaturas antes do período eleitoral. Cappelli, ao que parece, decidiu passar por cima dessas regras com a mesma facilidade com que ofereceu comida e bebida grátis aos seus convidados.

Cidadãos Devem Exigir Respostas

Enquanto o Distrito Federal encara desafios reais, como o colapso no transporte público, a crise habitacional e os problemas de saúde e segurança, Cappelli gasta seu tempo (e, possivelmente, dinheiro alheio) em festas disfarçadas de campanha. Os cidadãos do DF têm o direito de exigir respostas: qual foi o custo total do evento? De onde veio o dinheiro? Quem são os responsáveis por financiar esse show de desrespeito?

Um Golpe Contra a Democracia?

Se Cappelli está disposto a cometer tais excessos antes mesmo de ser oficialmente candidato, o que se pode esperar caso ele alcance o poder? A manobra oportunista revela uma face que muitos brasilienses já começam a enxergar com desconfiança: um político que, ao que parece, não mede esforços – nem escrúpulos – para conquistar o que deseja.

A Justiça Eleitoral tem em mãos mais do que um caso isolado: tem a oportunidade de mostrar que ninguém está acima da lei, nem mesmo aqueles que se julgam intocáveis. Afinal, a democracia não pode ser reduzida a um sambódromo de ilegalidades onde vale tudo para conquistar votos.

Últimas Notícias

MAIS LIDAS DA SEMANA