A Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) passará a contar com reforço de oitos cães da raça Pastor Belga de Malinois que já estão em treinamento. Eles farão parte do Batalhão de Policiamento com Cães (BPCães).
O auxílio dos animais é essencial para identificação de substâncias ilícitas (drogas), armas e captura de foragidos e pessoas desaparecidas. Neste ano, de janeiro a setembro, foram 625 chamadas para apoio em operações realizadas por unidades da corporação e também da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF).
O tempo de treinamento depende da área que o animal irá atuar. Quatro deles – com idades entre três e oito meses – vão trabalhar em recapturas. Neste caso, o treinamento terá duração média de um ano.
Após este período eles estarão aptos a compor as equipes de policiais. Outros quatro cães estão sendo treinados para encontrar drogas, armas e munição.
“O tempo de treinamento desses animais é menor. A partir de sete meses eles já atuam junto às equipes”, explica o comandante do BPCães, major Carlos Reis.
Proteção do policial
Nas duas capacitações, os cães recebem instruções para atuar em dupla função, ou seja, poderão fazer também a proteção do policial durante abordagens.
“Com a adaptação das viaturas do Batalhão para transportar os cães, eles passam a ocupar o lugar de um quarto homem e fará a guarda e a proteção dos polícias durante as abordagens e posteriormente a busca por drogas e arma. O papel do cão policial é essencial”, argumenta Reis.
Odor específico
Os cães em treinamento para captura aprendem a buscar odores específicos, sempre guiados pelo policial. A mudança de comportamento do animal mostra a proximidade de quem está sendo procurado.
“Colocamos o cão em contato com objetos pessoais de quem estamos buscando, seja uma pessoa desaparecida ou um foragido, e depois ele sai em busca desse odor. Ao encontrar quem estamos buscando, o cão imediatamente nos aponta onde a pessoa se encontra, podendo até mesmo imobilizá-la, no caso de fugitivos”, conclui o comandante.
Início do treinamento
O treinamento tem início a partir dos 60 dias de vida do animal, com a presença do policial que será o responsável por ele durante a atuação no BPCães.
No começo eles aprendem a agir em pisos como cascalho, lama, piso liso de shopping e de metal, como no metrô. Logo depois, conhecem ambientes com sons de todos os tipos, como rodoviárias, barulho do motor de ônibus e até bombinhas.
O grau de dificuldade aumenta de acordo com a maturidade do filhote. Paralelo a isso, o animal passa por socialização nos ambientes que ele irá atuar, como shoppings e rodoviárias.
“É importante que eles se sintam à vontade com outras pessoas próximas e mesmo assim desenvolvam o trabalho deles”, diz Reis.
Os animais desempenham a função por oito anos, no máximo. Durante esse tempo são realizados testes para aferir a atuação do cão, se ele está ou não apto para continuar com a atividade.
Recompensa
O treinamento dos cães é diário e feito com uso de caixas com odores que eles deverão identificar durante as buscas. “Os cães são estimulados a caçar os brinquedos como bolas e mordentes. Utilizamos caixas de madeira com diferentes tipos de cheiros, como de entorpecentes, armas e munição. Eles aprendem que, ao encontrar aquele cheiro, irão receber a recompensa, que é o brinquedo. O treino para eles é uma brincadeira”, disse Reis.
Cuidados especiais
Os cães passam por cuidados frequentes. Diariamente, ao chegar no batalhão, o policial responsável pelo cão tira-o da baia para fazer a higiene necessária. Além disso, uma veterinária e um auxiliar, diariamente, ficam na unidade – localizada no Setor Policial. A PMDF dispõe ainda de um Centro Veterinário para os cuidados com os animais.
Cães policias
Atualmente, há quarenta e cinco cães no batalhão. Do total, 60% deles desempenham dupla função: no policiamento ostensivo/choque e detecção de substâncias. Os animais são das raças Pastor Belga de Malinois, Labrador e Rottweiler.
*Com informações da SSP/DF