InícioDISTRITO FEDERALRádio Cultura será reequipada, após anos de precariedade

Rádio Cultura será reequipada, após anos de precariedade

“É uma emissora pública de importância fundamental na formação cultural da cidade” Bartolomeu Rodrigues, secretário de Cultura e Economia Criativa

Há 33 anos no ar, a Rádio Cultura FM, que vinha operando com equipamentos obsoletos, vai ganhar cara nova graças a investimentos da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec), que gerencia a emissora. Só neste primeiro momento, serão destinados R$ 462 mil, sendo R$ 168 mil para atualização do software e R$ 294 mil para manutenção preventiva.

Na última terça-feira (20), as equipes da rádio puderam operar no novo software, que vai alterar padrões como qualidade de som e programação musical elaborada. Havia nove anos que esse equipamento não era trocado, provocando um envelhecimento tecnológico que deixou a emissora vulnerável. Diante do técnico Leandro Torres, os programadores Flávia Aguiar, Daniel Mafra e Helena Cusinato aprenderam os detalhes para operar o software.

Emissora, que estava sem equipe de manutenção desde 2019, vai ganhar novos equipamentos | Fotos: Marina Gadelha/Secec

Ouvinte e fã incondicional da Rádio Cultura, o titular da Secec, Bartolomeu Rodrigues, é um dos mais entusiasmados com essa reforma na emissora, que, operando 24 horas por dia, é conhecida por transmitir uma programação de qualidade, com informação e boa música, a ouvintes do Distrito Federal e Entorno.  “É uma emissora pública de importância fundamental na formação cultural da cidade”, avalia o gestor. “Muitos artistas de Brasília que fizeram sucesso nacional apareceram pela primeira vez na 100,9.”

Foi o caso de Ellen Oléria, que ouviu uma música de sua autoria tocar pela primeira vez na Cultura, quando fazia o trajeto Ceilândia-Plano Piloto, e da Cia. de Comédia Os Melhores do Mundo, que fez graça no estúdio muito antes de lotar estádios e ginásios de norte a sul do país.

Novos conteúdos

“Enquanto a rádio envelheceu, o digital chegou e mudou toda a configuração, tanto que levamos o sinal para a web”Walter Silveira, diretor da Rádio Cultura FM

Neste momento, a Rádio Cultura segue com um edital para voluntários que queiram propor e apresentar novos conteúdos para a programação.  “O edital de voluntários visa dinamizar a programação da Rádio Cultura, envolvendo os agentes culturais, reforçando o caráter público da rádio, a pluralidade e a diversidade cultural, aspectos que têm caracterizado esta gestão da Secec”, destaca o diretor da emissora, Walter Silveira.

Com transmissor que foi recuperado em 2019, operando com 8KW, potência mais que suficiente para cobrir todo o DF e Entorno, a Rádio Cultura entra em fase de modernização. Quem comanda esse projeto é Walter Silveira, que, quando assumiu a emissora, também em 2019, diz ter encontrado muita precariedade – a começar pela falta de uma equipe de manutenção.

Entre outros problemas, lembra o gestor, havia operadores e locutores de som trabalhando dentro de um elevador destinado a pessoas com dificuldades de locomoção. Isso na época da reforma do Espaço Cultural Renato Russo (ECRR), quando a rádio foi transferida para a biblioteca e os locutores sofriam com a acústica deficiente.

“Enquanto a rádio envelheceu, o digital chegou e mudou toda a configuração, tanto que levamos o sinal para a web”, conta o diretor. “Em seu histórico, temos um grande investimento para a inauguração da Rádio Cultura; e, nas décadas seguintes, a aquisição de equipamentos ficou a desejar, só havendo recurso, quando muito, para substituição por desgaste de uso.”

Equipamentos

A reestruturação da Rádio Cultura é um processo que compreende, além da virada tecnológica, aquisição de mobiliários, suporte e capacitação de mão de obra. A Secec acaba de celebrar um contrato de manutenção técnica preventiva para a emissora. Em setembro, serão adquiridos novos equipamentos para os estúdios, como microfones, caixas de som, mesas de áudio e mobiliário adequado para a redação, estúdios e salas de administração, produção e diretoria.

Há ainda um processo de contratação de locutores e operadores e um chamamento de servidores do GDF nas áreas de radiodifusão e jornalismo para recomposição funcional do veículo. Entre os servidores, a nova fase da Rádio Cultura provoca um misto de entusiasmo e alívio.

Um dos responsáveis pela programação, Daniel Mafra aponta que essa renovação tecnológica põe a emissora apta a escoar a produção musical feita no DF em alta potência. “A sensação é de que agora poderemos executar o trabalho bem feito no compromisso de uma rádio pública do Distrito Federal”, avalia.

Da área de jornalismo, Flávia Camarano conta que o sucateamento tecnológico da emissora provocou não só a interrupção da programação, como também a perda de acervos preciosos. O sistema defasado, lembra, travava constantemente e derrubava a automação do estúdio, silenciando a Rádio Cultura. “Muitas vezes, só permanecemos no ar graças à mágica da equipe, que se virava para não interromper a programação”, relata.

Nita Queiroz, que produz o elogiado Descomplica Cultura, é uma das que estampam a Rádio Cultura no peito. Para resumir a relação com a emissora, lembra-se de um trecho da música Carta de Amor, interpretada por Maria Bethânia. “Sou como uma haste fina que qualquer brisa verga, mas nenhuma espada corta.”

Uma história de sucesso

A Rádio Cultura foi criada em 1988, tendo sua primeira transmissão realizada do Anexo do Palácio do Buriti, onde ficavam localizados os estúdios e transmissores. Depois o estúdio foi transferido para o Teatro Nacional, onde permaneceu até o final de 2010, mudando para uma estrutura mais adequada no primeiro andar ou mezanino do Espaço Cultural 508 Sul.

Como meio de comunicação pública, a emissora tem por objetivo prestar serviços informativos, artísticos, educativos e culturais à comunidade e garantir a pluralidade e a diversidade cultural do Distrito Federal. Os transmissores da rádio continuam operando do Anexo do Buriti, irradiando numa potência de 8KW. O sinal alcança todo o DF e também o Entorno.

A programação da Cultura FM alinha um conteúdo produzido pelos profissionais da emissora e a veiculação de programas colaborativos que dialoguem com perspectiva de pluralidade e diversidade. O objetivo é difundir, irradiar e produzir cultura, educação, cidadania, entretenimento, informação de qualidade e prestação de serviços, buscando atingir um público cada vez mais amplo da sociedade.

Na grade de programação da emissora estão produções de cunho local, nacional e internacional, programação jornalística, apoio cultural, spots educativos, entrevistas com artistas e produtores, além de programas colaborativos, veiculados gratuitamente.

“Tudo que está sendo feito é para adequar a rádio tecnológica e operacionalmente, no intuito de chegarmos ao conteúdo”, resume Walter Silveira. “Nossa meta é interagir com a sociedade, oferecendo com qualidade aquilo que culturalmente é produzido pelos brasilienses; e, claro, a música é um patrimônio considerável de Brasília.”

*Com informações da Secretaria de Cultura e Economia Criativa

Fonte: Agência Brasília

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