Em comemoração ao Dia Nacional da Biblioteca (9), a Secretaria de Educação (SEEDF) tem desenvolvido diversas ações de incentivo à leitura nas escolas da rede pública de ensino. A SEEDF tem 656 bibliotecas escolares e oito bibliotecas escolares comunitárias distribuídas em Brazlândia, Ceilândia, Guará, Planaltina, Asa Sul, Sobradinho e Taguatinga.
Na Escola Classe Kanegae, alunos do 1º e do 5º ano exercitam juntos a leitura, processo durante o qual um ajuda o outro | Foto: Mary Leal/SEEDF
Uma dessas ações é o projeto Amigo Leitor, da Escola Classe Kanegae, no Riacho Fundo, que promove leituras entre pares com estudantes do 1º e do 5º anos. Na ação, o aluno que possui mais facilidade para leitura ajuda aquele com mais dificuldade. Ao todo, as crianças leem 22 livros anualmente só durante esses encontros.
O Amigo Leitor visa a desenvolver e despertar valores como os de solidariedade, responsabilidade e cumplicidade nos alunos. Além de ampliar o vocabulário e o contato com livros diversos, tendo a leitura como referência para a promoção da aprendizagem. Paralelamente à sala de leitura, o encontro ocorre semanalmente, às quintas-feiras, e dura 45 minutos.
Aos pares
“Esse projeto puxa um pouco para o lado da afetividade, pois eles interagem uns com os outros”
Karyne Fernandes, professora do 1º ano da EC Kanegae
A diretora da EC Kanegae, Schirley Rocha, é pioneira nesse projeto, que funciona na escola desde 2016. Inicialmente, conta ela, é feito um sorteio, e os estudantes ficam na expectativa de quem será o coleguinha que vão conhecer.
“Esse projeto desperta várias potencialidades, desde a questão da autonomia, solidariedade e gosto pela leitura, além de impactar o futuro desses estudantes, até mesmo na escolha da profissão”, afirma. “Esse é o momento em que eles estão sendo protagonistas. Nessa etapa, eles viram professores dos colegas”.
Livros como Chapeuzinho Vermelho, O cavalo, o caçador e o cervo, Era uma vez duas avós e Mogli, o Menino Lobo estão entre os escolhidos da garotada. A escola busca desenvolver estratégias de leitura, estimulando os alunos a perceber a compreensão como prática social, durante a qual todos podem dialogar e somar conhecimentos.
É o caso dos estudantes Humberto Bryan de Souza, 10, do 5º ano, e Eduardo Cardoso, 6, do 1º ano. “Minha mãe me contou que quando ela era pequena, sempre que estava com tédio, ela ia à biblioteca pegar um livro para ler”, relata Humberto.
“Agora já leio livros de 120, 220 páginas”, prossegue o estudante. “Acho que é importante saber ler, e eu ajudo o Eduardo para quando ele for maior, arrumar um emprego top. Os livros vão te dar conhecimento, e isso ninguém rouba de você. Podem roubar seu carro, mas com o seu conhecimento, você pode ir lá e comprar outro carro.”
A professora Karyne Fernandes, do 1º ano, enfatiza: “Esse projeto puxa um pouco para o lado da afetividade, pois eles interagem uns com os outros. Essa questão da leitura em dupla, ainda mais os pequenos com os maiores, tira eles daquela rotina de sentar numa carteira para ler algo. Aqui é mais livre, mais espontâneo, auxilia na criatividade, na imaginação, porque uma criança tem muita história e cultura para mostrar”.
Ao final, os estudantes preenchem um relatório para dizer o que aprenderam na leitura. Eles descrevem o lugar onde ocorreu a história e desenham a cena do ambiente relatado; conforme o encontro se desenvolve, o relatório vai mudando.
*Com informações da Secretaria de Educação
Fonte: Agência Brasília