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Projeto apoiado pelo GDF cria escola de formação de bailarinos e primeiro corpo de baile do DF

Arte que exige leveza, precisão e, acima de tudo, dedicação, a dança clássica está em destaque no Quadradinho. Cerca de 90 crianças de 8 a 12 anos foram selecionadas para estrear a Escola de Formação de Bailarinos de Brasília, iniciativa que visa ofertar educação artística de excelência e formar novos talentos. As aulas já começaram e ocorrem no Centro de Dança, equipamento gerido pelo Governo do Distrito Federal (GDF). O espaço também é palco do primeiro corpo de baile profissional brasiliense, que se prepara para ocupar o palco da Sala Martins Pena do Teatro Nacional Claudio Santoro.

Um marco para a dança clássica da cidade, a Escola de Formação de Bailarinos de Brasília ensina cerca de 90 crianças de 8 a 12 anos | Fotos: Joel Rodrigues/Agência Brasília

As duas iniciativas são promovidas pela Cia Bailarinos de Brasília (CBB) com apoio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec-DF), responsável pela gestão do Centro de Dança. A seletiva das crianças atendidas pela escola de formação e dos bailarinos para o grupo de alta performance ocorreu no começo deste ano.

“A criação da escola e do corpo de baile são um marco para a dança clássica da nossa cidade. A oportunidade que esses jovens estão tendo abre perspectivas que antes poderiam ser inimagináveis. Muitas crianças sonham em praticar o balé clássico, mas não conseguem por falta de recursos, e com a escola estamos ampliando esse acesso”, observa a vice-governadora, Celina Leão. “Já o corpo de baile oferece um futuro promissor aos participantes a partir da profissionalização e do contato com os melhores professores na capital do país.”

Novos talentos

Ceci Borges elogia as aulas de dança e de música

As atividades da escola iniciaram no final de fevereiro e contemplam diversos assuntos do universo da dança. Há aulas de balé clássico, dança contemporânea e danças folclóricas, preparação física, musicalidade, expressão e performance artística, história da dança e francês aplicado à dança. Desta forma, os alunos têm contato direto com o repertório clássico, aprendendo desde a teoria do balé até habilidades físicas como flexibilidade, força e equilíbrio. Os encontros ocorrem no contraturno escolar de segunda a sexta-feira.

Segundo a diretora geral do projeto, Tereza Braga, crianças em situação de vulnerabilidade social têm acesso ao balé de modo completo, indo desde o básico aos principais e mais avançados passos da dança. “Entendemos que o preço das academias é bastante caro e muitas crianças não têm essa oportunidade. Esse é um projeto gratuito que pretende formar bailarinos para a cidade”, observa.

Entre as alunas do horário vespertino, estão as estudantes Ceci Borges, 8 anos, e Julia Maria dos Anjos, 8. As meninas residem em Vicente Pires e no Sol Nascente, respectivamente, e aproveitam cada segundo da formação. “Já aprendemos muitas coisas. Temos aula de música, que é muito legal porque identificamos os sons. E tem a de dança urbana, em que a gente se movimenta muito”, comenta Cecí.

Julia Maria dos Anjos diz que seu movimento preferido no balé é o plié

As pequenas bailarinas ensaiam os passos em frente ao espelho, de olho na técnica e na precisão de cada elemento das coreografias. O movimento preferido de Julia é o plié. “Você põe os pés juntos e dobra a perna. É muito importante para o balé. Usamos na hora que vamos saltar, daí caímos no plié”, ensina ela.

Referência

“Estamos muito felizes com a criação do corpo de baile, que não existia na cidade, e de estrear com um espetáculo de autoria da própria companhia em um teatro novinho”, afirma o diretor artístico do grupo, Luiz Ruben Gonzalez (à direita)

Para o corpo de baile profissional do DF, foram escolhidos 12 talentos – cinco homens e sete mulheres em duas audições, uma em Brasília e outra em São Paulo. O grupo se encontra desde fevereiro, de segunda a sexta-feira, e atualmente se dedica aos ensaios do primeiro espetáculo, que deve ocupar a Sala Martins Pena do Teatro Nacional Claudio Santoro. O espaço foi reaberto por este GDF em dezembro do ano passado com investimento de R$ 70 milhões.

“Estamos muito felizes com a criação do corpo de baile, que não existia na cidade, e de estrear com um espetáculo de autoria da própria companhia em um teatro novinho”, celebra o diretor artístico do grupo, Luis Ruben Gonzalez. Cubano, ele veio a Brasília pela primeira vez em 2004 e, desde então, se apresentou na Sala Villa-Lobos diversas vezes. Esta parte do teatro também será reformada por este GDF. O edital para licitação da obra foi publicado no Diário Oficial do Distrito Federal (DODF) em dezembro passado.

Para o corpo de baile profissional do DF, foram escolhidos cinco homens e sete mulheres em duas audições, uma em Brasília e outra em São Paulo

Gonzalez afirma que os bailarinos trabalham diuturnamente para levar a capital do país a novos patamares. “Temos uma rotina diária com preparação física, com alogamento, treinamento de força e de flexibilidade, e depois uma aula de balé, que prepara o grupo para trabalhar na mesma intensidade”, explica. Além das peças autorais, também haverá montagem de espetáculos de alto nível, como O Quebra-Nozes e O Lago dos Cisnes.

“Estar aqui tem sido realmente um dos maiores sonhos da minha vida”, diz a bailarina Inara Ramos, ao lado de Daniel Dantas

Moradora do Gama, a bailarina Inara Ramos, 23, está animada com a chance de representar a cidade natal. “Ano passado eu estava trabalhando na Europa, mas com o sonho de voltar para o Brasil porque queria estar perto das pessoas que eu amo. Quando surgiu a audição eu falei ‘meu Deus, não posso perder essa oportunidade’. Estar aqui tem sido realmente um dos maiores sonhos da minha vida”, revelou. “É uma honra fazer parte disso e acho que é um pontapé inicial maravilhoso para a arte da cidade. Muitos de nós estamos começando agora em uma companhia profissional e estamos crescendo muito.”

O bailarino Daniel Dantas, 18, não pensou duas vezes quando foi escolhido para o corpo de baile brasiliense e mudou-se de Cubatão, município de São Paulo, para a capital federal. “Abracei essa oportunidade para ter experiências fora de casa, fora da minha zona de conforto. Queria testar algo novo e acho que artisticamente e profissionalmente iria crescer mais. Já tivemos várias montagens coreográficas e os trabalhos vêm seguindo uma linha super árdua, mas que melhora a cada ensaio”, conclui ele.

Participe

Além das aulas da escola de formação e dos ensaios do grupo profissional, o Centro de Dança também oferece uma grade completa de aulas. As turmas são divulgadas na rede social do equipamento e enriquecem, cada vez mais, o cenário cultural da capital da República.

 

Fonte: Agência Brasília

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